13 de fevereiro: Dia Mundial do Rádio , O futuro do rádio é agora nas multiplataformas e nas métricas

“Estas são as Nações Unidas chamando as pessoas de todo o planeta”. Em tradução livre, estas foram as primeiras palavras transmitidas pela rádio das Nações Unidas (em inglês, United Nations Radio), no dia 13 de fevereiro de 1946.

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Apesar da intenção de falar para as pessoas de todo o planeta, apenas seis países, de fato, foram alcançados pela transmissão histórica. Décadas depois, o dia 13 de fevereiro tornou-se o Dia Mundial do Rádio –  o meio de comunicação mais consumido do planeta, segundo relatórios internacionais.

A data foi proclamada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) para falar da importância do rádio, seu alcance e como ele pode colaborar para a construção da democracia.

Desde que foi instituída, em 2011, questões como igualdade de gênero, juventude, esporte, diversidade e confiança já foram temas das edições da data, que envolvem centenas de estações de rádio de todo o mundo. 

No mundo digital, o rádio multiplataforma ganha nova relevância

Para Silvio Soledade, VP da APP Brasil, o desafio é saber como atuar nas ondas do digital e medir corretamente a audiência online

As emissoras de rádio ganharam uma nova relevância e um novo canal de veiculação de seu conteúdo a partir da consolidação do mundo digital, conquistando uma abrangência de sinal muito além do tradicional dial, este muito limitado às faixas de frequência regionais, regidas sob a legislação de concessão pública. Com a Internet é possível ouvir a rádio preferida de sua cidade em qualquer do planeta. Com isso, o mercado publicitário ganhou, também, uma nova mídia. O desafio é saber como atuar nas ondas do digital.

Morre a rádio pasteurizada e nasce a emissora digital multiplataforma

Por muitos anos – nas décadas de 80 e 90 – antes da Internet, as emissoras de rádios ofereceram uma programação horizontal, pasteurizada, em detrimento da programação local, em rede nacional e com conteúdo genérico, sem relevância. A razão disso era a necessidade de sobrevivência via redução de custos. Na análise de Silvio Soledade, a Internet fez nascer uma nova rádio, focada em aprender e aproveitar o que as tecnologias passaram a oferecer na entrega de conteúdo vertical. “Se não havia alternativa para os radiodifusores, agora estamos aprendendo a compreender o que realmente o ouvinte quer: conteúdo. Muitos novos programas nasceram e o podcast vem ganhando notoriedade. O desafio é saber fazer esta medição corretamente desta audiência e das preferências do ouvinte”, destaca Soledade.

E qual o futuro do rádio?

“Se houve uma mudança de comportamento do ouvinte, foi a Internet que permitiu isso”, enfatiza Silvio Soledade. “Nas grandes cidades, as pessoas passaram a ouvir rádio apenas no carro. Com a internet, os ouvintes migraram para sites e aplicativos, impulsionados também por novos modelos de smartphones que não trazem o aplicativo de rádio embarcado. Para ouvir rádio, só via aplicativos agregadores ou app próprio da emissora preferida. O desafio das emissoras de rádio é saber o que o seu público quer.

“A vantagem do digital é que a tecnologia possibilita promover o engajamento de públicos diversos, localizados, por nichos. Mesmo sendo vertical, mas em abrangência nacional e internacional, uma vez que dial digital não tem limites.

A força do meio

“Rádio agora é o meio para a entrega o melhor conteúdo através múltiplas plataformas e os radiodifusores devem saber como se apoiar nas novas tecnologias, na Internet, para crescer e monetizar”. Esta é a opinião de um dos maiores radiodifusores do país, o mineiro Mayrink Júnior, diretor do Sistema MPA de Comunicação, com sede em Divinópolis, e vice-presidente da AMIRT – Associação Mineira de Rádio e Televisão. Para ele, o rádio deixou o tradicional dial e agora é multiplataforma, sabendo aproveitar o melhor do mundo digital, incluindo as redes sociais e os novos canais de veiculação de conteúdo, como o Youtube e o Facebook, e ampliando sua base de ouvintes.

Segundo Mayrink Júnior, o mercado de radiodifusão está se beneficiando das novas tecnologias e saber explorar as oportunidades do mundo digital é o caminho para sobrevivência das emissoras. “Muitas já estão sabendo fazer isso: você pode chegar a qualquer cidade do país, o número de seguidores da rádio local nas redes sociais é semelhante ao número de ouvintes. Em alguns casos, até mais”, afirma ele.

Fontes: Rádio Agência Nacional / nextdial.com.br/