O ex-presidente do Legislativo, Márcio Gonçalves Pinto, “Hakuna” rechaçou acusações de que seria ele a “mente” por detrás das gravações e divulgação dos áudios que levaram a Câmara a uma profunda crise institucional. Pelos corredores da Câmara e entre os próprios vereadores há a suspeita de que, pela proximidade de Hakuna e Iago, o ex-presidente teria incentivado e aconselhado Iago a gravar a proposta feita por Lequinho.
Hakuna, que tem a intenção de compor uma chapa com Neider Moreira, para ao pleito municipal do próximo ano, teria orquestrado a escolha de um candidato da situação para presidente da Câmara, o que facilitaria o tramite de projetos e contribuiria para a governabilidade atual. “Várias pessoas vieram me perguntar e falar que o que aconteceu foi porque o Marcinho mandou. O que está em cheque não é se alguém mandou, o que está em cheque aqui é o conteúdo do áudio. Não vou ficar calado mais. Que provem que manipulei a eleição. Vão até o Ministério Público, façam denúncias. Quero ver provar”.
Em seu discurso, Hakuna disse que não ficará mais calado e desafiou os colegas a provarem que seria ele quem manipulou Iago Santiago para gravar a proposta de uma possível compra de votos e divulgá-la em redes sociais. “Cuidado com o que falam sobre mim. Não me coloquem nesta sujeira”.
Profeta
Durante a reunião, que avaliou as denúncias contra os vereadores Alex Arthur, Iago Santiago e Silvano Gomes, Lequinho aventou também a possibilidade de Giordane Alberto ter sido beneficiado ou negociado o voto para a eleição da Mesa Diretora.
Segundo Lequinho, Giordane teria mudado seu voto após sofrer pressão do pastor evangélico que coordena a igreja frequentada por Giordane e que é seu reduto eleitoral. Sem citar nomes, Lequinho afirmou que a Câmara tinha em seu quadro “falsos profetas”, mas que ele, Lequinho, já estava convocado e deporia no Ministério Público, onde iria contar tudo que sabe sobre a eleição e a interferência do Executivo na Câmara Municipal. Na quarta-feira, Lequinho foi ouvido pelo promotor que cuida do caso.
Fontes ligadas ao vereador afirmam que Lequinho tem provas que houve cooptação do voto de Giordane e que ele estaria disposto a entregar toda a documentação ao promotor e, com isto, não ser o único a ser investigado. Como o processo segue em segredo de Justiça, somente após a denúncia formalizada é que se terá ciência de quantos serão os réus apontados pelo MP.
Além da denúncia, Lequinho trouxe ao público conversas mantidas nos bastidores da Câmara. O parlamentar disse que os vereadores Silvano Gomes, Lucimar Nunes, a Comissão de Justiça e Redação e o próprio presidente da Casa, Alexandre Campos, teriam afirmado que ele receberia a punição prevista no Regimento Interno da Casa, que seria a suspensão das atividades por um mês. “Porque mudaram de ideia tão de repente? Estou sendo perseguido nesta Câmara. Estou sendo colocado para boi de piranha. Se for cassado será injustamente”.