O provedor do Hospital Manoel Gonçalves, Augusto Machado de Souza, o secretário municipal de Saúde, Fernando Meira de Faria, o administrador hospitalar Belmiro Amandio Damas Filho e o médico Alessandro Bao Travisani, da Delegacia Seccional do Conselho Regional de Medicina, estiveram na reunião da Câmara dessa terça-feira (5) para falar das denúncias de que atrasos no pagamento de médicos do plantão 24 horas poderão inviabilizar o serviço no Hospital Manoel Gonçalves. O alerta foi feito na semana passada pelo cardiologista Alessandro Bao Travisani e, na ocasião, o Jornal S’PASSO ouviu o secretário de Saúde e a direção do Hospital que alegaram problemas financeiros na instituição.
Na Câmara, Augusto Machado e Fernando Meira trouxeram detalhes dos problemas decorrentes da constante falta de folga financeira do Hospital, que tem feito com que a instituição recorra à ajuda de órgãos públicos e à iniciativa privada para se manter, muitas vezes, atrasando salários de funcionários.
O provedor contou que há 45 anos trabalha no Manoel Gonçalves e que desde sempre conhece a situação financeira que não é saneada e nem folgada. O hospital é um prestador de serviços que vai acumulando dívidas e, hoje essa situação aponta para um déficit mensal de R$ 450 mil mensais e está em torno de R$ 12 milhões, com pagamento de juros sobre empréstimos. Os recursos para a sobrevivência veem dos governos federal e estadual, do município, além de verbas esporádicas de emendas de deputados e da ajuda de empresários. Para o provedor, se não fosse o socorro de empresários, sobretudo da iniciativa da Câmara de Dirigentes Lojistas em 2021, o Hospital não teria sobrevivido. A boa notícia trazida pelo provedor do Hospital foi que a Prefeitura conseguiu a liberação de um recurso do governo estadual que estava emperrado e com esse dinheiro será possível pagar os dois meses de atraso dos funcionários do Plantão 24 Horas, motivo da ameaça de greve. Também falou que através do médico itaunense Lincoln Ferreira, da Associação Médica de Minas Gerais, está sendo agendado um encontro dos dirigentes do Hospital com o Ministério da Saúde, em Brasília – talvez até mesmo com o presidente Jair Bolsonaro (PL), para tratar da situação financeira da instituição
Parcerias com outros municípios também devem ajudar a minimizar o déficit
Como falou ao Jornal S’PASSO na edição passada, o secretário de Saúde Fernando Meira contou que a Prefeitura vai realizar um aporte financeiro para socorro imediato ao Hospital. Serão três subvenções de R$ 450 mil que passarão pela aprovação da Câmara. Por iniciativa do vice-presidente da mesa Diretora, vereador Silvano Gomes (PDT), a Câmara também vai auxiliar com R$ 100 mil, resultado de economia da administração do legislativo.
O secretário municipal de Saúde se comprometeu a continuar caminhando junto com o Hospital Manoel Gonçalves e disse que a Prefeitura não vai deixá-lo na mão, mas frisou que é preciso que outros municípios, que também utilizam dos serviços do centro de saúde, como Itatiaiuçu, também contribuam. Fernando Meira sugeriu que a Universidade de Itaúna promova uma parceria entre a faculdade de Medicina e o hospital com o propósito de utilizar os serviços nas aulas, como hospital-escola.
Recursos para o Hospital
Nas informações do secretário de Saúde, a Prefeitura repassou ao Hospital em 2021 mais de R$ 15 milhões de recursos, que somados aos R$ 30 milhões de verbas federais e estaduais, ultrapassaram R$ 46 milhões. Este ano já foram R$ 3 milhões do município e R$ 12,7 milhões do Estado e da União. Segundo os dirigentes do Hospital, o dinheiro que entra, sai e, muitas vezes, é insuficiente para a cobertura de insumos básicos, serviços diversos e custeio com profissionais e outras despesas constantes e crescentes.