Ex-servidora do legislativo fala na “Tribuna Livre” sobre perseguição sofrida depois que denunciou vereador por assédio sexual

Na plateia manifestantes portaram cartazes pedindo justiça; presidente da Câmara afirma que arquivou acusação por questões regimentais e não políticas

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Na Câmara, terça-feira passada (12) os vereadores se depararam com cartazes levados por alguns manifestantes, que diziam: “Assédio sexual é crime!”, “Respeitem as mulheres!” e “A sociedade exige justiça!”. A referência é para a denúncia contra o vereador Lacimar Cezário (PSD), o Três, de suposto assédio ou importunação sexual contra a estagiária jurídica Luana Batista Amaral, ocorrida no mês passado. Na reunião anterior do legislativo, a moça tentou falar no espaço denominado “Tribuna Livre”. O presidente Alexandre Campos (União Brasil) indeferiu a participação alegando inconformidade de sua inscrição com prazos regimentais. O impedimento da fala de Luana foi questionado por vereadores da oposição e o presidente da Mesa foi acusado de censurar a “participação popular”, diferente de outras oportunidades em que oradores fizeram uso da palavra até mesmo sem inscrição prévia.

Nesta terça-feira (12) a estudante de Direito, exonerada do estágio na Câmara, falou do assunto, de maneira superficial, afirmando que foi abordada de forma desrespeitosa pelo vereador e que ao reclamar com a direção da Casa e pedir providências da Comissão de Ética, não obteve respostas. Afirmou ainda que foi perseguida, afastada do cargo e exposta à execração pública, como se fosse a culpada. Para Luana, a perseguição começou quando disse não compactuar com “erros” cometidos naquela casa legislativa, entre os quais o episódio contra o vereador. Luana chorou ao relatar a situação e disse que está sob forte pressão emocional e hoje só quer que tudo acabe, que ela possa continuar em sua profissão, promovendo a justiça e trabalhando para manutenção de sua família.

Alexandre Campos se antecipou à fala da ex-estagiária na Tribuna Livre com leitura de trechos do Regimento interno da Câmara para justificar suas decisões, inclusive de não encaminhar a denúncia à Comissão de Ética. Novamente os vereadores da oposição Antônio de Miranda (PSC), Edênia Alcântara (PDT), Gustavo Dornas (Patriota) e Kaio Guimarães (PSC), se manifestaram contra a deliberação da presidência e pediram que ele reconsiderasse o posicionamento. O presidente afirmou que não voltaria atrás e que as contestações dos colegas e da própria moça fossem questionadas na justiça.

Direita apoia denúncia contra o vereador

Na galeria, entre as pessoas presentes o ex-candidato a prefeito Emanuel Ribeiro (Republicanos) e membros do grupo Movimento Conservadores Cristãos. Ribeiro divulgou vídeo nas redes sociais falando da denúncia de assédio sexual, da participação da servidora da Câmara na ‘Tribuna Livre” e convidou as pessoas a irem cobrar justiça.

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