Auditoria no Hospital está concluída e empresa de São Paulo deve assumir a direção

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O prefeito Neider Moreira (PSD) participou essa semana, juntamente com a direção da Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira de uma reunião onde foram apresentadas as primeiras informações sobre a situação econômico-financeira da instituição a partir de uma auditoria feita por uma empresa contratada pela Prefeitura. Em entrevista ao Jornal S’PASSO, o prefeito afirmou que ainda não existem os dados compilados da auditoria, mas já foram constatadas fragilidades administrativas, tanto na área de recursos humanos, como em processos e procedimentos internos, que precisam ser fortalecidos. Os resultados finais devem demandar mais uns dez dias e a partir de então o município, através da Secretaria de Saúde irá orientar a intervenção no Hospital Manoel Gonçalves. “Estamos preparando uma situação por entendermos que é preciso profissionalizar a gestão do Hospital. Não queremos fazer uma intervenção direta, pois isso fará com que o problema seja trazido para dentro da Prefeitura. Queremos que a empresa, Pró-Saúde, de São Paulo, seja contratada para gerir o Hospital. Essa empresa faz a gestão da Santa Casa de Curitiba, desde 2015. O primeiro lucro da instituição veio no ano de 2017. A proposta é que uma equipe dessa empresa venha para cá, fique uns dois anos e reorganize administrativamente o Hospital, profissionalizando a gestão”, explica.

Segundo Neider, a intervenção será feita através do Conselho Comunitário da instituição com anuência do Ministério Público, que é o fiscal nato da fundação mantenedora da Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira.

O prefeito explica que em outros tempos o Hospital Manoel Gonçalves deu lucro contábil, porém, com o déficit que existe desde 2015 em decorrência do não reajuste da tabela SUS, os hospitais regionais, como é o caso da instituição itaunense, ficaram prejudicados. “80% do atendimento do Hospital de Itaúna são do SUS. Isso dificulta muito conseguir dar sustentabilidade à instituição. Será preciso trazer algumas operadoras de serviços de atendimento médico para dentro do hospital, para equilibrar a receita, mantendo a filantropia com uns 60% de atendimento do SUS. Isso só conseguiremos com uma gestão altamente profissionalizada na área hospitalar”, reforça.

Aporte financeiro de R$ 2 milhões para que Hospital tenha fôlego

Neider esclarece que como o Conselho Curador do Hospital Manoel Gonçalves pediu demissão e nenhum membro do Conselho Comunitário quis assumir a tarefa, a situação ficou insustentável. A decisão é buscar uma gestão profissionalizada para poder assumir a instituição. “Iremos apresentar o plano de ação para o Ministério Público e solicitar autorização, junto com o Conselho Comunitário, para seja feita a intervenção. Isso deve ser feito em, no máximo, próximos 15 dias”, revela.

Enquanto a intervenção não acontece a Prefeitura viabilizou um aporte financeiro para o Hospital, com o repasse, por meio de decreto de calamidade pública, de R$ 2 milhões para saldar pagamentos em atraso de fornecedores e prestadores de serviços, como médicos, enfermeiros etc. “Colocamos a casa em ordem, pois sabemos da importância do hospital para Itaúna e para a microrregião. Essa situação foi possível porque temos feito uma gestão fiscal extremamente rigorosa que nos permite fazer o repasse”, salienta.

Melhoria da qualidade do serviço, com mais profissionais e atendimentos

Para o cidadão que utiliza dos serviços do hospital, o prefeito garante que a intervenção irá proporcionar melhoria na qualidade do atendimento e aumento da complexidade dessa instituição. Na sua avaliação, implantar uma gestão profissional em administração hospitalar nesse momento torna-se algo absolutamente necessário. E, também, haverá contratações de mais profissionais a partir da intervenção, sendo que a primeira delas é a vinda da empresa Pró-Saúde para dentro do hospital, implantando as modificações que já estão identificadas e que precisam ser feitas. A empresa é que irá administrar o Hospital Manoel Gonçalves com prestação de contas ao Conselho Comunitário.

Usina de oxigênio

Uma das questões urgentes levantadas pelo prefeito é quanto a uma usina de oxigênio que está inativa no Hospital. “Por causa da pandemia, o contrato que o Hospital tem para fornecimento de oxigênio ficou muito oneroso. “É um contrato leonino em que a instituição paga R$ 12,00 por metro cúbico de oxigênio, ou seja, três vezes o valor de mercado. O documento foi assinado na época da pandemia e a empresa se recusa a rescindir o contrato. Dessa forma, a rescisão terá que ser feita de forma unilateral, por meio judicial. Após isso, o Hospital deverá fazer o upgrade da usina que mantém, pois a produção própria de oxigênio é muito mais barata”, esclareceu Neider.  

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