Dirigente do Conselho Tutelar expõe situação do órgão e aponta dificuldades para atender demandas

Amanda Moura justifica ausência em reunião que debateu violência contra crianças e adolescentes e afirmou que para algumas autoridades esse serviço não é essencial

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A presidente do Conselho Tutelar de Itaúna, Amanda Maria de Moura, usou a Tribuna Livre da Câmara Municipal no início da semana para esclarecer dúvidas acerca do órgão, levantadas recentemente em reunião, realizada no hospital de Itaúna, que motivou um pedido de informações da vereadora Edênia Alcântara (PDT). Amanda estava acompanhada de outros membros do Conselho Tutelar, eleitos em 2020 para um mandato que se encerra esse ano.

Na Tribuna, a conselheira afirmou que teria assunto para muitas outras reuniões, “umas cem”, no entanto estava ali a fim de esclarecer o questionamento feito pela vereadora sobre a ausência de representantes do órgão na reunião para tratar de violência contra a criança e adolescente, no dia 15 de fevereiro. Segundo ela, não foi feito qualquer convite ou convocação. Não é incomum, disse ela, o Conselho Tutelar não ser chamado a participar de eventos que, a rigor, dizem respeito ao trabalho que executa. Nem mesmo atividades de inauguração de espaço de crianças, palestras e seminários sobre a infância e juventude, os organizadores lembram que o Conselho existe.

“O Conselho Tutelar não é um órgão essencial, como já ouvimos algumas vezes de algumas autoridades”, queixou-se.

Ameaças e conselheiros escoltados

Amanda Moura aproveitou para dizer que o Conselho trabalha 24 horas e se não faz mais é por falta de equipamentos, como um veículo e motorista em tempo integral. Ela fez reparos a atitudes da própria Secretaria de Desenvolvimento Social que tem postergado o atendimento de suas demandas. Também da Polícia Militar, que em algumas vezes em que foi solicitada a viatura, afirmou que a mesma “não é taxi do Conselho Tutelar.

“Somos um órgão que atende a população mais vulnerável. Sofremos ameaças, tivemos que sair escoltados muitas vezes e se não há deslocamento de algum conselheiro em atendimento de alguma demanda, é porque a criança está acompanhada de um familiar que não é o agente violador, assim, não precisa de um conselheiro acompanhando”, explicou.

Vereadora promete trabalhar junto

A vereadora Edênia esclareceu que também participou da reunião citada, no dia 15 de fevereiro, como convidada e que a justificativa do pedido de informação sobre a não participação do Conselho Tutelar foi porque houve questionamento sobre isso. Prometeu que irá continuar auxiliando o Conselho na reivindicação de demandas.