Duas chapas estão na disputa pela direção do SindUTE de Itaúna

Eleição acontece no período de 24 a 28 de abril; candidatas falam ao Jornal S’PASSO e opinam acerca da violência nas escolas

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Já estão em campanha as duas chapas que concorrem à direção da subseção de Itaúna do SindUTE – Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação, no período de 24 a 28 de abril. A Chapa 1, denominada Resistência Sindical na Educação, que tem como coordenadora a atual presidente Maria das Graças Gonçalves e a Chapa 2, RenovAção, liderada por Mônica Regina dos Santos.

A sub sede do SindUTE, que abrange Itaúna, Mateus Leme, Azurita, Serra Azul e Itatiaiuçu, conta com 493 filiados e o número de eleitores aptos a votar é de 406.

O Jornal S’PASSO entrevistou as duas candidatas à direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, Maria das Graças e Mônica Regina. As questões foram as mesmas para as duas candidatas:

Maria das Graças Gonçalves

OLHO

A líder da Chapa 1, Maria das Graças Gonçalves, é professora aposentada, advogada, formada em RH pela Universidade de Itaúna. Em 2000 foi convidada a fazer parte da diretoria SindUTE, na sub sede de Itaúna, passando assim a ser filiada e começando sua militância sindical. Trabalhou como chefe de departamento em empresa privada e, simultaneamente, ministrando aulas com vínculos estadual e municipal. Em 2003, participou da chapa da diretoria eleita como coordenadora para exercício 2004/2006 e não saiu mais da militância e participação sindical, sendo reeleita em todos os pleitos realizados.

Para o próximo mandato a Chapa 1 tem como candidatos: Maria da das Graças Gonçalves – Coordenadora; Bruno dos Reis Gonçalves – Depto. de Comunicação e Cultura (Mateus Leme e região); Claudemir Henrique Silva – Depto. Comunicação e Cultura; Márcia de Oliveira Dias Nascimento – Depto. Redes Municipais; Maria das Graças Assis Rosa – Depto. Aposentados e Assuntos Previdenciários; Maria de Fátima Oliveira e Sousa – Depto. Administração Financeira; Maria Imaculada Pio de Queiroz – Depto. Aposentados; Marilda Saraiva Vilela Faria –  Depto. Política Social e Meio Ambiente; Sônia Maria Fonseca –  Depto. Assuntos Jurídicos e Legislativos; Suely Patrícia Fonseca Rodrigues –  Depto. Organização; Welshman Gustavo Pinheiro – Depto. Formação Pedagógica e Sindical.

Jornal S’PASSO – Por que sua candidatura à coordenação do SindUTE Itaúna? Você já disse que queria passar adiante a coordenação da entidade. Quais são as motivações dessa candidatura?

Maria das Graças – O que me impulsiona a continuar a luta sindical é porque sempre acreditei na Educação como forma de transformar o mundo para melhor. Como estamos com muitas demandas judiciais gostaria de participar da finalização como “coroação” e certeza de dever cumprido.

Jornal S’PASSO – Na sua opinião, qual é a importância do sindicato? O SindUTE precisa ocupar quais espaços? O que falta para que isso aconteça?

Maria das Graças – O SindUTE é importante para a defesa de todas as categorias da Educação, seja municipal ou estadual, sempre pautado nas leis. Ocupa espaços estabelecidos no Estatuto Sindical respondendo as demandas que surgem.

Jornal S’PASSO – Vivemos um momento em que a educação, além de questões estruturais referentes à valorização dos profissionais, passa por problemas de violência em escolas em que as vítimas, primeiramente, são os professores e os alunos. O que fazer diante disso?

Maria das Graças – Precisamos conscientizar a sociedade sobre a valorização da Educação para desenvolvimento do País, Estados e Municípios.  Também ações eficazes por parte dos governos para coibir a violência e assédio nas Escolas. Sindicato forte é Sindicato que luta por sua categoria.

Mônica Regina dos Santos, da Chapa 2, é analista educacional e professora de Sociologia, aposentada em 2020, com 31 anos de serviço. Militante do SindUTE desde 1987 e do PSOL é idealizadora do Projeto Gelateca Solidária em Itaúna, para onde trouxe também o projeto da Casa Socialista.

Os componentes da Chapa 2 são: Mônica Regina dos Santos – Cooordenadora; Adriana Almeida – Depto. Formação Política e Sindical; Viviane Capistrano – Depto. Organização; José Geraldo – Depto. Administrativo e Financeiro; Nádia Moura – Depto. Comunicação e Cultura; Tânia Lucinda – Depto. Aposentados e Assuntos Previdenciários; Sirlene Caetano – Depto. Assessoria Jurídica e Sindical; Vilma Ribeiro – Depto. Funcionários de Escolas, SRE’s, Órgão Central e Secretaria de Educação; Terezinha Nicolau – Depto. Redes Municipais; Adauto Magalhães – Depto. Políticas Sociais e Meio Ambiente.

Jornal S’PASSO – Qual a razão da sua candidatura à coordenação do SindUTE Itaúna?

Mônica Santos – entendemos que a atual gestão do SindUTE – subsede de Itaúna já deu a sua contribuição e que o nosso sindicato precisa de “sangue novo”, de uma diretoria mais dinâmica, mais transparente, mais combativa e que dialogue mais com a categoria para que possamos avançar nas muitas lutas que precisamos fazer por mais dignidade e valorização das e dos trabalhadores da Educação de Itaúna, Itatiaiuçu e Mateus Leme.

Jornal S’PASSO – Na sua opinião, qual é a importância do sindicato? O SindUTE precisa ocupar quais espaços? O que falta para que isso aconteça?

Mônica Santos – Somos o segundo maior Sindicato do Brasil, temos uma história de muitas lutas, conquistas e também derrotas que muito nos ensinaram e ensinam. Em nível estadual, o sindicato é respeitado e sempre chamado a se posicionar sobre as temáticas relacionadas à Educação! Em Itaúna, a Chapa 2 – RenovAÇÃO entende que o SindUTE precisa se posicionar e dialogar mais com a categoria e com a sociedade em geral para ser reconhecido e respeitado e para ser, de fato, a voz da Educação itaunenense. Lembrando que, em vários municípios o SindUTE representa também os trabalhadores da Rede Municipal de Educação e que isso pode vir a acontecer aqui, se for desejo da maioria desses trabalhadores que, com certeza, fortaleceriam o nosso sindicato e contariam com um sindicato mais forte e mais voltado para as lutas específicos da Educação.

Jornal S’PASSO – Viemos um momento em que a educação, além de questões estruturais referentes à valorização dos profissionais, passa por problemas de violência em escolas em que as vítimas primeiro são os professores e os alunos. O que fazer diante desse cenário

Mônica Santos – O primeiro ponto que julgamos importante ressaltar é que esses ataques, ameaças e assassinatos não eram comuns em nosso país antes do governo Bolsonaro que, lamentavelmente, implementou no país o discurso de ódio, a violência, o armamento indiscriminado de pessoas despreparadas, enfim, banalizou os ataques à vida e à dignidade dos cidadãos. Desde então, a extrema direita tem se dedicado também à difamação, criminalização e demonização dos educadores e das escolas, o que, na nossa avaliação, junto com outros fatores, é uma das causas dessa onda de terror que amedronta educadores, famílias e estudantes. Entendemos que além de lutar pela contratação de profissionais que possam cuidar da saúde mental de educadores e educandos, pelo reforço da segurança escolar, devemos também fazer uma grande campanha em Itaúna, em todas as mídias locais possíveis, de esclarecimento e valorização dos educadores e das escolas, mostrando para a sociedade as muitas e verdadeiras dificuldades das escolas e os muitos trabalhos lindos e verdadeiramente emancipatórios que nossos educadores desenvolvem. Isso para desconstruir a narrativa falsa e desonesta que demoniza nossos educadores e nossas escolas. Essa é uma das propostas do plano de ação da nossa chapa 2 – RenovAÇÃO.