Acontece neste final de semana, na área externa do Espaço Cultural Adelino Pereira Quadros, a 41ª edição da Exposição Nacional de Orquídeas, com destaque para a flor de Itaúna, a Cattleya Walkeriana. Houve uma época em que ela foi escolhida como símbolo da cidade que tem muitos admiradores e produtores que cultivam a flor. O Jornal S’PASSO conversou com o presidente da SOI – Sociedade Orquidófila de Itaúna, Antônio Fernando Guerra, sobre o evento que está acontecendo e o interesse desse grupo itaunense pelo cultivo desta flor tão delicada.
Jornal S’PASSO – Quantos são os orquidófilos de Itaúna?
Antônio Fernando Guerra – Os associados da Sociedade Orquidófila de Itaúna, que participam efetivamente das reuniões são 20, mas temos cadastrados 45. Em Itaúna, são muitas as pessoas que têm orquídeas em casa, mas não estão envolvidas com a associação, assim, não temos como precisar quantos são os orquidófilos.
Jornal S’PASSO – O que cultivam? Quais são os tipos de orquídeas?
Guerra – Cultivamos, em nível de associados, todas as espécies, micro orquídeas e híbridos. Mas a paixão do itaunense são as Cattleyas Walkerianas, que são nativas da nossa região e que fizeram Itaúna conhecida e respeitada no Brasil todo. Tem inclusive reconhecimento até por orquidófilos do Japão, onde já houve matéria publicada sobre os orquidófilos de Itaúna. Em toda exposição realizada aqui são enviadas as fotos das premiadas da Cattleya Walkeriana para representantes da Associação no Japão.
Jornal S’PASSO – O que é ser um orquidófilo?
Guerra – Representa ser uma pessoa preocupada com o meio ambiente, onde a preservação do habitat natural destas plantas precisa ser preservada. O conhecimento deste habitat cria uma sensibilidade especial em cada orquidófilo que passa a enxergar o mundo de maneira diferente. Representa ainda ser um guardião de várias espécies que muitas das vezes estão com risco de extinção na natureza, devido à exploração indiscriminada, fogo e derrubada das matas.
Jornal S’PASSO – A orquídea é uma planta difícil de ser cultivada?
Guerra – Não. É muito fácil. As orquídeas precisam principalmente de três coisas, ou seja, luminosidade adequada, umidade adequada e boa ventilação. Mas diferentemente de outras plantas, é preciso conhecimento e conhecer o habitat natural é um diferencial para o sucesso.
Jornal S’PASSO – As orquídeas cultivadas em Itaúna têm grande valor comercial?
Guerra – Não, diferentemente do passado, onde somente pessoas de posse podiam cultivar orquídeas, hoje, devido a reprodução em laboratórios especializados, são geradas grandes quantidades de plantas. Os valores estão variados entre R$ 15,00 a R$ 100,00 a muda. Estes valores dão a possibilidade de grande parte da população ter acesso ao cultivo das mais variadas espécies desta planta, o que tornou a orquidofilia muito popularizada. O valor hoje está mais relacionado a estima de determinada planta e a alegria em poder cultivar tão belas plantas.