Falta de pediatras para contratar, deixa Hospital com poucos profissionais no Pronto Socorro

Secretário de Saúde explica que o problema está sendo resolvido, mas que existem poucos profissionais para a grande demanda

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Mais uma vez um dos assuntos de maior destaque nas falas dos vereadores, na reunião no início dessa semana, foi o Plantão 24 horas do Hospital Manoel Gonçalves. Primeiramente foi a vereadora Márcia Cristina Santos (Patriota) quem denunciou que, por mais de uma vez, houve falta de atendimento no serviço destinado à pediatria. Crianças com quadro de gripe forte, dor de garganta e febre voltaram para suas casas sem atendimento, em dias diferentes. A vereadora afirmou que as denúncias indicam que numa ocasião médicos de plantão no ambulatório do Hospital recusaram a fazer a consulta porque não são pediatras; em outro caso, “parece que o médico estava dormindo”. Quase todos os vereadores comentaram o assunto trazendo mais informações, inclusive com áudios de mães, relatando a falta de atendimento. Eles afirmaram que procuraram o novo provedor da Casa de Caridade, Maurício Nazaré, e que este se comprometeu a buscar soluções.

Direção do Hospital não quis se pronunciar

Na edição passada o Jornal S’PASSO trouxe matéria sobre a falta de atendimento pediátrico no Hospital Manoel Gonçalves, depois que a vereadora Márcia fizera a denúncia. A direção da instituição, por meio da assessoria de imprensa, negou dar qualquer declaração sobre o assunto. Essa semana a reportagem procurou o secretário municipal de Saúde Fernando Meira de Faria para falar sobre o problema. Ele afirma que a necessidade e a obrigação do médico pediatra no Pronto Socorro dizem respeito a uma resolução do Estado de Minas Gerais do ano passado, que começou a vigorar em janeiro desse ano, segundo a qual hospitais do porte de Itaúna, ou maiores, devem ter a presença desse profissional no atendimento de rotina.

“A partir desta determinação, houve a contratação de pediatras para as portas de urgências, as UPAs, os prontos-socorros, o que gerou uma demanda muito grande por esses profissionais em todo o Estado. A situação que é vivenciada em Itaúna não é diferente de outras cidades da região. Está faltando é oferta de pediatras que queiram prestar esse serviço. As cidades estão aumentando os salários, demandando de outras regiões, mesmo assim não está sendo possível cumprir todas as escalas. A presença do médico que cuide especificamente da saúde das crianças é fundamental, qualifica o atendimento, a assistência, principalmente nessa época do ano em que há um fluxo sazonal de doenças respiratórias. Estamos trabalhando para que possamos resolver essa situação”, explicou.

Debate com empresários e direção do Hospital

Fernando Meira afirmou que para solucionar o problema, a Prefeitura tem conversado com empresários e com a direção do Hospital Manoel Gonçalves. “Esperamos resolver esse problema no mais curto espaço de tempo. Temos trabalhado junto à atenção primária de saúde, em todas as unidades, para atender as demandas, principalmente a pediátrica, que é sempre muito importante e, na medida do possível, temos conseguido. É claro que a demanda está muito grande e existe uma limitação de horário das unidades básicas, à noite e nos finais de semana, e a solução é mesmo procurar o pronto socorro. É preciso explicar que não é questão de dinheiro, de falta de pagamento; a questão é que não conseguimos encontrar profissionais pra serem contratados”, pontuou.

Espaço da Criança no Dr. Ovídio

O secretário Fernando Meira explicou que no Espaço da Criança, que funciona no Centro de Especialidades Médicas e Odontológicas Dr. Ovídio Nogueira Machado, no bairro Morada Nova, são quatro pediatras atendendo diariamente, mas é um atendimento referenciado e eletivo. “É destinado a pacientes que tenham comorbidades mais graves ou que tenham alguma deficiência que necessite de acompanhamento mais de perto, como prematuros. Mas, as unidades sempre recorrem ao Espaço da Criança para pacientes que, eventualmente, necessitem de atendimento de urgência”, afirmou.