Com muita frequência tem acontecido em Itaúna acidentes de trânsito envolvendo trens da VLI, empresa de logística que controla as concessionárias de transporte ferroviário de cargas, a Ferrovia Centro-Atlântica e a Norte-Sul. Alguns mais sérios outros não, esses acontecimentos chamam a atenção de motoristas e pedestres para os trechos por onde circulam o transporte ferroviário, além de suscitar antigas discussões de que é preciso tirar das ruas de maior movimento a circulação das máquinas com a transposição da via férrea.
Na noite de sábado (1º) um ônibus do transporte coletivo Viasul se envolveu em uma colisão com uma locomotiva em Itaúna. O acidente aconteceu na travessia da Rua Silva Jardim. O motorista de 36 anos, conduzia o ônibus e atravessou a linha férrea sem perceber a proximidade do trem, resultando em uma colisão grave.
Dentro do coletivo estavam três passageiros, sendo dois homens de 64 e 18 anos, e uma mulher de 16 anos. Todos os ocupantes sofreram ferimentos leves e foram prontamente socorridos pelas equipes do Corpo de Bombeiros Militar e do SAMU. O impacto foi tão intenso que o ônibus foi arrastado e atingiu um automóvel VW/Virtus, que aguardava a passagem da locomotiva. Felizmente, o condutor do automóvel não sofreu ferimentos.
A VLI emitiu uma nota oficial sobre o acidente, esclarecendo que registrou a ocorrência ferroviária na passagem em nível Silva Jardim e que a equipe de Segurança Operacional da empresa havia solicitado a parada do ônibus no momento do ocorrido, o que não foi obedecido pelo motorista. A empresa reforçou a importância de respeitar a sinalização e os procedimentos de segurança antes de atravessar uma linha férrea.
O que fazer para diminuir esses acidentes e os sustos que eles causam nas pessoas, envolvidas ou não com as colisões? O Jornal S’PASSO foi atrás dessas respostas.
Atenção! Pare, olhe e escute!
A Assessoria de imprensa da VLI respondeu à reportagem que a maioria das ocorrências poderia ser evitada com a adoção de um comportamento seguro em relação à linha férrea. A atenção é o principal fator para se evitar um atropelamento ou colisão. A empresa justifica que os procedimentos de segurança são constantes, ressaltando que os trens só passam dentro da área urbana com velocidade reduzida.
Os faróis da locomotiva permanecem acesos para chamar a atenção de motoristas e pedestres, tendo como foco a prevenção de ocorrências ferroviárias. Diante de qualquer situação iminente de acidente, o condutor da máquina aciona os freios de emergência. E alerta que ao ver um trem, motoristas e pedestres devem aguardar a passagem dele.
“Além disso, vale ressaltar que, conforme o artigo 29 do Código de Trânsito Brasileiro, os veículos que se deslocam sobre trilhos têm preferência de passagem sobre os demais, respeitadas as normas de circulação. A VLI estimula a prevenção e conta com a atenção de todas as pessoas no momento da travessia. Há um trabalho constante para prevenir acidentes na linha férrea, promovendo projetos de educação e estímulo à conscientização e ao comportamento seguro de moradores, motoristas, ciclistas e motociclistas. São diversas campanhas ao longo do ano, como o ‘Maio Amarelo’, que já faz parte do calendário fixo da empresa. A companhia orienta e estimula o desenvolvimento das comunidades, ao mesmo tempo que reforça a importância de segurança e ferrovias caminharem sempre juntas. É importante que todos, pedestres e motoristas, sigam orientações que garantam uma travessia segura dos cruzamentos”, salienta.
A VLI reforça antigas informações para que os acidentes com o transporte ferroviário não aconteçam. São alguns cuidados diários por motoristas e pedestres que poderão evitar acidentes e preservar vidas, como: respeitar a sinalização, parar, olhar e escutar antes de cruzar a linha férrea; não estacionar veículos perto do trilho; abaixar os vidros e o som do carro antes de cruzar a linha; se escutar a buzina do trem, ficar atento e esperá-lo passar. Só atravesse a linha férrea em locais seguros e sinalizados.
Motoristas treinados e preparados
A gerente superior de Trânsito e Transportes do município, Cíntia Valadares, declarou ao Jornal S’PASSO que essa situação diz respeito ao progresso da cidade nos vários segmentos que vem alterando o comportamento das pessoas. “Itaúna possui quase 100 mil habitantes, uma frota circulante de 70 mil veículos automotores. Soma se isto a novas regulamentações da ANTT, que obrigam a concessionária da ferrovia a diminuir a velocidade da máquina no perímetro urbano, fazendo o trem passar mais devagar, aumentando um pouco o tempo de espera dos motoristas. É urgente a tomada de providências para conter os acidentes. É urgente a preparação e treinamento de motoristas, principalmente os profissionais para lidarem com o problema”, avalia.
Ações educativas e equipamentos
Cíntia explica que a Prefeitura, juntamente com a concessionária do serviço de transporte ferroviário, está viabilizando ações e parcerias para mudar o cenário de acidentes com trem no Município. “Estamos ainda em fase de tratativas para execução de ações educativas, com projetos educacionais, e instalação de equipamentos que irão mitigar os acidentes e quase acidentes no município”, revelou.
Projetos
A equipe da empresa VLI Multimodal esteve em Itaúna esta semana para assinatura de dois importantes projetos: o “Novo Trilho” vai beneficiar a comunidade com serviços a partir dos resíduos recicláveis coletados. Além de diminuir o resíduo que é descartado na linha férrea, o objetivo é fomentar associações de catadores, para que consigam ter uma boa gestão, tanto financeira quanto dos resíduos, por meio de aplicativos e softwares disponibilizados a partir do projeto.
O segundo projeto é o “Conexão Comunidade”, dividido em educação patrimonial e mobilização. O viés patrimonial busca contribuir para a valorização e o reconhecimento de elementos da cultura tradicional e ao bem patrimonial, diminuindo ações de degradação. Para isso, ele promove a capacitação de professores da rede pública, sobre como desenvolver o tema patrimônio em sala de aula e possibilita aos alunos conhecerem e redescobrirem os locais onde moram e que formam parte de sua história como cidadãos.
