28 de julho, Dia do Agricultor

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Angela Montico Prisco, agricultora desde os 15 anos

Em 28 de julho é celebrado o Dia do Agricultor, data que homenageia homens e mulheres que dedicam suas vidas à produção de alimentos e ao cultivo da terra. Dados de 2022 mostram que, no Brasil, a população ocupada (PO) no agronegócio somou 19,07 milhões de pessoas. As informações são de pesquisas realizadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, a partir dos microdados da PNAD-Contínua e de dados da RAIS. “Esses verdadeiros heróis do campo são responsáveis por garantir a segurança alimentar e o abastecimento de milhões de pessoas ao redor do mundo”, ressalta Fernando Carvalho Oliveira, engenheiro agrônomo e responsável técnico pelos adubos orgânicos da Tera Nutrição Vegetal.


Os agricultores brasileiros atuam em ampla variedade de cultivos, desde grãos como soja, milho e arroz, até frutas, legumes, verduras, café, cana-de-açúcar e muitos outros produtos que abastecem tanto o mercado interno quanto o externo. Apesar dos muitos desafios enfrentados, têm mostrado capacidade admirável de inovação e adaptação.


A agricultura moderna tem se beneficiado dos avanços tecnológicos, com a utilização de maquinário sofisticado, técnicas de irrigação eficientes, monitoramento via satélite e, principalmente, o uso de insumos sustentáveis. Essas práticas têm contribuído para aumentar a produtividade e a qualidade das lavouras e produtos, além de minimizar os impactos ambientais.


“A agricultura é um dos pilares da economia nacional e desempenha um papel fundamental na geração de empregos e no desenvolvimento social e econômico de diversas regiões. Por isso, é muito importante que haja o desenvolvimento e a adoção de novas práticas com relação ao cultivo, pensando na sustentabilidade da atividade”, observa Fernando. Uma dessas frentes de inovação diz respeito aos insumos, como os fertilizantes da Tera, produzidos a partir do reaproveitamento do lodo gerado no tratamento de esgoto, num processo de economia circular. De modo sustentável, a empresa transforma um passivo ambiental, antes indesejado, em adubos ricos em matéria orgânica e nutrientes, que podem ser utilizados em todos os tipos de plantações.


Além de seu papel vital na produção de alimentos, os agricultores também têm um vínculo intrínseco com a preservação ambiental e a sustentabilidade. “Percebemos que os produtores estão cada vez mais interessados em aderir a novas técnicas e manejos ecologicamente corretos. Por meio de práticas de conservação do solo e uso adequado dos recursos naturais, eles contribuem para a proteção da biodiversidade, a mitigação das mudanças climáticas e a promoção do desenvolvimento sustentável”, enfatiza o engenheiro agrônomo.

Mulheres no Agro

É visível o crescente destaque feminino em cargos e atividades que antes eram majoritariamente masculinos. No setor agropecuário, no qual essa diferença é culturalmente mais forte, o número de produtoras na condução de propriedades rurais cresceu 38% de 2006 a 2017, segundo o último Censo Agropecuário, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


É o caso da Angela Montico Prisco, de 56 anos, agricultora desde os 15. Ela iniciou a atividade para ajudar na propriedade dos pais e atualmente cultiva caqui e goiaba tailandesa em seu sítio na cidade de Itatiba, interior de São Paulo. “A mulher na agricultura é uma parceira muito importante. Acredito que temos uma visão diferenciada do negócio. Somos mais cuidadosas, atentas às novidades do mercado e às questões sustentáveis”, destaca.


Há quatro anos, Angela utiliza os adubos orgânicos em sua propriedade e avalia que o insumo melhorou o crescimento dos pés de frutas, aumentou a produção por hectare e o tamanho e preenchimento dos frutos. Ademais, houve significativa economia com adubos químicos e ganhos ambientais proporcionados pelo composto.
 

A agricultora explica que os desafios para produzir são grandes. “É o clima que não favorece, as dificuldades em controlar as pragas, a mão de obra escassa, a demanda do produto, as chuvas de granizo e as intempéries. Muitas vezes, pensei em desistir. Mas, algo me faz superar tudo e começar novamente, com muita esperança e fé de que vai ser melhor”. E completa: “Ser agricultor é ser perseverante. É cuidar do solo com muito carinho e dedicação o tempo todo. É dar amor à terra. Minha alegria é ver os pés de frutas carregados, com frutos sadios e vistosos. Quando isso acontece, vejo que valeu a pena todo o trabalho e esforço”.

Atividade de gerações

Paulo Yukio Serikawa, da cidade de Franco da Rocha/SP, é a terceira geração de uma família de agricultores. “Vi meus pais trabalhando na terra, plantando, arando, colhendo e plantando novamente. Logo me juntei a eles para auxiliar nas tarefas”, ressalta. Ele planta alface, brócolis ninja, repolho, couve-flor e couve de folhas. Salienta que, com o tempo, foi aprendendo a lidar com as lavouras, considerando o clima, o período de crescimento, controle de pragas e as diversas inovações que surgem no decorrer dos anos. Também aderiu ao uso do adubo orgânico sustentável, que utiliza há três anos.
 

Paulo enfatiza que é importante observar e compreender o momento de cada fase do cultivo para melhorar os processos. “Ao longo dos anos, tive diversos erros e acertos e até hoje continuo aprendendo. Haverá sempre situações difíceis, mas também há momentos gratificantes, como quando observamos o fruto colhido”, finaliza.