Empresários de São Paulo estão prestes a comprar a Cia. Tecidos Santanense

Trabalhadores da Coteminas em Blumenau foram à Fiesp e cobraram de Josué Gomes da Silva uma decisão para o atraso de pagamento de salários; em Itaúna a realidade é diferente, afirma uma fonte do Jornal S’PASSO

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O empresário Josué Gomes da Silva, presidente da Coteminas e diretor-presidente da Cia. Tecidos Santanense, recebeu uma comissão de trabalhadores têxteis de Blumenau, no Vale do Itajaí, que foram até São Paulo, na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), para participar de um protesto contra as decisões do grupo empresarial. O evento aconteceu na manhã de terça-feira (6) e o atraso de salários foi o motivo da manifestação de funcionários daquela unidade da Coteminas. Ao chegar à sede da Fiesp o grupo conseguiu uma agenda para conversar pessoalmente com o empresário Josué, que é, também, presidente entidade. O resultado da reunião ainda não foi divulgado, entretanto, em Itaúna, a situação dos trabalhadores da Cia. Tecidos Santanense permanece na mesma. Os empregados estão afastados, sem receber o salário e os benefícios; e sem nenhuma informação da diretoria da Companhia. O Jornal S’PASSO perguntou se os desdobramentos dessa pressão direta dos trabalhadores de Blumenau poderão significar também uma resolução para Itaúna. Uma fonte da empresa, que prefere não se identificar, revelou à reportagem que são situações antagônicas, a forma como o empresário Josué trata outras empresas do grupo Coteminas é diferente do tratamento dispensado à Santanense. O cenário de Blumenau “é de falência, praticamente, não existem interessados numa compra dos ativos e passivos de uma empresa gigante sem muitos produtos e mercado”, o que não é o caso da indústria centenária de Itaúna, que tem perspectiva. “Para a Santanense desenha-se uma venda. O Josué esteve pessoalmente em Itaúna na sexta-feira passada, desceu de helicóptero no aeroporto José Nogueira, juntamente com pretenso comprador, de outro grupo têxtil de São Paulo e visitaram a fábrica. Ontem tiveram uma reunião sobre essa venda… na realidade ontem eles tiveram reunião com os dois pretensos compradores da Santanense. Não temos ainda o desfecho dessas reuniões. Então, lá (em Blumenau) a situação é de falência, desesperadora, para nós em Itaúna, embora a situação atual também é desesperadora, principalmente para quem trabalha e depende do salário, a gente vê uma perspectiva de venda. A Santanense é uma empresa menor, que tem muitos interessados em comprar, é uma empresa vendável, e nos parece que ele vai entregar. Só que essas coisas não acontecem da noite para o dia, vamos precisar de muita paciência para suportar os próximos dias. Não será fácil, mas é o cenário que se desenha”, esclareceu.

Ministério do Trabalho quer reunião com os empresários

A líder do movimento dos trabalhadores da Santanense, Vilaine Carvalho, explicou ao Jornal S’PASSO que ainda não tem nenhuma informação por parte da direção da Cia. Tecidos Santanense. O representante do Ministério do Trabalho, Carlos Calazans, que esteve em Itaúna na semana passada, garantiu que está em andamento o encontro dele com os dirigentes da empresa, inclusive o diretor Josué Gomes da Silva. Essa reunião deverá acontecer nos próximos dias, como quer Calazans.