Um evento realizado em Itaúna, na Praça Celi, no bairro Nogueira Machado, denominado “Gay Day” tem causado polêmica com postagens em redes sociais com críticas aos organizadores. Numa das atividades do evento, em defesa da causa LGBT, foi feita uma performance em que a artista Graya Vogan se veste com o manto de Nossa Senhora enquanto é coroada ao som da música “Hallelujah”, de Leonard Cohen. Ao lado, a suposta homenagem e um petitório da comunidade LGBT – tantas vezes perseguida pela insanidade de ações violentas – à santa dos católicos numa frase: “Rogai por nós!”
Para muitos, principalmente políticos da extrema direita, o ato foi ofensivo e desrespeitoso com a Mãe de Jesus. Por outro lado, políticos da esquerda, que apoiaram o evento desde a sua organização, não houve ofensa e nem desrespeito, mas uma “singela homenagem” à Nossa Senhora, que é de todos/todas, também de gays, lésbicas, prostitutas, mendigos etc., não somente de homens e mulheres heterossexuais, dos representantes da classe dominante.
Na Câmara Municipal, o assunto foi trazido pelo representante da extrema direita e pastor evangélico Kaio Honório Guimarães (PMN) que reproduziu parte do discurso já conhecido das redes sociais por outros membros desse grupo extremista. Ao final ele solicitou que a Câmara instalasse uma “Comissão Especial” para apurar se houve mesmo desrespeito à religião católica em desacordo ao artigo 208 do Código Penal. O vereador afirmou que mais que manifestação artística, o evento na Praça Celi foi um ato político de grupos da esquerda local.
Indicados à Comissão Especial não querem participar
Imediatamente à solicitação de Kaio Honório Guimarães, o presidente do legislativo, Nesval Júnior (PSD), indicou três vereadores (Aristides Ribeiro, Joselito Gonçalves e Gustavo Barbosa) para comporem a ‘Comissão Especial’. Imediatamente Joselito pediu para não fazer parte da mesma e Gustavo também se colocou refratário à solicitação dizendo que “comissão especial e nada é a mesma coisa”, já que os convocados não comparecem e não se apura nada.
“Crime é o que a Câmara faz com a comunidade LGBT”
Para a vereadora Edênia Alcântara (PV), uma das organizadoras do evento pró-LGBT, não houve nenhum excesso e muito menos desrespeito. “Nossa Senhora é mãe de todos e de todas. Foi feito um recorte maldoso do evento e compartilhado nas redes sociais”, reclamou. Entende a vereadora que crime não é a manifestação LGBT, “crime é o que o Câmara faz com a comunidade LGBT”. Ela se refere às pautas em favor dessa causa que são frontalmente derrubadas pela quase totalidade