Mais uma produção do cinema itaunense, o curta “Eles vêm à Noite”, tem pré-lançamento no dia do aniversário do município

O filme tem roteiro de Genaton Gonçalves e, direção dele e de Guto Aeraphe. No elenco estão Jerry Magalhães, Regina Glória e Tiago Caetano

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O nosso cinema está acontecendo novamente e, mais uma vez, uma produção itaunense é lançada. Desta vez o curta “Eles vêm à noite”, de Genaton Alex Gonçalves, com direção dele e de Guto Aeraphe.  Genaton é um itaunense, que nasceu em Divinópolis. Ele faz questão de dizer que só nasceu naquela cidade, toda sua vida está ligada a Itaúna. O jovem é graduado em Administração com ênfase em Marketing e Negócios e também em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, e, pós graduado em Auditoria Contábil e em Pós-produção para Cinema, TV e Novas Mídias.

Genaton Gonçalves trabalha em uma instituição financeira há mais de 20 anos onde desempenhou diversas funções, inclusive como funcionário da equipe de comunicação, gravando e editando vídeos e hoje é analista e atua na área de TI, mais especificamente em ciência de dados.

Ele falou à reportagem do Jornal S’PASSO sobre o novo filme “Eles vêm à noite”, que teve pré-lançamento na noite da última segunda-feira (16), na sede da Associação Cultural Vânia Campos (ACVC), no bairro Morro do Sol.

O começo da caminhada

Minha paixão pelo cinema começou ainda na infância. Ficava assistindo a filmes orientais que eram exibidos no programa “Faixa Preta” e a filmes de terror, da produtora britânica Hammer, que eram exibidos em a Casa do Terror. Os seriados ou enlatados americanos daquela década, como Super Máquina, McGyver, Trovão Azul, Águia de Fogo, dentre outros e os animês como Patrulha Estelar, Pirata do Espaço e Speed Racer, também foram importantes para minha queda pelo audiovisual.

Mas o momento em que essa paixão se tornou amor foi quando assisti, no extinto Cine Palladium de BH, ao filme E.T. o Extraterrestre, dirigido pelo Spielberg. Para quem não conheceu o Palladium, ele era um cinema com capacidade para quase mil pessoas e uma tela que não perdia nada para o IMAX. A magia das imagens projetadas naquela enorme tela e as emoções que elas despertavam em mim me marcaram profundamente. Com o passar do tempo o desejo de poder despertar nas pessoas as mesmas emoções que eu sentia foi crescendo.

A paixão, também, pela música do cinema

Enquanto meus colegas de escola compravam LPs do Michael Jackson, eu comprava trilhas sonoras de filmes, não só das canções indicadas ao Oscar, mas discos como, por exemplo, do filme Indiana Jones e a Última Cruzada, cuja trilha foi composta pelo mestre John Williams.

A parceria com o Guto Aeraphe

A adolescência passou e a realidade caiu como uma bigorna em minha cabeça: como um mineiro do interior poderia trilhar uma carreira na indústria cinematográfica em um país que tinha pouquíssima tradição nesta arte? Mas no meio do caminho tinha o Guto Aeraphe. Nós nos encontramos em um movimento religioso e daí nasceu uma forte amizade. Ele fez com que eu acreditasse que essa ideia maluca de ser cineasta no interior do Brasil era possível. Desde então, fizemos diversos trabalhos  juntos como curtas-metragens “Memórias de um Barman” e “Grande Edgar”,  o longa “Segunda Pele” e o programa para TV  “Pitada de Prosa com a Concessa”. Foi por influência dele também, que acabei me inscrevendo com o roteiro de ‘Eles Vêm à Noite’ na Lei Paulo Gustavo. Quando recebi a notícia da aprovação do projeto foi pura alegria.

Um curta de terror

Como o título do roteiro já anuncia, o gênero dele é de terror. E como já disse, um dos meus primeiros contatos com o audiovisual foi assistindo a filmes deste gênero e, talvez por isso, tornou-se um dos meus prediletos. Além disso acredito que esse gênero seja tão atraente e fascinante por permitir que o espectador tenha a catarse. Isso é, ele nos permite encarar os nossos maiores medos, reais e psicológicos, como a do escuro, a de ficar só e abandonado, de ser subjugado, de sofrer violência gratuita, de insetos, doenças etc., degustando uma pipoca regada a um açucarado refrigerante, no escurinho do cinema.  O melhor de tudo é que depois você se levanta, são e salvo, e volta para a sua vida cotidiana.  Por isso, escrevi um roteiro de terror.

A construção do roteiro e a produção

Não se engane, o que foi para tela é bem diferente. Guto e eu reescrevemos mais de dez versões para adequar o imaginado à realidade do orçamento. Cinema é uma arte caríssima. Além dos equipamentos serem, em sua maioria, importados e a equipe ter que ser treinada para manuseá-los, o tempo é o mais precioso. Foram muitos dias atrás da locação perfeita, da equipe concisa e motivada, de preparação com escaletas e storyboards, de atores talentosos e que se encaixem no perfil dos personagens e de ensaios com atores e câmera. E isso só de pré-produção.

Uma produção longa e bem cuidada

Já na produção temos toda preparação do set. O cuidado com segurança da equipe e da locação. A alimentação e satisfação da equipe e, finalmente, a desprodução que é quando recolhemos tudo e deixamos a locação da maneira em que a encontramos. Mas não acaba aqui. Temos ainda a última fase, a pós-produção onde entra a edição das imagens gravadas, a inserção da trilha, efeitos sonoros e visuais. Como se pode ver, é um longo caminho até para um curta-metragem. Por esse motivo tivemos tantas versões, para fazer o melhor possível com os recursos disponíveis.

Onde assistir ao “Eles vêm à Noite”?

E o resultado finalmente nasceu para o mundo e pode ser assistido no canal do YouTube da CMK pelo link ELES VEM A NOITE (youtube.com). É importante frisar que sem a Lei Paulo Gustavo esse projeto não aconteceria e eu não teria a oportunidade de conhecer e trabalhar com tantos itaunenses talentosos como os atores Jerry Magalhães, Regina Glória e Tiago Caetano, a maquiadora Amanda Marra, a diretora de arte Dani Andrade, produtor de set Márcio Costa, os assistentes Samuel Veja, Felipe Gomes e os apoiadores Penado, Edgar, Leo Souza e Cotonho (Marco Antônio de Oliveira Lara, presidente da ACVC). Espero ter mais oportunidades como esta, pois tenho mais projetos a serem realizados.