Moradores e comerciantes do centro reclamam do assédio de pessoas em situação de rua

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O Jornal S’Passo recebeu essa semana, reclamações de moradores da região Central, alegando que “o número de pessoas em situação de rua aumentou” e que, embora eles não estejam sendo vistos em áreas comuns de grande circulação durante o dia, à noite eles circulam na Praça da Matriz, Avenida Jove Soares, praça do Centro Social Urbano e nas imediações da rodoviária. 

Segundo a denúncia essas pessoas pedem dinheiro e comida nos comércios e várias se aglomeram perto da rodoviária, aguardando voluntários de projetos sociais que distribuem marmitex e lanche. 

Segundo comerciantes e moradores “alguns são bem tranquilos, chegam pedem e quando recebem a negativa saem sem causar transtornos. Porém, outros ficam agressivos, partem para agressão verbal e deixam os clientes amedrontados”, disse o dono de um bar na Avenida Jove Soares. 

Uma moradora das imediações da Praça de Esportes JK relatou que há várias pessoas em situação de rua dormindo embaixo da marquise do poliesportivo, o que tem incomodado toda região. “Eles sujam o local, urinam e mostram os órgãos genitais sem nenhum pudor. A minha preocupação é com crianças e adolescentes que frequentam o poliesportivo. Quando a gente liga para a Polícia, eles alegam que retirá-los de lá é uma atribuição da Prefeitura.

Dados variáveis

Em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Social fomos informados que “os dados sobre a população em situação de rua são variáveis, mas não excedem 40 pessoas em Itaúna”. 

Segundo a secretaria, há sempre um aumento do número de pessoas em situação de rua na cidade quando as festividades natalinas se aproximam. “Existe uma tendência natural de pessoas de cidades vizinhas, nem sempre moradores em situação de rua, virem para Itaúna com a afirmação de que as pessoas da cidade têm bom coração e gostam de ajudá-las” 

Outra alegação do Desenvolvimento Social é que, o que causa a falsa impressão de que existem muitas pessoas em situação de rua circulando na cidade, é a confusão que alguns fazem em relação às pessoas em situação de rua e os dependentes químicos, que não considerados pessoas em situação de rua, visto que estes possuem casa, família e, muitas vezes, buscam esses espaços públicos para o uso de drogas.

“Puxadinhos” nas pontes da MG-431

Na semana passada o Jornal S´Passo trouxe reportagem sobre as áreas de invasões na cidade e, dentre elas, foram identificadas duas principais: uma na ponte ao lado da Secretaria de Infraestrutura, no bairro Vila Tavares e outra também embaixo de outra ponte, no Morro do Engenho, ambas na MG-431.

Os locais são ocupados por pessoas em situação de rua, que permanecem na cidade há mais de um ano e, sem lugar para morar, fizeram “puxadinhos” com tábuas e papelão nos locais, que também contam com colchões, móveis e até eletrodomésticos. 

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social as abordagens a essas pessoas sempre são realizadas e ofertados os serviços assistenciais do município. 

Mudança do Posto do Migrante para o CREAS gera críticas de moradores do bairro de Lourdes 

Secretaria de Desenvolvimento Social diz que vai atender demandas do Posto do Migrante em três endereços distintos, “que ainda serão definidos” 

No início desta semana a prefeitura noticiou a decisão de mudar o endereço e local de atendimento do Posto Avançado do Migrante, que atende pessoas em situação de rua e migrantes que passam pelo município. O Posto que funciona no andar superior da rodoviária será fechado e passará a fazer atendimentos na sede do Centro de Referência Especializado de Assistência Social –CREAS, localizado na rua José Lara de Oliveira, 20, no bairro de Lourdes. 

A notícia ganhou repercussão entre os moradores do bairro de Lourdes, que já reclamam constantemente do número expressivo de pessoas em situação de rua ocupando a Praça do Centro Social Urbano. 

Em vídeo, o músico Marcelo da Costa Pereira criticou a decisão, dizendo que “o Creas fica longe e todas as pessoas em situação de rua que chegarem de ônibus na rodoviária terão que se locomover muito mais para conseguir apoio e passagem para o município de origem”. 

Nós, moradores do bairro de Lourdes vamos recorrer ao Ministério Público, pois não podemos assumir todos os problemas de moradores de rua da cidade. Se a rodoviária não quer o posto lá, temos que lutar para colocá-lo próximo”. 

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social disse que não solicitou a mudança do Posto Avançado do Migrante para outro endereço. “O que ocorreu foi uma solicitação da Gerência de Trânsito diretamente ao prefeito, em função de pedidos de servidores da rodoviária, bem como de alguns taxistas”. 

 “Estamos finalizando os ajustes para atender às demandas do Posto em três endereços distintos, mas já conhecidos para facilitar e agilizar o atendimento a todos que precisarem do serviço”, finalizou a nota.