O Hospital Manoel Gonçalves está enfrentando uma situação delicada por causa da superlotação do CTI e, de acordo com denúncias recorrentes, a falta de leitos para internação de pacientes é um problema que tem afetado diretamente pacientes de casos graves que precisam da instituição.
Esta semana, o caso levado em forma de denúncia para as redes sociais foi o de Marco Antônio Fiel, de 56 anos, internado no Hospital Manoel Gonçalves desde o dia 11. Ele necessita de uma cirurgia urgente, mas não há especialistas nem recursos suficientes na unidade para o procedimento. A filha de Marco Antônio relatou que o pai sofre de obstrução de 70% na carótida interna, o que bloqueia o fluxo sanguíneo e coloca sua vida em risco. Além disso, ele apresenta uma pressão arterial extremamente elevada, agravando ainda mais a situação.
Tentativas de transferir o paciente para o Hospital São João de Deus, em Divinópolis, não foram bem-sucedidas. O médico responsável indicou que a cirurgia deve ser feita na Santa Casa de Belo Horizonte, mas a transferência ainda não ocorreu. Diante da gravidade do quadro e da falta de resolução por parte do hospital, a filha procurou o Ministério Público para exigir providências urgentes, temendo pela vida do pai.
Casos semelhantes têm sido frequentes, e a população tem se mostrado cada vez mais indignada com a limitação de recursos e a escassez de leitos. Recentemente, uma família precisou pagar uma UTI móvel particular para transferir uma paciente com infarto para a Santa Casa da Misericórdia de Oliveira, já que a transferência via município não foi viabilizada. Ao chegar ao destino, a paciente apresentou complicações neurológicas severas, que a deixaram em estado vegetativo.
Solução somente com a ampliação do Pronto Socorro
A atual situação só deve melhorar com a ampliação do Pronto Socorro Municipal, prevista para aumentar a capacidade de atendimento do hospital. Atualmente, o pronto socorro atende cerca de 5.500 pessoas por mês, o que equivale a 60 mil atendimentos anuais — mais de 60% da população de Itaúna. Em outubro, o provedor do Hospital Manoel Gonçalves, Antônio Guerra, esteve na Câmara e destacou a necessidade de ampliação do pronto socorro para atender a demanda crescente. A obra prevê a construção de novas salas, leitos e áreas especializadas para diferentes tipos de cuidados.
De acordo com Guerra, a ampliação vai dobrar a capacidade de atendimento do hospital, com a criação de mais 10 leitos de CTI e o aumento de salas cirúrgicas, para dar conta do aumento das cirurgias, que passaram de 200 para 500 por mês. Além disso, o próximo passo será a implantação de 30 novos leitos no andar doado pela empresa J. Mendes. Em setembro, 90 pacientes ficaram esperando por leitos no hospital, o que representou uma média de três pacientes por dia, um número que tem crescido muito.
Emendas e recursos para obras
Na última quarta-feira, 18, foi anunciado que os vereadores destinaram R$ 1.272.432,80 em emendas impositivas para o hospital, com pagamento previsto para 2025. Também foi aprovada uma emenda no valor de R$ 1 milhão para auxiliar a administração municipal na continuidade da obra.
O médico Vinícius Guimarães Gomes destacou a importância da obra para a melhoria do atendimento à população. “O nosso pronto socorro não consegue mais atender de forma adequada e os pacientes estão sendo atendidos pelos corredores. Essa obra precisa ser iniciada o mais rápido possível”, afirmou.
O provedor Antônio Guerra completou, dizendo que a ampliação permitirá a construção de mais 10 leitos de CTI no segundo andar e novas salas cirúrgicas no terceiro, para adequar o hospital às crescentes necessidades da população.
