A presidente da Associação da Comunidade Rural de Retiro dos Farias, Marli Oliveira Dionísio, esteve na Câmara para denunciar as constantes interrupções no fornecimento de energia elétrica que afetam a comunidade rural. Durante a participação popular, Marli solicitou providências urgentes do Poder Público para resolver os problemas enfrentados pelos moradores, especialmente no que diz respeito à atuação da Cemig e empresas terceirizadas, responsáveis pela poda das árvores próximas aos postes.
De acordo com a líder comunitária, a falta de manutenção adequada tem causado graves prejuízos aos moradores. Ela relatou que, recentemente, a comunidade ficou sem energia elétrica por três dias consecutivos, afetando diretamente as atividades dos produtores rurais e causando transtornos às famílias.
Marli detalhou alguns danos causados pelos constantes apagões que têm ocorrido nos últimos meses. Um dos casos mencionados foi o de um produtor rural que perdeu mais de mil litros de leite e diversas quantidades de queijo devido à falta de refrigeração.
Outro exemplo citado foi o de um investidor que perdeu milhares de peixes em um reservatório de criação que depende da eletricidade para garantir a oxigenação. A própria Marli também foi prejudicada pelos picos de energia, que ocasionaram a queima de eletrodomésticos e a perda de diversos quilos de carne armazenados em freezers.
“A insatisfação está geral, e não foi apenas eu que tive prejuízos. Diversos moradores e sitiantes revelaram, em reunião com a associação, que já não suportam mais. Parece que estamos vivendo há 50 anos atrás quando na comunidade não tinha energia elétrica”, afirmou Marli Dionísio, expressando a frustração dos habitantes da comunidade.
A presidente pediu o apoio dos vereadores para cobrar, com urgência, uma solução da Cemig, além de pressionar as empresas terceirizadas para realizarem a poda regular das árvores.
Alexandre Campos culpa Romeu Zema pela má prestação de serviços da CEMIG
Em resposta à denúncia, o vereador Alexandre Campos (MDB), criticou fortemente o governo estadual, responsabilizando a gestão do governador Romeu Zema pela precarização do serviço de fornecimento de energia elétrica. Segundo o parlamentar, os problemas com a Cemig são resultado da intenção de privatizar a empresa, o que, para ele, visa unicamente ao lucro do próprio governador.
“Os problemas no fornecimento de energia elétrica têm a ver com a intenção do governador Zema de privatizar a Cemig. Ele quer ganhar dinheiro com isso”, disse o vereador. Alexandre ressaltou que outras cidades da região também enfrentam dificuldades semelhantes, o que tem gerado prejuízos, principalmente ao produtor rural.
“E se o governador quiser me processar por essa fala minha, é um favor que ele me faz”, completou Alexandre Campos, reafirmando sua posição sobre o assunto.
Moção de repúdio
O vereador Rosse Andrade (PL), também se manifestou sobre as falhas recorrentes no fornecimento de energia, relatando que o problema não afeta apenas a zona rural, mas também diversos pontos da cidade. Ele afirmou que os apagões têm causado enormes prejuízos à população e sugeriu que fosse assinada uma moção de repúdio conjunta contra a Cemig.
Após o apelo de Marli e a manifestação dos vereadores, ficou acordado que será encaminhada uma moção de repúdio aos fatos ocorridos, além de uma moção de apelo à direção da Cemig, solicitando que o serviço de fornecimento de energia seja restabelecido e que os problemas enfrentados pela comunidade e outros moradores da cidade sejam resolvidos de forma urgente.
