Depois de ir à Câmara no expediente Participação Popular para reclamar da sujeira deixada pelas barracas na feirinha na Praça Jose Flávio de Carvalho, Ana Paula Silva esteve novamente no Legislativo para fazer nova reclamação.
Afirmando ser evangélica que congrega na Igreja Batista Betel, ela usou a Tribuna da Câmara para expressar sua insatisfação com a decisão da Secretaria de Cultura de realizar o Carnaval na Avenida Jove Soares, especificamente no trecho onde se localiza a Igreja Batista Betel.
Segundo Ana Paula, a festa prejudica a rotina dos fiéis que frequentam os cultos religiosos, uma vez que o barulho e a aglomeração gerados durante os eventos do Carnaval tornam a situação insustentável para quem depende desse espaço para a prática de sua fé.
Ana Paula disse que procurou informações junto à Polícia Militar sobre o esquema de segurança planejado para as ruas durante o período de festividades e um policial teria informado que a cidade não possui estrutura suficiente para garantir a segurança pública necessária para a realização do Carnaval, aumentando sua apreensão sobre os riscos que a festa pode gerar.
Ana Paula contou que o pai, um idoso que sofre de demência, já enfrenta dificuldades com o barulho provocado por festas e aglomerações, mesmo em “dias normais”. Ela afirmou que, frequentemente, o idoso fica nervoso e agitado quando há ruídos próximos à sua residência, e teme que o barulho intenso do Carnaval piore ainda mais a saúde dele. A cidadã foi com uma blusa preta e afirmou estar “de luto” pela decisão da administração, sentindo que a escolha do local prejudica não só o convívio religioso, mas também a qualidade de vida dos moradores da região.
A reclamante
Ana Paula Silva, conhecida como Paula Maju, é filiada ao Partido Mobiliza e foi candidata a vereadora na chapa do atual vereador Kaio Guimarães que também congrega na mesma igreja da reclamante.
Cercamento de ruas próximas
O vereador Alexandre Campos (MDB), que tem familiares nas proximidades, também se manifestou sobre o assunto e pediu à administração que considere o fechamento das ruas de acesso à Avenida Jove Soares, nas quadras afetadas pela realização do Carnaval, com o objetivo de garantir a segurança dos moradores. Segundo o vereador, a medida é essencial para minimizar os impactos na rotina da população local, principalmente no que se refere à segurança pessoal e ao bem-estar da comunidade.
Centro de Convenções
O impasse gerado pela localização do evento gerou um intenso debate entre os moradores da cidade, colocando em pauta a necessidade de um planejamento mais eficaz para equilibrar a realização de festividades e as demandas de segurança e bem-estar da população.
O vereador Léo Alves, por exemplo, disse que qualquer lugar anunciado para realização do Carnaval geraria criticas e desgastes com os moradores, como em outros anos. A sugestão do parlamentar é que o executivo municipal “construa um Centro de Convenções para a realização dos eventos da cidade”. A ideia de Léo Alves se equipara a do ex-prefeito Francisco Ramalho, que tinha um projeto de construção de um Sambódromo mais distante do centro comercial do município.
Igreja foi informada
Após as criticas na tribuna, o líder o prefeito, vereador Dalminho (PRD), informou que a Secretaria de Cultura se reuniu com lideranças religiosas das proximidades da área onde será realizado o Carnaval e que inclusive a Igreja Batista Betel depois de informada sobre o evento, não se opôs.
“Na administração não há distinção de credo ou religião, a Igreja Batista Betel foi informada sobre o Carnaval, como é feito todos os anos com relação ao Arraial das Creches, que é realizado na porta da Igreja Matriz de Sant’ Ana. Todos os anos o Padre Everaldo é informado sobre o evento e não há nenhum problema quanto a isso”, enfatizou.
Prefeitura cadastrou barraqueiros e ambulantes
A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo realizou esta semana o cadastramento de barraqueiros e ambulantes interessados em atuar durante o Carnaval.
O trajeto contará com três tipos de ambulantes: aqueles que operam em ponto fixo com barracas; os que utilizam veículos automotores adaptados (food trucks); e os ambulantes que atuam de forma volante com caixas de isopor ou similar. Os cadastrados ficarão espalhados na Avenida Jove Soares, esquina com a Rua Canadá e a Praça Celi, seguindo até a rotatória da Avenida Jove Soares, com a Rua Hemídio Herculano, Rua Lília Antunes e Rua Bolívia.
O trajeto continua até as esquinas da Avenida Jove Soares com as ruas José Gomide e Pedro Coutinho, abrangendo tanto o lado esquerdo quanto o direito da pista, e se encerra na Praça José Flávio, próximo à esquina com a Rua Aurélio Campos.
Foram disponibilizadas 10 vagas para cada categoria. Para os ambulantes que optarem por trabalhar em ponto fixo com barracas, será fornecida uma barraca de 3×3 metros e um ponto de energia 127v. Para os que atuam com veículos adaptados, como food trucks, será permitido o uso de geradores próprios. Já os ambulantes volantes poderão operar com caixas de isopor ou outros meios similares.
Do total de vagas oferecidas, 60% foram destinadas à comercialização de alimentos, e os participantes deverão optar por vender alimentos ou bebidas. Os vencedores do sorteio terão a responsabilidade de montar e desmontar seus espaços de trabalho. Além disso, devem cumprir as exigências de segurança e saúde estabelecidas para o evento, incluindo a instalação de equipamentos como extintores de incêndio, luz de emergência e cumprimento das normas da vigilância sanitária. O trabalho de menores de 18 anos será proibido, e não será permitido o uso de aparelhos sonoros ou a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos.