Com uma estrutura mais intimista, montada entre as Praças Celi e José Flávio de Carvalho, e um público médio de mais de 10 mil pessoas por dia, o Itaúna Folia agradou aos foliões. Cerca de 100 servidores das secretarias de Cultura e Turismo, Infraestrutura, Saúde, Urbanismo e Meio Ambiente atuaram durante os sete dias de festa. Junto dos funcionários, a prefeitura contratou 390 diárias de segurança privada e mais 120 diárias de brigadistas, além da instalação de uma Central de Monitoramento no circuito, com 36 câmeras, que também garantiu a segurança dos foliões.
Para a tranquilidade da festa, também foram envolvidos 50 policiais militares fardados, e outros 15 à paisana, por dia, o que resultou em apenas três ocorrências policiais dentro do circuito na Avenida Jove Soares.
A estrutura também contou com a equipe do PSF situado na Prainha para atendimento médico, além de ambulâncias da Saúde, do Corpo de Bombeiros e do SAMU.
Após a festa, a reportagem do Jornal S’Passo conversou com o secretário de Cultura e Turismo, Marcinho Hakuna, que considerou o sucesso do carnaval e reiterou que o resultado só foi conquistado por meio de parcerias multissetoriais entre diversas pastas, além do esforço mútuo dos servidores da Prefeitura, algo que, segundo ele, “nunca se viu na história da cidade.”
De acordo com Marcinho, foi investido cerca de R$ 1,4 milhão no carnaval de 2025, valor 65% menor do que o empregado no ano anterior. “Eu não gosto de fazer comparações. O nosso objetivo é trabalhar muito e seguir adiante, mas fica praticamente impossível não comparar o empenho de recursos nas duas gestões, levando em consideração também a estrutura utilizada tanto em 2024, quanto neste ano”, pontuou.
“Considero que a Prefeitura estava acomodada nos anos anteriores e que havia muita preguiça de colocar a mão na massa. Em 2024, faltou trabalho e união das pastas e servidores para a economia de despesas, além de uma festa mais popular e acessível”, explicou.
Carnaval da família
Com o tema “De volta às Raízes”, Hakuna pontuou que a meta não foi ser o “maior carnaval da região Centro-Oeste”, mas sim resgatar a tradição da cidade, trazendo as famílias itaunenses para os espaços públicos.
“Conseguimos enxugar os gastos e descentralizar a cultura, trazendo de volta o apoio a diversos blocos de bairro. Isso foi um sucesso, como ficou claro pela participação em massa da população no Baballo, Pau de Gaiola, Boca de Sanfona, Batuca Trem e Bloco da Pracinha, que fizeram a folia de norte a sul da cidade. E o mais importante: com o nosso apoio na infraestrutura”, comemora.
Outra mudança foi a contratação apenas de bandas locais para tocar nos palcos do Itaúna Folia. “Ganha a Cultura, a população e o município”, diz Marcinho ao citar que a economia local foi movimentada e profissionais da cidade, valorizados e incentivados como “pratas da casa”.
Manter o formato
Sobre o próximo ano, Marcinho disse que o que deu certo não deve ser alterado, e que pretende manter o formato para 2026, começando pela estrutura e o local do festejo, que, segundo ele, foi aprovado pelos moradores do entorno das praças, uma vez que as ruas de acesso às residências foram totalmente isoladas, impedindo o acesso de foliões.
“Resolvemos fazer neste local devido ao número reduzido de moradores, já que grande parte do circuito tem o Campo do José Flávio e um grande loteamento, locais até então sem ocupação. E foi tudo conversado com moradores e comerciantes da região, que inclusive nos receberam de braços abertos ao verem o projeto de fechamento das vias”, afirmou.
Marcinho também destacou os elogios relacionados à limpeza diária do circuito, bem como o encerramento da festa mais cedo. “Alguns moradores até nos mandaram mensagens perguntando por que a festa havia terminado mais cedo. Outros nos presentearam com caixas de bombons pela organização”, revela.
Blocos antigos de volta
O secretário também chamou a atenção para o desfile do Bloco Unidos da Ponte, que retornou à avenida após 40 anos. “Esse retorno mostra que precisamos resgatar essa cultura de parcerias. O Bloco Unidos da Ponte conseguiu desfilar compondo algumas alas na avenida, remetendo a uma escola de samba, sem perder a característica de bloco de trio. Foi um avanço importante, e acredito que outras agremiações como os Zulus, Zuluzinhos, Perdição, entre outras, possam voltar ao carnaval de Itaúna, não como escolas de samba, mas nesse formato de bloco. Será muito bem recebido esse retorno”, finalizou.
Festival de Inverno será reestruturado e “Itaúna Moto Show” voltará à agenda cultural
O secretário de Cultura e Turismo, Marcinho Hakuna, revelou os planos para o calendário cultural da cidade. De acordo com ele, o principal objetivo é manter as festividades tradicionais, como o Carnaval, o Reinado e o Festival de Inverno, que poderá passar por reestruturação, assim como o Carnaval. “Ainda estamos avaliando, mas haverá mudanças na organização. Nossa intenção é reduzir os custos e tornar o evento mais acessível ao público. A administração anterior entregou o gerenciamento do evento a um único empresário, que ficou responsável pela venda de comidas e bebidas. O povo não aceita um circuito onde um copo de chope custa R$ 15 e um mini sanduíche, R$ 45”, afirmou.
Marcinho também destacou que está sendo discutida a realização de um Festival Gastronômico em praças de diferentes bairros da cidade, com o apoio de empreendedores culturais independentes e da iniciativa privada. O objetivo é descentralizar a cultura, levando mais oportunidades de apoio e capacitação aos agentes culturais envolvidos.
Sobre o tradicional encontro de motos, que até então era realizado de forma independente por motoclubes da cidade e da região, o Hackuna afirmou que pretende reintegrar o Itaúna Moto Show ao calendário cultural da cidade, com maior apoio da Cultura. “Consideramos esse evento extremamente importante para o município, mas ele foi negligenciado nos últimos anos. A nossa intenção é ampliar a exposição e a celebração desse evento, que atrai visitantes de diversas cidades da região. Inclusive, já estamos em contato com os organizadores”, completou.
