Polêmica sobre aluguel de veículo continua gerando debate e indisposição entre vereadores

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Mesmo após esclarecimentos oficiais sobre a contratação de um Toyota Corolla pela Câmara de Itaúna, a polêmica em torno do suposto gasto excessivo continua repercutindo nas redes sociais e entre os vereadores. A discussão teve início após reportagens da imprensa local apontarem que o valor do contrato estaria acima da média de mercado, considerando ainda que o modelo alugado é de luxo e que a Casa Legislativa já possui outros quatro veículos à disposição. 

Em resposta à repercussão negativa, o presidente interino da Câmara, Gustavo Dornas Barbosa (Republicanos), convidou à Tribuna o chefe do setor de Compras, Leonardo Dornas, e o gerente administrativo, Sílvio Vilaça, para prestar esclarecimentos sobre o processo de locação, realizado em 2025. 

Segundo Sílvio, o contrato firmado este ano tem valor global inferior ao de 2024. Já Leonardo Dornas explicou que a não renovação do contrato anterior e a realização de um novo certame foi devido à legislação que desde janeiro de 2024 exige que todos os pregões sejam realizados no formato eletrônico. O chefe do setor de Compras disse ainda que 13 empresas participaram da licitação. 

Quilometragem

Sobre o uso do veículo, Sílvio e Leonardo informaram que a média mensal de quilometragem, entre abril de 2024 e fevereiro de 2025, foi de 762 quilômetros, número considerado dentro da normalidade e que, com base no histórico de uso, é pouco provável que haja cobrança por quilometragem excedente. 

Propostas e opiniões divergentes 

O vereador Guilherme Rocha (NOVO) afirmou que acha mais vantajoso ampliar a verba parlamentar ou até mesmo adquirir os veículos para a Câmara, em detrimento da locação dos veículos, proposta que foi rechaçada pelo colega Leonardo Alves que disse que um Estudo Técnico Preliminar recomendou a locação como a melhor opção para a realidade da Câmara. 

O vereador Alexandre Campos (MDB) reforçou esse entendimento, argumentando que a compra de veículos traria encargos adicionais com manutenção e seguro. Além disso, caso a Câmara decida se desfazer dos veículos futuramente, eles teriam de ser repassados à Prefeitura, sem retorno financeiro. Campos também sugeriu que o uso dos veículos seja restrito aos vereadores, e não aos assessores. 

Defesas e esclarecimentos 

Alguns vereadores saíram em defesa do contrato. Rosse Andrade (PL) destacou que, em cidades vizinhas como Lagoa da Prata, até táxis prestam serviço para a Câmara, e sugeriu que alternativas semelhantes sejam analisadas. Ele se comprometeu a apresentar novas sugestões futuramente. 

Tidinho (Mobiliza) ressaltou que o Toyota Corolla alugado está disponível para todos os vereadores, e não apenas para a Mesa Diretora e parabenizou a gestão da Casa pela economia alcançada com o novo contrato. 

O vereador Giordane Alberto (Republicanos), por sua vez, reconheceu um erro em entrevista anterior à imprensa, quando afirmou que o veículo seria de uso exclusivo da Presidência. O vereador pediu desculpas e reafirmou apoio à contratação. 

Já Márcia Cristina (PP), lembrou que, no ano anterior, a Câmara já utilizava o mesmo modelo de veículo, mas com custo superior ao atual. Ela explicou que, embora o carro fosse destinado preferencialmente ao então presidente, outros parlamentares também o utilizaram. 

Kaio Guimarães (Mobiliza) reforçou que o atual presidente, Antônio de Miranda – Toinzinho (União Brasil), não estabeleceu exclusividade no uso do veículo. Ele lamentou que a ausência do presidente, por motivo de saúde, tenha dificultado uma resposta imediata às críticas. “Se Toinzinho estivesse presente, teria esclarecido tudo com transparência e serenidade. O contrato de locação não só trouxe economia, como melhorou a qualidade dos serviços prestados pela Câmara”, concluiu. 

Vereador critica jornalista por uso indevido das dependências da Câmara 

Parlamentar promete apresentar denúncia formal e cobra respeito ao regimento interno da Casa 

Durante a sessão desta semana na Câmara Municipal, o vereador Guilherme Rocha fez duras críticas à conduta de um jornalista que, segundo ele, estaria utilizando as dependências da Casa Legislativa de forma irregular. De acordo com o parlamentar, o profissional da imprensa estaria circulando livremente pelo plenário, interagindo de maneira inadequada com vereadores e até consumindo café e lanche destinado exclusivamente aos parlamentares. 

“Na semana passada, o jornalista entrou na sala dos vereadores, tomou café como se fosse um dos nossos, e ainda se dirigiu à vereadora Márcia de forma, no mínimo, desrespeitosa. Isso não é saudável e não pode continuar”, afirmou Rocha durante sua fala no plenário. 

O vereador ressaltou que o acesso da imprensa às dependências da Câmara está claramente definido no Regimento Interno, que garante aos profissionais apenas o uso da sala da imprensa, e não o livre trânsito pelo plenário ou áreas restritas aos vereadores e seus assessores. 

“Meus próprios assessores não podem ficar dentro do plenário. O jornalista não pode ter mais liberdade que quem trabalha diretamente com os vereadores”, enfatizou. Rocha também divulgou um vídeo do jornalista acessando a sala de café dos vereadores, o que segundo ele, “comprova o comportamento inadequado e que pretende formalizar uma denúncia à Mesa Diretora da Câmara”. 

Fiscalização bem-vinda 

Apesar das críticas ao comportamento do jornalista, Guilherme Rocha reconheceu a importância de os veículos de comunicação investigarem e denunciarem irregularidades no poder público. 

“É bom saber que estão fiscalizando. A imprensa tem esse papel, assim como a população também precisa fiscalizar. O que não pode é ultrapassar os limites do respeito e da legalidade”, afirmou. 

Cobrança por regras claras 

Rocha ainda solicitou à Mesa Diretora que reforce o cumprimento do Regimento Interno em relação ao acesso da imprensa às dependências da Câmara. Ele defendeu que todos os jornalistas sejam tratados de maneira igualitária e que os privilégios concedidos a alguns não sejam confundidos com normas da Casa. 

“Não estou aqui para expulsar a imprensa, mas para exigir que ela ocupe o espaço que lhe é devido. Se quiserem usar o microfone, se candidatem, sejam votados e venham para cá como vereadores. Fora isso, é preciso respeitar o espaço de cada um”, concluiu. 

A expectativa é de que a denúncia formal seja apresentada nos próximos dias, o que pode abrir um debate mais amplo sobre a relação entre imprensa e Poder Legislativo no município.