A denúncia de corrupção ativa contra os ex-vereadores Alex Arthur (PSDB), conhecido como Lequinho, e Otacília Barbosa (PV) e os parlamentares eleitos Gleisinho (PSD) e Márcia do Dr. Ovídio (Patriota) está novamente na pauta das discussões da política itaunense, por causa de decisão da juíza Rafaela Kehrig Silvestre, da 2ª Vara Criminal e da Infância e da Juventude da Comarca de Itaúna.
De acordo com a denúncia, aceita pela juíza, na eleição da Câmara Municipal de 2018, Lequinho teria oferecido benefícios financeiros ao colega Iago Santiago (PP), o Pranchana Jack, para que ele faltasse à sessão na qual aconteceria a escolha para a presidência da Casa e, com a decisão, facilitasse sua vitória para dirigir a mesa do Legislativo. Pranchana Jack já havia se declarado apoiador da chapa de oposição a Lequinho, liderada por Hudson Bernardes (PSD), que tinha vantagem sobre a do colega e acabou sendo eleita naquele ano.
O caso teve grande repercussão na cidade e sacudiu os bastidores da Câmara com a divulgação de áudios que tornavam público a tentativa de compra de votos por parte do vereador Alex Arthur. Ele ofereceu R$ 20 mil para que Iago Santiago faltasse a reunião e, além do oferecimento monetário, a vereadora Otacília Barbosa teria sido gravada oferecendo ajuda na análise de um processo movido contra Iago. Para o vereador Pranchana, a ação também seria uma tentativa de cooptar seu voto.
O fato, conhecido como escândalo dos pasteis, dominou rodas de conversas, corredores e movimentou a classe política. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito foi instalada, mas a juíza Solange Gomes deferiu a liminar que suspendeu o processo de cassação de Lequinho por perda de prazo.
Depois de toda essa confusão foi realizada nova eleição e foi eleito o vereador Alexandre Campos (DEM) para a presidência da Câmara, juntamente com Hudson Bernardes para a vice-presidência e Lacimar Cezário (PSL) para a secretaria.
Lequinho não responde; Otacília, Gleisinho e Márcia se manifestam
Até o fechamento dessa edição, o ex-vereador Alex Artur não respondeu à mensagem do Jornal S’PASSO solicitando um comentário sobre a denúncia.
A procuradora da Prefeitura e ex-vereadora Otacília Barbosa respondeu que não recebeu citação alguma. Voltou a afirmar que fez sua defesa prévia, mas que não tem muito o que dizer, uma vez que não foi citada. Se acontecer, pretende agravar dessa decisão, pois ela cabe recurso. Otacília acrescentou ainda que anexou as provas em sua defesa prévia, com a confissão do Alex Artur de tudo que ele cometeu – confissão feita no Ministério Público – de não houve oferecimento de seus serviços como advogada para o Iago. “Está nos processos, se a juíza não considerar isso, farei o agravamento junto ao Tribunal. Em momento algum autorizei a ele (Lequinho) negociar meus trabalhos com o Iago”, afirmou.
O vereador Gleison Fernandes escreveu na mensagem ao Jornal S’PASSO que está tranquilo. Já Márcia Cristina contou que sua defesa estava sendo encaminhada e será apresentada.