Vereadores pedem fiscalização do transporte público com relação ao cumprimento de horários e excesso de passageiros e ameaçam acionar o Ministério Público contra o serviço
Recentemente em reunião por videoconferência lideranças da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Itaúna, juntamente com os secretários de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Fernando Passalio, e do município, Diógenes Vilela, foi apontado que o comércio lojista não deve ser responsabilizado pelas aglomerações na cidade. O presidente da CDL, Maurício Nazaré, apontou os ônibus (e seus pontos de embarque e desembarque), como um dos ambientes de ajuntamento de pessoas. Além dos ônibus, os bancos e as casas lotéricas foram citados. Em diversas oportunidades nas redes sociais as pessoas fazem comentários acerca do assunto como forma de criticar a decisão de manter fechadas as igrejas e templos religiosos. A justificativa é que existe seletividade quando o assunto é aglomeração. Para determinados serviços permite-se, para outros, condena-se e proíbe-se.
Em Belo Horizonte as parlamentares do PSOL, Iza Lourença, Bella Gonçalves, Cida Falabella, Andreia de Jesus e Áurea Carolina, levaram ao Ministério Público uma representação para apurar a superlotação dos ônibus na capital e responsabilizar as empresas. Elas denunciam que os ônibus andam cheios e sem a necessária circulação de ar. “A contínua exposição dos trabalhadores ao risco de contrair Covid-19 é produto de um serviço de transporte péssimo e que atua sem fiscalização. Se continuarmos assim, o fechamento da cidade nunca será suficiente. É um absurdo que as empresas de ônibus privilegiem seus lucros às custas de arriscar a vida da população”, ressaltam.
Da Lua e Gustavo Dornas
Os vereadores itaunenses Antônio de Faria Júnior (PL), o Da Lua e Gustavo Dornas (Patriota) manifestaram sobre a situação do transporte coletivo de Itaúna na reunião do legislativo terça-feira passada (13). Da Lua pediu que o município fiscalize o cumprimento dos horários diante de tantas reclamações de usuários. E Dornas contou que já protocolou denúncia no Ministério Público sobre o tema, especialmente por causa da saúde pública, uma vez que as lotações estão sendo ambientes de grande aglomeração de pessoas. Os ônibus, as casas lotéricas e os bancos, como mostrou o presidente da CDL, ajuntam grande número de pessoas e, muitas vezes, sem o distanciamento recomendado pelas autoridades sanitárias.
ViaSul não retorna ligação da reportagem
O Jornal S’PASSO ligou para a empresa ViaSul, que administra o transporte público em Itaúna, para ouvir a posição da empresa. Nossa ligação telefônica foi transferida na empresa para quatro funcionários diferentes que nos indicaram falar com o gerente. Ao final, a promessa de que ele retornaria nossa demanda, o que não fez até o fechamento da matéria.
Ônibus cheios e pontos lotados
A usuária do transporte coletivo, Rosimar Lopes Gonçalves, do bairro Centenário, nos disse que tem procurado não sair de casa, mas nos momentos em que saiu pôde constatar que os coletivos estão cheios e os pontos de ônibus lotados, especialmente nos horários de pico. E o que é pior, com pessoas usando a máscara no queixo ou sem máscara. Ela pontua que tem visto muitos idosos, mães com crianças, que entram e saem dos coletivos, “felizes e cheios de sacolas, como se não estivéssemos ao meio de uma pandemia”. No seu entendimento, as pessoas precisam ficar em casa e deixar somente as que precisam sair para o trabalho. “Ficar em casa hoje é um luxo! Não lote os coletivos. Não sobrecarregue ainda mais o sistema”, aconselhou.
Casa lotérica não pode ser culpada, serviço essencial
O proprietário de uma casa lotérica no centro de Itaúna, Agnaldo Magnus, não compactua com as críticas ao seu negócio. Entende que as pessoas precisam ir ao estabelecimento para fazer pagamentos de boletos e até receber dinheiro. É um serviço essencial e muitas autoridades querem atribuir a responsabilidade pelo crescimento da doença às lotéricas. Magnus conta que as pessoas que frequentam sua loja tomam os cuidados necessários, fazendo o distanciamento nas filas e evitando aglomerar no interior da mesma.
CEF diminui atendimentos presenciais, mas as filas externas continuam
O bancário Jerry Adriane Magalhães, funcionário da Caixa Econômica Federal, afirma que o banco tem feito alteração de horários a fim de limitar alguns atendimentos e evitar aglomerações no interior da instituição. A Caixa está realizando pagamentos de bolsa-família, auxílio emergencial, Pis/Pasep, entre outros, mas diversos serviços, como abertura de contas e aplicação, estão sendo realizados somente de forma on-line. No entanto, o bancário aponta que o serviço de pagamento de auxílio emergencial tem tido dificuldades. Quando a Prefeitura funcionava ali ao lado do banco, havia um funcionário destinado a organizar as filas na calçada e que hoje, depois da mudança, não existe mais essa organização. As servidoras da Caixa, estagiárias, muitas vezes têm que sair à rua para fazer isso. Nas filas externas existem aglomerações de pessoas e tumulto, muitas vezes sem o distanciamento, contou.