Além do descarte irregular de lixo e entulho, comunidade sofre com furto e depredação de equipamentos públicos 

Semana foi marcada por denúncias de moradores e posicionamentos de órgãos oficiais

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As ocorrências de depredação e furto de equipamentos públicos em Itaúna têm se tornado cada vez mais frequentes, ultrapassando os limites do vandalismo e já configurando crimes de furto qualificado. Em diversos casos, indivíduos violam instalações de energia elétrica em espaços públicos com o objetivo de subtrair metais com valor de revenda, especialmente o cobre, cuja comercialização ilegal movimenta o mercado clandestino. 

De acordo com as autoridades, o agravante está na comercialização desses materiais por comerciantes de sucata, prática que, segundo o Art. 180 do Código Penal, caracteriza o crime de receptação. A investigação sobre esses casos tem sido constantemente demandada pela população, que espera mais rigor na fiscalização e responsabilização dos envolvidos. 

O vandalismo, por sua vez, tem se intensificado no município, especialmente nos últimos meses. Desde o início do ano, já foram registrados três casos de destruição de patrimônio público, além de diversas ocorrências de descarte irregular de lixo e entulho em espaços comuns. 

Esta semana, a Prefeitura divulgou, por meio das redes sociais, uma nota de repúdio sobre mais um ato criminoso registrado na Praça Celi. Segundo a nota, “criminosos danificaram e furtaram cabos de iluminação da quadra e até um padrão de energia”. Ainda conforme a publicação, o furto ocorreu enquanto eram realizadas obras para construção da nova pista de skate, e a administração municipal solicitou que a “população denuncie essas ações à Polícia Militar”. 

O caso aconteceu poucos dias após outro furto de cabos de cobre, desta vez nas imediações do Hospital Manoel Gonçalves. A ocorrência gerou instabilidade no fornecimento de energia elétrica, afetando diretamente os serviços da instituição. Segundo relatos, houve suspensão temporária de cirurgias eletivas, além da interrupção no funcionamento dos aparelhos de hemodiálise, que dependem de alta demanda energética e monitoramento constante. 

Pelas redes sociais, o provedor do hospital, Antônio Guerra, relatou que, no caso ocorrido, “os técnicos não sabem como a pessoa que tentou o furto não morreu no local, pois a voltagem é altíssima”. 

                             Descarte irregular no Recanto das Peixotas 

Além dos furtos, moradores do bairro Recanto das Peixotas denunciaram ao Jornal S’Passo o acúmulo de entulho e lixo em áreas próximas às residências. Segundo relatos, o bairro tem se transformado em um ponto de descarte irregular de resíduos. 

“O descarte de lixo continua ocorrendo frequentemente no bairro Recanto das Peixotas, o que tem causado mau cheiro, aparecimento de insetos e risco à saúde. Além disso, o acúmulo de lixo pode atrair animais e prejudicar o meio ambiente. Peço que a Prefeitura tome providências para fiscalizar o local e, se possível, colocar placas de aviso ou intensificar a limpeza e a conscientização na região”, disse um morador. 

O problema é antigo em toda cidade e, de acordo com o SAAE, mais de 30 pontos de descarte irregular já foram identificados em Itaúna. 

Cobrança por soluções

Diante da repercussão dos casos mais recentes, moradores de Itaúna passaram a cobrar, por meio das redes sociais, a implementação do sistema de monitoramento e mais agilidade na criação da Guarda Civil Municipal.

Ao Jornal S’Passo, o Secretário de Planejamento e Governo, Marcus Júnior Diniz, afirmou que a Guarda Civil já está criada por lei e será incorporada à nova Secretaria de Segurança Pública. No entanto, a implementação será gradual. “Inicialmente, a atuação será com as gerências já existentes e, paralelamente, serão feitos os estudos necessários para viabilizar a efetivação da guarda, o que certamente será de grande importância para a segurança da cidade a médio prazo”, explicou.