O impacto da inflação da educação tem sido sentido pelos pais, enquanto se preparam para a volta às aulas de 2025. Nos últimos 12 meses, a inflação no setor educacional chegou a 6,84%, quase dois pontos percentuais acima do índice geral de inflação, pressionando ainda mais os orçamentos familiares. Itens básicos de material escolar tiveram altas expressivas: cadernos subiram 6,31%, livros aumentaram 9,65%, e livros didáticos registraram alta de 7,64%.
Os preços de matérias-primas, como a celulose, que é cotada internacionalmente, subiram significativamente no primeiro semestre de 2024. Isso impactou diretamente o custo de produção de cadernos e livros. Além disso, o preço das tintas usadas em lápis de cor e canetas também teve variações positivas consideráveis”, revela o proprietário de uma papelaria da região central.
No comércio de Itaúna, os consumidores já começam a se movimentar para economizar. A comerciante Monique Soares, que também é mãe, conta que a estratégia é reaproveitar materiais de anos anteriores e comprar com antecedência apenas o básico.
“Sou autônoma e dependo muito de como será o início do ano. Se consigo adiantar as compras agora, aproveito. Caso contrário, reciclo o que der e deixo para comprar mais para frente. Já aconteceu de eu comprar material em julho”, diz.
A movimentação também trouxe famílias de outras cidades para Itaúna, aproveitando o período das festas de fim de ano para combinar as compras de Natal com as de material escolar.
“Acho que do dia 5 ou 10, vai ser uma correria. Por isso, já adiantei boa parte no mês de dezembro e o que faltar, pego em lojas perto de casa, porque fica mais prático”, afirma Luiz Freitas, projetista e pai de dois estudantes.
A expectativa dos comerciantes em Itaúna é que o início do ano letivo traga ainda mais movimentação às lojas locais, mas a recomendação geral continua sendo pesquisar preços e priorizar itens essenciais.
Mensalidades escolares de 2025 devem aumentar até 10%
Neste ano, as mensalidades escolares devem sofrer um aumento de até 10%, segundo uma pesquisa realizada pelo Grupo Rabbit. Esse aumento é mais que o dobro da inflação projetada para o ano de 2024, que deve ficar em 4,37%, conforme o Boletim Focus do Banco Central.
O levantamento, que analisou dados de 680 escolas particulares em todo o Brasil, aponta que os estados com os maiores reajustes serão Minas Gerais (10%), São Paulo (9,5%) e Rio de Janeiro (9%).
A principal justificativa para esses aumentos é a tentativa das escolas de recuperar os prejuízos acumulados durante a pandemia, agravados pela inadimplência, a redução no número de alunos e os descontos concedidos em anos anteriores.
O reajuste nas mensalidades escolares é determinado por três fatores principais: a inflação, o reajuste salarial e os investimentos nas escolas.
A inflação, medida pelo IPCA, é a base para o cálculo dos aumentos. Para 2024, a inflação acumulada até o momento é de 3,31%, com uma previsão de fechamento em 4,38%. Os salários de professores e funcionários também impactam diretamente os custos das escolas, pois as negociações sindicais incluem aumentos que visam ganhos reais, ou seja, acima da inflação. Além disso, as escolas também repassam aos pais os custos de melhorias em infraestrutura, tecnologia e recursos pedagógicos.