Armas contra a violência nas escolas. Sim ou não?

O que pais de alunos, professores, estudantes e políticos dizem sobre segurança armada nas portas das escolas

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O projeto de lei que dispõe sobre a presença de profissionais de segurança armados em escolas do município, de autoria do vereador Gustavo Dornas Barbosa (Patriota) está em tramitação no plenário do Legislativo aguardando parecer da Procuradoria Geral e da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Entretanto, a matéria é polêmica e divide opiniões entre membros da comunidade escolar, pais de alunos, políticos e os próprios estudantes, muitos dos quais temerosos diante a crescente onda de ameaças a instituições em várias partes do país.

Nos últimos dias o Jornal S’PASSO conversou com várias pessoas sobre o tema, constatando que está longe a unanimidade que se imagina sobre a utilização de seguranças armadas nas portas das escolas. Alguns, como professores, diretores de instituições, pais de alunos, estudantes e políticos, fizeram questão de gravar a opinião, outras preferiram apenas fazê-lo sob anonimato. Um político, que afirmou ser conhecedor do assunto de armamento, por causa de um familiar muito próximo que é profissional do assunto, explicou ao Jornal que é muito perigoso colocar a responsabilidade da segurança de alunos e demais profissionais dos educandários nas costas de vigilantes. Os mais experientes, disse o político, não dominam a segurança em vários aspectos, diferente, por exemplo, de um policial de carreira. Os resultados poderão ser desastrosos.

A seguir as opiniões colhidas pela reportagem.

“Acho importante, pois, possíveis invasores, geralmente aparecem armados. Assim, se sentiriam coibidos de se aproximar das dependências das escolas”. – Patrícia Souza Campos – diretora da Escola Municipal Dona Dorica

“É uma violência reiterada contra os alunos, servidores da educação, professores e toda a comunidade escolar! É o mesmo que acreditar que todos estarão mais seguros se estiverem todos armados. Não tem como dar certo. Nossas escolas não podem se transformar em presídios para os nossos filhos!

Nesse momento de crise, é fundamental estabelecer protocolos de segurança e uma melhor vigilância nas instituições educacionais. Mas a grande tarefa a ser realizada é outra. Nossos esforços, e impostos!, tem que estar voltados para resgatar a participação das famílias na educação de seus filhos e na vida escolar; na transformação das escolas em lugares permanentes de aprendizado e cultura, aberto a todos; na valorização, inclusive salarial, dos educadores e profissionais da educação; na promoção de uma cultura da paz, da solidariedade, da fraternidade, do respeito; na valorização do conhecimento. O resto é espuma e interesse econômico daqueles que se alimentam e se enriquecem com a violência”. – Jerry Adriane, político; servidor da Caixa Econômica Federal

 “Como pai, por vezes me vejo diante de reflexões sobre nossa sociedade que chega em um nível de conhecimento e tecnologia que ao mesmo tempo nos encoraja a viver e desperta em paralelo o medo coletivo. Me questiono se essa segurança não é a forma de dizer “basta” pra algo que ficava discreto nos bairros. Como pai, confio a Deus os filhos, que são nossos bens preciosos para ficarem por 4 horas aos cuidados dos professores.

Talvez a segurança seja a manifestação do “bem coletivo de tantos que não querem guerra”, que sonham com uma paz que nunca viveram e que tem neste “bem” a conduta tímida e inibida por este “mal”, que solitário, grita, incomoda e busca quem o enfrente.

Não sou a favor da violência, mas da prevenção do mal sim. De mostrar as crianças não o medo que se vende nas mídias e conversas de adulto, mas que a função da polícia, além de proteger é educar, recuperar quem está perdido, impedir que incidentes ocorram por parte de quem não está bem consigo mesmo e necessita ferir para não se sentir só na dor.

Temos vários aprendizados com isso tudo, para cada pai e mãe, vale observar como sou visto pelo filho ou filha, será que sou visto como quem cuida ou como quem precisa ser cuidado”. – Deivid Aparecido Gabriel – pai de duas crianças estudantes

“Sou a favor de policiamento na porta das escolas, claro que devem ser pessoas, policiais, bem treinados para essa função. Diferente do que muitas pessoas falam, as crianças não se assustam com policiais, pelo contrário, elas veem neles amigos. E já estão acostumadas com a presença deles em diversos locais como porta de supermercados, eventos diversos, bancos etc. Sou a favor. Acredito que chegamos num ponto   em que essa presença se faz necessária em nossas portas de escolas”. – Professora Expedita Imaculada Lopes Gomes – ex-secretária municipal de Educação

“Penso que a ideia de colocar seguranças armados é péssima, na verdade, uma das causas desses ataques é a distribuição indiscriminada de armas para civis, isso dissemina a ideia subliminar de que os problemas, as diferenças, os conflitos podem ou devem ser “resolvidos” na bala! Tivemos um período de 4 anos onde essa cultura do armamento e da violência como solução foi amplamente disseminada. Penso que família e escola precisam ensinar, especialmente com o exemplo, a cultura da paz, do diálogo e da justiça. Colocar seguranças armados nas escolas é a antipedagogia e vai agravar o problema, vai fazer crescer a violência e a mortandade, anota aí! É preciso buscar soluções inteligentes e não pseudo soluções fáceis”. – Mônica Regina dos Santos – ex-candidata à presidente do Sind-UTE em Itaúna

“A Polícia Militar e a guarda armada são muito importantes neste momento agudo, neste momento em que a violência é uma ameaça mais real e mais próxima. Porém, a gente sabe que o que vai evitar que casos como esses aconteçam no longo prazo é o cumprimento da Lei Federal que dispõe sobre a obrigação de ter assistente social e psicólogo nas escolas. Essa lei foi criada exatamente para o momento de vulnerabilidade psicológica nas crianças em que estamos vivendo, as redes sociais expondo-os a uma situação muito difícil de lidar. A gente entende que como o governo de Minas não cumpre direito essa legislação, isso gera um dano do ponto de vista da assistência psíquica para crianças e adolescentes. Como a gente sabe, boa parte dos ataques acontece por alunos ou ex-alunos, raramente há casos como o da creche em Blumenau, em que o ataque veio de uma pessoa de fora, sem vínculo com a escola. Normalmente esses ataques são feitos por alunos e ex-alunos. Então, o apoio e a identificação de alunos que são potenciais riscos para a comunidade escolar porque estão vivendo uma situação psíquica ou social diferenciada e mais séria é muito importante para prevenir que esse tipo de coisa aconteça. Entendo que a segurança armada é importante nesse momento mais agudo, porém no longo prazo o que irá proteger nossas crianças e adolescentes, os professores e a comunidade escolar como um todo, é o apoio do ponto de vista psicossocial”. – Lohanna França – deputada estadual    

  “Lamentavelmente o ambiente escolar tem sido contaminado de forma negativa pelas distensões externas que assolam nosso país. A propaganda armamentista realizada de forma irresponsável pelo funesto Governo que se encerrou, deixou marcas e ora colhemos seus frutos podres. Hoje se faz necessário e aprovo como uma medida profilática seguranças armados diante da situação que se impõe, para segurança de alunos, professores e servidores das nossas escolas”. – Professor Luiz Mascarenhas

“É fato que não podemos minimizar esse momento delicado que estamos passando, também nas escolas.  Tudo isso é consequência de alguns fatores que assolam nossa sociedade: com o ódio instaurado, o descaso com a saúde mental e o impacto dos “games”, entre outros.

É possível, nesse momento atípico, reforçar a segurança nas escolas de outras maneiras como: maior envolvimento da comunidade (escolar e externa) no sentido de “abraçar” a escola e a vida com algo sagrado, presença de mediadores de conflitos nas escolas, medidas preventivas e de intervenção precoce e aconselhamento.

A presença de seguranças armados no espaço escola só aumentará a sensação de insegurança e medo entre os sujeitos que ocupam o espaço escola, além de possíveis incidentes envolvendo o uso indevido ou desnecessário de armas de fogo. ARMAS DE FOGO, NUNCAAA!

Esse é o momento para instaurar a cultura da paz e não reforçar o ódio”. – Professora Tânia Andrade

“É importante que se implemente as medidas possíveis para que se garanta segurança à comunidade escolar. Contudo, é essencial que essas ações, por si, não aumentem os riscos de incidentes. Nesse sentido, não sou a favor da segurança armada nas escolas – definitivamente”. – Professor Weslei Lopes da Silva – secretário municipal de Educação

“É sempre bom ter seguranças em lugares onde há um número maior de pessoas. Eu acho que as autoridades já deveriam ter tomado uma posição mais delicada quanto às nossas crianças e adolescentes nas escolas. Sendo segurança armado ou não, é sempre bom ter seguranças na entrada e nos fundos das escolas para dar um reforço maior aos diretores e professores. Principalmente depois dessas últimas ameaças, muitas crianças e até mesmo adolescentes estão com medo de ir às escolas. Não sei se vocês lembram daquele rapaz que entrou na escola  atirando em alunos e professores, ele só não conseguiu entrar na primeira escola porque tinha segurança na entrada.

 Estamos muito assustados com todas essas ameaças que vêm acontecendo, e podem ter certeza que NÓS, PAIS, ficaremos mais aliviados sabendo que nossos filhos estão estudando em segurança”. – Maria Josiane Barbosa Coimbra – profissional de segurança particular e mãe de duas adolescentes

“Nos últimos 20 anos houve 19 ataques a escolas no Brasil. É menos de um ataque por ano. O Brasil tem mais ou menos 265 mil escolas (censo escolar). Portanto, as chances de algum aluno morrer numa escola por um ataque é menor que ser atingido por um raio, pois raios matam cerca de 120 pessoas por ano (INPE). Não faz sentido seguranças armados nas escolas por causa de ataques, mas faz muito sentido para coibir tráfico de drogas, assaltos e outros crimes muito mais comuns que ataques, mas que, exatamente porque são comuns, se tornaram psicologicamente aceitáveis. As chances do seu filho(a) ter contato com drogas numa escola é pelo menos 100.000x maior que as chances dele ser vítima de um ataque. E as chances dele morrer por qualquer coisa relacionada a drogas (assaltos, tráfico, uso ou vítima) é pelo menos 1.000x maior que morrer por um ataque. Pense”. – Emanuel Ribeiro – militante da Direita Itaúna – candidato a prefeito em 2020 pelo Republicanos

“Embora a ideia de ter segurança nas escolas possa parecer promissora, há incertezas quanto ao preparo técnico e psicológico dos profissionais contratados para essa função. No entanto, a presença de segurança efetiva pode aumentar a sensação de tranquilidade para professores, alunos e pais, além de inibir ameaças. Uma possibilidade seria a presença desses profissionais com armas não letais, como TASER (pistola elétrica), e a utilização de detectores de metais para revistar alunos e visitantes das escolas, restringindo o acesso apenas a pessoas autorizadas. No entanto, a eficácia desse método depende da estrutura governamental para a manutenção desses serviços”. – Luigi Stéfano Andrade – radialista e pai de um estudante adolescente

“Radicalmente contra. Escola não é lugar de arma. O que precisamos fazer é levar mais amor para dentro das escolas, levar mais família para dentro das escolas. Os pais precisam se envolver mais com a educação de suas crianças. Muitos pais acham hoje que escola é lugar de educar. Não. A escola é lugar de ensinar. Quem educa é pai e mãe. Eles estão confundindo as coisas. O comportamento da sociedade é que precisa mudar. Não é colocando armas e segurança em porta de escolas que iremos resolver as coisas”. – Prefeito Neider Moreira de Faria (PSD)

A direção do Colégio Sant’Ana respondeu à reportagem com o encaminhamento de um ofício de 24 de abril de 2023, do Comitê de Segurança nas Escolas, criado pelo Sindicato das Escolas Particulares do Estado de Minas Gerais, com o qual diz concordar.

“O SINEPEMG ORIENTA QUE AS ESCOLAS NÃO TENHAM SEGURANÇA ARMADA EM SEUS AMBIENTES: ESTA É UMA RESPONSABILIDADE DO PODER PÚBLICO.

• Este tipo de demanda, hoje, tem sua responsabilidade orientada para o Poder Público, que o desempenha de maneira efetiva e competente através, principalmente, da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais.

• Especialmente em nosso estado, a Segurança Pública desempenha um serviço de elevada qualidade, altamente reconhecida em todo o país pelos seus pares e pela sociedade brasileira, o que tem impedido, com sucesso, este tipo de ação, em nossos ambientes.

• A simples presença de segurança armada nas instituições de ensino não representa, de maneira pontual, a supressão eminente e segura de que não ocorram ameaças e ataques.

• Os riscos envolvidos para este procedimento, em casos de necessidade premente de reação a um eventual ataque, são muito elevados. E nosso público, em sua maioria, crianças, ficaria muito exposto neste contexto.

• No geral, nossas instituições de ensino, em sua expressiva maioria, já dispõem de procedimentos e aplicações de cuidados e zelos, a fim de assegurar, aos seus estudantes e às suas famílias, uma dinâmica de práticas preventivas de segurança, em diversos aspectos, que contribuem para um ambiente muito seguro a todos os seus frequentadores.

• Por fim, o SinepeMG, através de seu Comitê de Segurança nas Escolas, recomenda, contundentemente, que as Instituições Particulares de Ensino não tenham a ação de segurança armada em suas dependências. Esta é uma responsabilidade do Poder Público.

Atenciosamente,

Comitê de Segurança nas Escolas SinepeMG”. – Kéober José Freitas – Colégio Sant’Ana

“Tenho visto que o policiamento rotativo com foco nas escolas está mais frequente em nossa cidade e isso é muito bom! Quanto à presença de Seguranças armados nas escolas, acredito que não funcionaria. O que precisa ser feito é um trabalho intenso, pedagógico e psicológico, para Educadores e Alunos. Reavaliar os métodos até então utilizados e criar estratégias que estimulem e assegurem a formação de verdadeiros cidadãos, onde o respeito é a base de tudo!”. – Maria Luíza Teixeira Vargas do Amaral – diretora do Curumim

“A minha opinião é que a ideia de colocar seguranças armados às portas de escolas como forma de coibir a violência contra alunos e professores pode gerar mais problemas do que soluções. Isso porque a presença de armas pode criar um clima de tensão e medo, o que pode afetar o ambiente escolar e o processo de aprendizagem dos alunos. Além disso, essa medida não aborda as causas da violência e não promove a cultura de paz e respeito mútuo, que são fundamentais para a convivência pacífica na escola.

Em vez disso, é necessário investir em políticas públicas que melhorem a segurança nas escolas, além de promover ações de conscientização e educação para prevenir a violência”. – Wellington José Borges – presidente do Conselho Municipal de Segurança Pública de Itaúna

“Como pais, educadores, cidadãos brasileiros, os últimos meses de pavor, deixaram-nos indignados com a violência nas escolas do nosso país. Não existe palavra para descrever tamanha preocupação de toda sociedade, sobre a violência nas escolas. Não será suficiente a indignação e comoção se não buscar políticas públicas para solucionar esse grave problema da violência, que afeta a todos.

É notório o esforço dos governantes em apresentarem soluções rápidas e válidas, para resolverem ou mesmo assossegarem as comunidades escolares e toda população brasileira. Percebo que as discussões devam levar a grandes avanços, mitigando assim a tão perturbante violência nas escolas.

Mesmo diante de toda preocupação que temos com a realidade atual e certa que devemos buscar soluções satisfatórias, não aprovo a implementação de segurança armada nas escolas. Acredito claramente, que não podemos combater a violência levando para as nossas escolas pessoas armadas. Repudio essa força contrária à paz, esse forte ensinamento. Nas escolas, nossos instrumentos devam ser  quadro, giz, palavra, amor, conhecimento… Necessitamos sim, abastecer as nossas escolas e ensinar aos nossos alunos a alegria, a harmonia, o respeito, a paz… Quem sabe, construir mais jardins!”. –  Cleonice Martins Bernardes de Assis – Ex-diretora da Escola Estadual Victor Gonçalves de Souza

“É de conhecimento geral que a violência nas instituições de ensino, diante dos noticiários, aumentou bastante, e como forma de amenizar os ataques acredito que a segurança armada na porta das escolas ajudaria pelo fato de estarem ali para combater mais rápido, e também poderia intimidar possíveis terroristas. Acredito que detectores de metal também seriam uma forma de solucionar”. – Gabriela Franco – Estudante

“Sou favorável a ideia, desde que os seguranças passem por treinamentos para que usem de forma correta e na hora certa a arma, com isso acredito que seria uma ótima forma de proteger alunos e professores da violência”. – Gabriel Oliveira – Estudante

“Acho que toda forma de segurança é importante sim, mas temos que parar pra analisar que alamar uma segurança muito alta com pessoas armadas aumenta o medo também. O medo de que talvez um dia pode acontecer na sua escola. Uma segurança uma organização de quem entra e quem sai é muito importante sim, porém, a maioria dos ataques vem de dentro da escola de alunos uns contra os outros. Será que realmente o problema é colocar um segurança na porta de uma escola? Uma pessoa com uma arma? Ou da atenção que problemas de bullyngs ou até mesmo de exclusão da parte do aluno, tem que ser observada. Estamos em uma era tecnológica e  é bem difícil de se lidar com crianças e adolescentes. Acho que sim, devemos proteger todos, mas não só superficial, com um segurança,  mas também segura que ele não passe por dificuldades e quando precisar de ajuda não ter ninguém lá pra orientá-lo”. – Ilnara Rodrigues – Estudante

“A violência sistêmica, em qualquer contexto, é um fenômeno complexo. Um sintoma refletido do desenvolvimento humano e social. Considerando estar a sociedade no estágio em que está, a presença de seguranças armados em portas de escolas parece ser o remédio mais superficial para o problema dos episódios que, infelizmente, vem se acumulando também no Brasil. É compreensível que esse remédio, para pais e famílias, oferte uma sensação de segurança e tranquilidade, afinal, é perturbador lidar com a ameaça à espreita de que seus filhos e entes queridos possam não retornar com vida para casa após irem para uma escola. No entanto, me incomoda a forma que a proposta vem sendo discutida e apresentada para a população, desconsiderando toda a comunidade escolar e a rede de proteção da infância e juventude do debate. É surpreendente, por exemplo, que não seja proposto em larga escala para a população em geral, e sobretudo às crianças, adolescentes e à comunidade escolar,  o trabalho técnico de psicólogos e  assistentes sociais para acompanhar o desenvolvimento da infância e juventude de uma  determinada localidade.

Portanto, esse caminho tomado para conter a violência nas escolas, desconectado de um verdadeiro projeto que contemple as vulnerabilidades  da infância e juventude, incluindo pesquisa, diagnóstico e intervenção psicossocial, poderá até inibir que a violência explícita se manifeste no território escolar, mas não inibirá que ela se desloque imprevisivelmente para outro lugar que, inclusive, também atenda crianças e adolescentes”.  – Gleisson Rodrigues Peixoto – psicólogo – membro do Conselho Tutelar

Representante de instituição de ensino de Itaúna diz que governo estadual impõe censura a gestores de escolas

O representante de uma escola da rede estadual de ensino afirmou que hoje é “a comunidade escolar está se sentindo com medo e ameaçada. No entanto, a presença de seguranças armados pode dar, a princípio uma sensação de segurança, mas nossas escolas já parecem presídios e ficará ainda mais. Porém, acho que não haverá solução sem repensarmos a sociedade em sua estrutura, construindo um mundo mais igual e fraterno”. Ainda assim o representante pediu para que seu nome não fosse divulgado porque a rede estadual “vive em plena ditadura” implantada pelo governo Zema.

A pessoa compartilhou com o Jornal S’ PASSO ofício encaminhado pela 12ª Superintendência Regional de Ensino (SRE) à direção das Escolas da rede pública estadual. 

“Prezado(a) Gestor(a) Escolar,

Faz se necessário saber que qualquer manifestação em órgãos de imprensa (jornais impressos/digitais, programas de TV e rádio) devem acontecer com prévia autorização da Assessoria de Comunicação da Secretária Estadual de Educação. Qualquer pedido neste sentido deve ser comunicado via ofício ao gabinete da SRE Divinópolis para que seja feito o contato com a referida assessoria”.