Assembleia do Hospital autorizou entendimentos com empresas interessadas na gestão administrativa da instituição

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Em Assembleia realizada no início da semana, os membros do Conselho Curador da Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira autorizaram a instituição a estabelecer acordos para uma possível parceria de gestão administrativa com empresas especializadas, como tem sido anunciado. Uma dessas empresas que está em adiantado entendimento com o poder público e com membros do conselho curador do Hospital é a Fundação São Francisco Xavier, um dos braços da Usiminas, que tem expertise em administrar hospitais em algumas cidades do país, como Ipatinga, Itabira, Timóteo e Cubatão.

A reunião na Casa de Caridade foi conduzida pelo provedor Augusto Machado de Souza, ainda em exercício, com participação do prefeito Neider Moreira (PSD). Estavam presentes, além dos membros da diretoria administrativa da instituição, o presidente da Câmara Municipal, Alexandre Campos (União Brasil) e os vereadores Ener Batista (PSL), Gustavo Dornas (Patriota) e Kaio Guimarães (PSC).

A autorização para que a Casa de Caridade inicie as conversas para que a instituição tenha uma gestão profissional especializada foi unânime por aclamação dos conselheiros presentes, que também permitiram ao Hospital realizar operação de crédito junto a instituições bancárias para custear o pagamento do décimo terceiro dos servidores.

O Hospital Manoel Gonçalves tem um déficit mensal de R$ 1.349.000,00. Na semana passada a Prefeitura e a Câmara promoveram um aporte financeiro de R$ 3.400.000,00 para que o Hospital salde pagamentos atrasados dos plantonistas do Pronto Socorro e, assim, evite a paralisação dos serviços. Os valores do 13º não estão incluídos nessas contas e hoje esses valores somam R$ 1.600.000,00.

Profissional do Hospital alerta para tempos ainda mais difíceis em 2023

Uma pessoa ligada profissionalmente à instituição, que não quis seu nome revelado, encaminhou ao Jornal S’PASSO uma mensagem via WhatsApp, na tarde de quinta-feira (8), pontuando algumas questões. Para ele, os debates estão sendo mal conduzidos, principalmente por causa da falta de dinheiro para suprir as necessidades mais urgentes da Casa de Caridade. “Estou preocupado e acho que a população será pega de surpresa com uma péssima notícia. Não tem nenhuma mobilização em torno do tema, e a Prefeitura já declarou que não fará mais intervenção no hospital. E, portanto, não tem recursos para aliviar a situação. O Hospital declara que não tem dinheiro para pagamentos dos terceiros etc., da fatura de agosto, que contempla recursos recebidos em setembro. A Prefeitura adiantou recursos de janeiro para o hospital, portanto, a instituição não terá nada a receber nesse mês. Ficaremos em janeiro com recursos retidos pelo hospital sem recebermos referentes aos trabalhos de agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro e, portanto, sem condições de continuidade de funcionamento. E os honorários médicos, oxigênio, medicamentos, folha e insumos?”, questiona.

 A reportagem quis saber porque não haverá uma folga, uma respirada, até janeiro, se foi realizado aporte financeiro da Prefeitura e da Câmara de mais de R$ 3 milhões. O profissional afirmou que o dinheiro não será suficiente, pois os recursos estão sendo usados agora, em dezembro. “E o hospital ainda teve que pedir mais de R$1.400.000,00 para pagar a folha e em janeiro não terá mais essa condição de empréstimo”, completou.

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