O Jornal S`PASSO traz de volta a coluna “Bairro a Bairro”, um espaço de fala da comunidade, onde cidadãos podem cobrar melhorias nos bairros e comunidades onde moram, destacando problemas de infraestrutura e saneamento, novos e antigos, que ainda se encontram sem solução.
E no Bairro a Bairro desta semana, está em foco o Residencial Vale das Aroeiras, que fica situado entre os bairros Santanense e Parque Jardim. A comunidade se une para reivindicar melhorias e, mais que melhorias, os moradores querem mais atenção para obras básicas de saneamento básico e infraestrutura, como pavimentação de ruas e limpeza. São problemas que têm afetado a vida das pessoas e o desenvolvimento econômico da região.
Esta semana, moradores acionaram a reportagem para denunciar que “no bairro o esgoto das casas corre a céu aberto”. O problema mais grave ocorre nas ruas Jorge Pimenta e Paulo Lúcio Duarte.
“É lamentável ver que o Vale das Aroeiras está esquecido e sem infraestrutura. Entra ano, sai ano e a situação continua a mesma. Já reclamamos com a prefeitura, mas eles alegam que obras de saneamento e infraestrutura deveriam ter sido feitas pelos proprietários dos empreendimentos, antes da abertura do loteamento”, disse uma das proprietárias das casas.
A comunidade é uma das únicas na região urbana que ainda não foi contemplada com o serviço básico de rede de esgoto. Segundo o Serviço Autônomo de Água e Esgoto o projeto do respectivo loteamento foi aprovado em meados de 2005, pela equipe do ex-prefeito Eugênio Pinto, considerando a possibilidade de instalação de fossas sépticas nos passeios de cada imóvel, uma vez que o local não dispunha de rede pública de coleta de esgoto. Ainda segundo informações da autarquia, o proprietário do loteamento repassou essa condição a cada comprador.
De acordo com o Gerente Superior Técnico Operacional do SAAE, Renato Resende, o SAAE não é responsável pela coleta das fossas sépticas e cada morador é responsável por efetuar a sucção de cada fossa séptica, quando há necessidade, considerando às obrigações assumidas na compra de cada imóvel.
“Atualmente, não há projeto para implementação de rede pública de coleta de esgoto no local, considerando à complexidade da situação, os valores envolvidos e da necessidade de intervenção em terrenos de terceiros”, afirma.
Ruas precárias e perigosas
Além da ausência de esgoto, um grave problema do Vale das Aroeiras é a precariedade do calçamento. Segundo Sebastião Filho, a situação das ruas se tornaram um problema para os moradores e veículos que transitam no local. Os buracos causam estragos nos veículos, dificultam a passagem e acumulam lama nos dias de chuva. “O calçamento feito pelo empreendedor é de péssima qualidade, o bairro está em estado crítico e muito perigoso”, revela.
Moradores denunciam que área ambiental foi degradada para um novo loteamento
Segundo denúncias feitas à reportagem, uma área de preservação que fica logo abaixo do bairro Residencial Vale das Aroeiras, foi completamente degradada. Ou seja, o local, que era protegido por ser Área de Preservação Permanente sofreu recentes alterações em suas propriedades físicas, químicas ou biológicas, devido a intervenção humana. Essas alterações podem comprometer a estrutura, composição e funcionamento do ecossistema, de forma temporária ou definitiva.
Os denunciantes reclamam que na área havia uma nascente de água que foi soterrada e que a grande lagoa sofreu intervenções, o que levou ao rompimento. Um morador que pediu para não se identificar, contou que sempre cuidava do local, e que recentemente notou mudanças significativas que foram feitas.
“O comentário na região é que o local foi devastado para a implementação de um novo loteamento. Há pouco tempo eu vi um maquinário pesado passando pela área, o que nos leva a imaginar que haja um novo projeto imobiliário sendo executado”.
“Sempre visitei a área verde que fica próximo ao Residencial Vale das Aroeiras; não somente eu, mas muitas pessoas da região. O local sempre recebeu visitas de crianças e jovens, que gostavam de brincar e compartilhar as belezas naturais e ver a grande quantidade de animais. Agora estas imagens ficaram apenas na memória”, revela.