Um barracão fincado aos pés de um barranco no alto da rua São Lourenço, no Morro do Sol, guarda um tesouro. Ali não mora nenhuma família, pelo menos teoricamente. O imóvel, alugado para a Associação Cultural Vânia Campos, é o guardião da memória de uma série de espetáculos da Instável Cia. de Teatro, dirigida pelo médico e diretor teatral Marco Antônio Machado Lara. O espaço físico, não muito grande, é onde está instalado um acervo de figurinos, fragmentos de cenário, objetos de cena, fotografias e outros materiais de algumas das montagens da Companhia, além de registros da história do teatro de Itaúna. Não é um depósito de coisa antiga, ainda que de grande valor histórico e sentimental. O barracão é a materialização do projeto de um espaço de cultura da Associação Vânia Campos, onde já foram experimentadas algumas performances artísticas e planejadas, como oficinas de teatro e literatura, encenação de pequenos espetáculos etc.
A proposta artístico-cultural está paralisada por causa das chuvas intensas que caíram em Itaúna no final de 2021 e início de 2022, quando houve deslizamento da encosta e danificação de parte do muro, jardins, pátio cimentado e iluminação que já tinham sido feitos no local. Atrás do barracão da rua São Lourenço, número 485, existe uma mata em imóvel da Prefeitura, em área pública protegida. Árvores foram destruídas pelas chuvas e grande volume de terra invadiu o espaço do fundo do imóvel da Associação. Os proprietários solicitaram imediatamente a atenção do poder público e dos órgãos de defesa civil para, primeiramente, socorrer o desastre e, posteriormente, recuperar o que foi danificado, até mesmo com plantio de vegetação apropriada para proteção da encosta.
Um relatório minucioso foi feito em janeiro de 2022 e até hoje os membros da Associação Cultural Vânia Campos, que cuidam do imóvel, não obtiveram a atenção solicitada. O barracão está sob risco e o projeto de mais um espaço cultural alternativo aguarda uma resposta da administração municipal.
O dirigente da Associação Cultural Vânia Campos, Marco Antônio Lara, tem visitado o imóvel com frequência, mas não vê a hora das obras serem realizadas, a partir da liberação dos órgãos ligados às secretarias de Infraestrutura e Serviços e de Regulação Urbana, para que sejam retomadas as atividades artísticas e culturais com público no local.