Barragem do Benfica está com seu funcionamento normal e não houve risco de rompimento

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Duas enormes represas foram criadas em Itaúna na década de 1950 para cuidarem do abastecimento de água e fornecimento de energia elétrica para as indústrias. As represas, conhecidas como barragens, mais que atender o propósito industrial, tornaram-se pontos turísticos e locais de descanso nos finais de semana. Em suas margens foram construídos condomínios imobiliários e novos loteamentos têm sido disponibilizados. A primeira represa, ou Barragem do Benfica, pertence às empresas Cia. Industrial Itaunense e Cia. Tecidos Santanense. 

A barragem do Benfica regulariza a vazão do Rio São João, através de comportas e é responsável pela geração de energia para empresas da cidade. Nos últimos dias, com as intensas chuvas e diante de notícias de que haveria risco de rompimento da Barragem do Carioca, localizada na zona rural de Pará de Minas, as represas de Itaúna ficaram em evidência e a possibilidade de ruptura causou medo e preocupação também em muitos itaunenses.

O advogado da Cia. Industrial Itaunense, Henrique Penido, falou à reportagem do Jornal S’PASSO sobre o funcionamento técnico da Barragem do Benfica e garantiu que a mesma opera de maneira normal, sem oferecer riscos, como foi aventado durante os períodos mais críticos das chuvas. A barragem de funções hidrelétricas tem por finalidade represar água, matéria-prima para a produção de energia, e obter o desnível necessário para girar as turbinas das unidades geradoras. Segundo Henrique, ela foi construída de maneira segura, com todo acompanhamento técnico para cumprir sua função, oferecendo segurança para as comunidades do seu entorno. 

O advogado destaca ainda que tanto a Itaunense quanto a Santanense cumprem todas as obrigações determinadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica e possuem um Plano de ação emergencial e Plano de Segurança de Barragens, registrados nos órgãos competentes.

“As estruturas passam por Inspeção anual e a mais recente foi realizada em outubro de 2020, atestando que elas estão dentro dos padrões normativos da ANEEL. Durante as chuvas, a Cia. Industrial Itaunense e Cia. Tecidos Santanense monitoraram a barragem 24 horas por dia e mantiveram contato direto com a Defesa Civil e Prefeitura”, afirmou.

Barragem esteve no limite 

De acordo com Divino José da Silva, supervisor de usinas e barragens da Tabapower Geradora Ltda., empresa vinculada à Cia. Industrial Itaunense e responsável pela Barragem do Benfica, a capacidade de represamento de água é de 39 milhões de metros cúbicos e sua capacidade de geração de energia é de 850 KW. O nível máximo, de 21,30 m de altura, é o que a represa comporta em 39 milhões de metros cúbicos de água. Durante o período mais intenso de chuvas a barragem atingiu 22,03m de altura, próximo de 42.000.000 m³.

         Segundo Divino, nos momentos mais críticos, as comportas foram abertas para a segurança da própria barragem e de Itaúna. “É necessário que seja feita a vazão para diminuir a água acumulada e que ela não ultrapasse o limite de segurança do reservatório.  

Famílias na região da Barragem 

Morador da comunidade rural da Barragem, o vereador Joselito Gonçalves (PDT), esteve presente em muitas ações de ajuda às pessoas que tiveram as casas inundadas pelas cheias do rio São João. Ele destaca que na região da barragem, onde vivem cerca de 120 famílias, apenas algumas casas próximas da antiga rede transmissora da Rádio Clube é que sofrem com as inundações. Segundo ele, a abertura das comportas da Barragem do Benfica impacta diretamente no transbordamento do rio São João, como aconteceu há poucos dias, trazendo transtornos para moradores que vivem próximos de suas margens, como os da Nova Vila Mozart, do Morro do Engenho e do bairro Sion.

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