O bispo diocesano Dom José Carlos de Souza falou ao Jornal S’PASSO sobre a abertura da Campanha da Fraternidade e sua importância no contexto da educação, uma vez que o tema deste ano enfoca novamente a proposta do ensino-aprendizagem na vida das pessoas.
O início da Campanha da Fraternidade, nesta quarta-feira (2), abre para os católicos o período da Quaresma e convida a todos à reflexão sobre a vida, a morte e a ressureição de Jesus Cristo. Este ano a iniciativa tem como tema “Fraternidade e Educação” e o lema bíblico “Fala com sabedoria, ensina com amor” que são pontuais para a valorização da educação de todas as pessoas. Esta é a terceira vez que a educação pauta a Campanha da Fraternidade e o tema já foi objeto de reflexão em 1982 e 1998. Desde 1964, a campanha é realizada anualmente pela Igreja Católica no Brasil neste período. Em cada edição uma abordagem é escolhida para despertar a solidariedade dos fiéis em relação a um problema da sociedade.
Para o bispo Dom José Carlos o tempo é de “avançar à estatura do Cristo”, que é a nossa meta e modelo. “A igreja Católica mostra às pessoas que a conversão maior nesses tempos começa pela conversão interior e então os cristãos devem perceber o seu entorno, olhar o outro e amá-lo, como ensinou o Cristo, o grande educador por excelência”, afirmou o Bispo.
Segundo ele, “a Campanha da Fraternidade busca propor uma reflexão para os fundamentos do ato de educar, por meio de um olhar para a realidade educacional brasileira e a consciência de que todas as pessoas são educandos e educadores. A iniciativa ainda atenta para a educação na pandemia, verificando o impacto das políticas públicas na educação brasileira”.
O bispo enfatiza que se a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil traz pela terceira vez o tema da educação para a reflexão na Quaresma é porque ela precisa ser refletida, repensada e tratada com respeito. “O processo humano de educar propõe que se faça com sabedoria, com educadores e educandos construindo a valorização do ser a partir de diálogos. Para todos, com todo tipo de proposta educativa, todo o tipo de público, todos os tipos de agentes. Os diálogos precisam acontecer, com as escolas, com as secretarias de educação, com a superintendência de ensino”, reafirmou.
Dom José Carlos destacou também o momento de se repensar nas políticas públicas buscando uma educação humanizadora, com a participação da família, valorizando a dignidade humana e a educação ecológica. O bispo pontuou ainda que a CF se inspira no “pacto educativo global”, trazido pelo papa Francisco, que é um convite para que todos priorizem “uma educação humanista e solidária como modo de transformar a sociedade”.
Coleta Nacional da Solidariedade
No Domingo de Ramos, que antecede o domingo de Páscoa, a Campanha da Fraternidade vai promover a Coleta Nacional da Solidariedade, realizada nas comunidades de todo o Brasil. São arrecadados recursos destinados aos Fundos Diocesanos e Nacional da Solidariedade, os quais apoiam projetos sociais relacionados à temática da campanha. Projetos interessados em se candidatar devem entrar em contato com suas dioceses para mais informações. Podem enviar projetos para o Fundo Nacional da Solidariedade entidades sem fins lucrativos, que tenham finalidade essencialmente humanitária e social, com atenção para a proteção da vida, em especial das pessoas em situação de vulnerabilidade social. No âmbito Estadual, os recursos são encaminhados diretamente às pastorais sociais da igreja.