O Jornal S’PASSO volta a dar destaque às denúncias de descarte irregulares em vários pontos da cidade. Sujeira, agressão ao meio ambiente, causa de proliferação de insetos, animais peçonhentos e doenças, como a dengue, os depósitos de lixo nas ruas, lotes vagos e às margens dos rios e de rodovias, constituem um grande problema para o município.
O maior agravante é a falta de educação e de empatia, como apontam os denunciantes. Jogar lixo em locais impróprios, além de crime, é a principal causa de danos ao meio ambiente, além de enchentes e inundações.
Muitas pessoas se recordam que em 2019 o rio São João chegou ao limite máximo de vazão e transbordou em algumas áreas, em decorrência do acúmulo de lixo e materiais jogados indiscriminadamente nas margens. Em alguns pontos, o leito foi obstruído pelo lixo e entulho. Apesar do processo de limpeza ser frequente, vários pontos do curso d´água estão tomados de toda espécie de material inservível e a conservação não encontra apoio de alguns moradores.
No início dessa semana o secretário de Infraestrutura, Rosse Andrade Silva, registrou o momento da limpeza de um bueiro no bairro Padre Eustáquio e as fotos revelaram enorme quantidade de lixo, especialmente plástico, retirado do local. Para os setores de Meio Ambiente e do SAAE, os depósitos clandestinos desses materiais são problemas, não só para o setor de resíduos do município, mas para toda a população de uma forma geral, por questão de saúde pública.
Moradores próximos de lotes vagos, como recentemente registrou a reportagem na comunidade do bairro João Paulo II, denunciam descarte de resto de material de construção, pedaços de móveis, pneus e até animais mortos. Outro problema apontado pelos cidadãos é a ameaça ao meio ambiente, como por exemplo, uma pequena mata com uma nascente de água, situada entre os bairros Santanense e o João Paulo II.
Conscientizar a população
No SAAE, o responsável pelo setor de resíduos sólidos, Daniel Leão, salienta que a administração tem realizado serviços de manutenção de limpeza de rios e córregos, bem como de loteamentos vagos e matas. Mas que a principal medida é de a promover campanhas de conscientização da população, a fim de que ela seja a maior controladora e fiscalizadora dessas ações. Ele explica que após a coleta, todo o material recolhido é triado, de forma que a cada grupo de resíduo, seja dada a sua destinação final, seja ele orgânico, reciclável ou não.
A ação desrespeitosa de alguns prejudica toda a comunidade
Para o gerente superior de Meio Ambiente, Marcelo Nogueira, algumas pessoas ainda adotam essa postura de jogar lixos, até em grande quantidade em locais impróprios, que acabam prejudicando toda a cidade, especialmente quem mora próximo desses lugares. E todos sofrem com as enchentes e inundações. “Infelizmente grande parte dos problemas de destinação inadequada de lixo em Itaúna não é culpa do município e sim da falta de educação do cidadão”, destaca. Marcelo ressalta que o descarte irregular de entulho, podas e inservíveis vem ocorrendo em diversos locais, principalmente depois da decisão do Ministério Público do Meio Ambiente de que o gerador dos entulhos é responsável pela destinação do mesmo. “Após a desativação do aterro controlado no Parque Jardim, as denúncias são frequentes e já fazem parte do nosso dia a dia. Normalmente, a maioria aponta que o Morro do Engenho, Pio XII, Nogueira Machado e João Paulo II e as margens das rodovias, são os lugares com maior incidência de descarte irregular”, pontua.