As redes sociais ficaram repletas de vereadores desde a última quinta-feira (20), quando aconteceu sessão extraordinária para votação de projetos de reajuste salarial para os vereadores, prefeito, vice-prefeita, secretários municipais e servidores. De forma virtual, por causa da explosão de casos de contaminação de Covid-19 na cidade, a reunião foi tranquila, com algumas intervenções de vereadores da base do governo e da oposição. Os primeiros, justificaram que os salários precisam ser corrigidos em decorrência de uma inflação absurda que come o dinheiro de quem ganha muito e de quem pouco.
Os demais rebateram essa fala e afirmaram que nenhum percentual de reajuste poderia ser concedido “aos agentes políticos”, num momento em que a cidade está contabilizando prejuízos das chuvas e a Covid-19 vem mostrar suas garras através de grandes números de contaminados diariamente.
Mas, nem o eufemismo da redação do projeto, que trocou o termo reajuste salarial por recomposição inflacionária, foi capaz de amaciar a oposição e evitar que os internautas, provocados pelos vereadores desse lado, investissem contra os que disseram sim às matérias. Foi aprovado por unanimidade o percentual de 10,45% de recomposição inflacionária nos salários dos servidores, da Prefeitura e da Câmara. As proposições para os agentes políticos também no percentual de 10,45%, e dos próprios parlamentares de 10,16%, foram aprovadas somente com o desempate do presidente da Mesa Alexandre Campos (DEM). Havia 15 vereadores participando da reunião. O placar 7 a 7 foi resolvido pelo voto de minerva. Na sua justificativa de voto, Alexandre Campos disse que a culpa da inflação alta novamente é do presidente da República “Jair Messias Bolsonaro”.
Tanto no plenário (on-line), quanto posteriormente, nas redes sociais, os vereadores foram veementes ao falar que não admitem aumento de salário, que não é o momento, e que grande parte das pessoas está passando dificuldades financeiras. O troco veio com as falas dos que estão na base de apoio ao prefeito, quando chamaram os colegas de demagogos e de enganarem a população. A oposição sabia que os reajustes iriam passar, votou contra para ficar com boa imagem junto à opinião pública, mas todos os 17 vão receber o próximo pagamento com o reajuste. E ficarão caladinhos.
Peguem esse dinheiro e ajudem os pobres
Os vereadores Nesval Júnior (PSD), Da Lua (PL), Lacimar Cezário (PSD) e Léo Alves (Podemos) chegaram a sugerir que os que votaram contra concedam a diferença para que entidades assistenciais do município sejam beneficiadas. O presidente Alexandre Campos (DEM) disse que irá verificar junto à Procuradoria Jurídica, a viabilidade da concessão desse percentual dos sete vereadores que disseram não ao reajuste.
Tendo vencimentos mensais de R$ 7.443, cada vereador receberá mais R$ 756,00 de recomposição inflacionária e seus salários passarão para R$ 8.199,20. Os sete vereadores da oposição poderão, como sugeriram os colegas, fazerem a doação desse dinheiro todo mês para uma instituição que sobrevive com esses benefícios. R$ 756 é pouco, mas somados sete os valores serão de R$ 5.292. Estão aí o Crasi, a Fundação Frederico Ozanan, a Magnificat, a comunidade Mães e Filhos, o Lar Fraterno, entre outras instituições que receberão de bom grado o dinheiro rejeitado pelos vereadores.
Como foi a votação dos projetos de reajuste salarial para os políticos
Favoráveis
- Alexandre Campos (DEM)
- Da Lua (PL)
- Carol Faria (Avante)
- Gleison Fernandes (PSD)
- Giordane Alberto (PV)
- Lacimar Cezário (PSD)
- Léo Alves (Podemos)
- Nesval Júnior (PDT)
Contra
- Antônio de Miranda (PSC)
- Edênia Alcântara (PDT)
- Ener Batista (PSL)
- Gustavo Dornas (Patriota)
- Joselito Gonçalves (PDT)
- Kaio Guimarães (PSC)
- Márcia Cristina (Patriota)