Um aviso da Defesa Civil com o alerta de “interditado, local sob risco de desastre” e fitas de plástico zebradas comunicavam o início da demolição, na quarta-feira (15), do velho casarão onde funcionou o Alvorada Hotel, na Praça da Estação. Os escombros do velho prédio atestam o que tem acontecido com muitos outros imóveis em Itaúna nesses tempos em que a especulação imobiliária também afeta a vida das pequenas cidades. Membros do Conselho de Cultura e do Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Cultural Artístico e Ecológico de Itaúna, Codempace, tentaram reverter na Justiça a vontade dos proprietários de jogar o prédio ao chão, contrariando até a decisão, tanto polêmica quanto confusa, de alguns membros desses colegiados, favoráveis ao fim do casarão.
Construído em estilo de arquitetura eclética que mistura o art nouveau com o neoclássico, uma característica das três primeiras décadas do século XX, muito comum na paisagem itaunense, o prédio abrigava até poucos dias o singelo hotel, por muitos chamados de “motel” por atender a casais enamorados em furtivos encontros, a preços módicos.
Propriedade de herdeiros da sra. Maria Fausta e do sr. Ari Antunes, o imóvel é inventariado pelo Codempace e estava em processo de tombamento como patrimônio histórico do município.
Nos últimos dias, inúmeros artistas, professores e gestores culturais, por meio de mensagens nas redes sociais, se posicionarem contrários à investida dos proprietários do casarão e os posicionamentos favoráveis à destruição do imóvel por alguns membros dos Codempace.