Em uma decisão que tem gerado polêmica, a Câmara de Itaúna continua a manter desativados os comentários dos internautas durante as transmissões ao vivo das reuniões. A medida, que impede a população de interagir diretamente durante as sessões, foi pauta do vereador Guilherme Rocha (NOVO) que fez um alerta à presidência e pediu uma reavaliação da medida.
“As pessoas precisam manifestar sua liberdade de expressão, não podemos compactuar com esse impedimento. Temos que dar o exemplo de uma gestão que dialoga com a população e saiba também ouvir as críticas. Peço uma análise para o retorno desses comentários no YouTube”, destacou o parlamentar.
Corte de microfone
Além da questão dos comentários, a reunião também gerou polêmica em torno de um incidente envolvendo o microfone de uma cidadã. Luana Cristina Teles, empreendedora local, se manifestava durante a sessão para demonstrar sua indignação com uma fala do vereador Rosse Andrade (PL) sobre a instalação de um trailer na Praça do Santa Edwiges, quando o áudio foi cortado, impossibilitando que os internautas acompanhassem seu pronunciamento.
Guilherme Rocha questionou a mesa diretora sobre o ocorrido informando que “parecia que o microfone foi cortado ou o volume abaixado no momento da fala da cidadã. Já passamos dessa fase de cortar a fala das pessoas”, afirmou, cobrando mais respeito à liberdade de expressão.
O presidente Toinzinho do Sô João se defendeu, alegando que o problema foi causado por falha técnica: “em nenhum momento o microfone foi cortado. Se houve um problema, ele foi técnico e será resolvido”, disse.
Sem painel para votações
Além disso, outro ponto de reclamação dos cidadãos que acompanham as reuniões pela internet diz respeito ao painel de votações, instalado na gestão anterior. O painel, que deveria exibir em tempo real os votos dos vereadores, está aparentemente sem funcionar corretamente.
“Algumas vezes as votações são nominais, em outras não. Fica difícil saber como cada vereador está votando”, disse Mateus França, morador de Itaúna, que segue acompanhando as reuniões online. “A falta de transparência prejudica a confiança da população no processo legislativo”, completou.