O surto de uma doença misteriosa que dominou os temas de reportagem esta semana em todo o país e fez uma vítima fatal em Belo Horizonte deixou em alerta as autoridades de saúde do estado. Sete pessoas estão internadas e todas estiveram, na mesma época, no bairro Buritis, região oeste de Belo Horizonte. Porém, as investigações apontam que, na casa de uma vítima, foi encontrada a presença da substância tóxica dietilenoglicol em duas garrafas da cerveja Belorizontina, da empresa Backer.
Um laudo divulgado pela Polícia Civil aponta dois lotes (L1-1348 e L2-1348) com contaminação, porém, os exames são preliminares e a corporação destaca não ser possível afirmar se a bebida tem relação com a doença.
A solução dietilenoglicol é um líquido sem cheiro que se mistura com água e solvente. Usado como anticongelante, em altas doses, se ingerido, pode causar intoxicação, com quadros de insuficiência renal e hepática. Sintomas apresentados pelas vítimas, todos homens, de 23 a 76 anos, são paralisia facial, náuseas, vômitos, alteração na sensibilidade, dores abdominais relacionadas a insuficiência renal aguda grave, borramento visual e perda parcial da visão. Dos oito pacientes, sete seguem em observação e um faleceu, o bancário Paschoal Demartini Filho, de 55 anos, que estava hospitalizado em Juiz de Fora.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), exames de sangue de pelo menos dois dos oito homens deram positivo para a substância, encontrada nos lotes.
Após o resultado do laudo que atestou dietilenoglicol na bebida, a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso e fez uma varredura na sede da Backer, na capital. No local, os policiais coletaram amostras que serão comparadas a outras já analisadas, referente às vítimas. Em nota à imprensa, a Backer informou que a solução encontrada não faz parte do processo de fabricação da Belorizontina.