A chuva que caiu no último domingo (8) – começou por volta das dez da noite e continuou até a madrugada de segunda-feira, – assustou os itaunenses. O temporal, acompanhado de uma forte ventania, deixou um rastro de destruição em casas e bairros da cidade, com árvores desfolhadas, residências destelhadas e invadidas pela lama e veículos amassados. Muros, árvores e postes foram jogados ao chão com a força dos ventos e da chuva de granizo em algumas regiões. Na avenida Jove Soares, a Prainha, vários imóveis, especialmente comerciais, foram inundados pela água suja e pelo barro. Motociclistas e motoristas que passaram pela avenida tiveram prejuízos.
Internautas divulgaram relatos dos estragos na Prainha, um problema antigo que vem desde a época em que o prefeito Osmando cobriu o canal. Também outros pontos de Itaúna sofreram com a forte chuva. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a chuva foi de aproximadamente de 22 mm, com ventos até 15 km por hora.
Desde o final de 2017, ainda no governo do ex-presidente Michel Temer, o governo federal suspendeu o programa Avançar – Mobilidade Urbana, do Ministério das Cidades e engavetou projeto que colocaria fim nas inundações da Prainha. As obras, orçadas em R$ 12 milhões, com possibilidade de pagamento em até 20 anos, detalham o resultado do trabalho de uma comissão técnica que identificou que, para acabar com as inundações, é essencial a construção de um canal paralelo e implantação de medidas paliativas, devido aos vários pontos de estreitamento, além de tubulações, vigas e um banco de areia na saída do canal, esse, com origem nos assoreamentos do rio São João, que reduz o fluxo normal da água.
As inundações da avenida também são consequências da impermeabilização do solo, aliada ao aumento do fluxo do rio São João, que não suporta receber o volume de água que desce do córrego do Sumidouro ao longo da via. Ainda contribui para o rápido acúmulo de recursos hídricos a localização baixa da avenida, área plana cercada por elevações, que concentra atualmente cerca de dez bairros. A grande quantidade de construções também diminui a capacidade de absorção e aumenta o fluxo e a velocidade com que o volume pluviométrico chega à avenida.
Estragos e prejuízos
Agentes da Prefeitura e do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) realizaram limpeza nas ruas da cidade na manhã de segunda-feira e a administração informou, por meio de nota, que iniciou a limpeza e reparos ainda na noite de domingo. Em vários pontos da cidade, afetados pela chuva, foram retirados excesso de lama e árvores quebradas e realizada a recomposição das sinalizações de trânsito.
Em nota, a Defesa Civil informou que equipes das secretarias de Infraestrutura e Serviços e de Assistência Social, juntamente com o Corpo de Bombeiro e o SAAE, agiram rapidamente, desde a madrugada de segunda. “Graças a Deus não houve dano humano, somente alguns problemas materiais. Não tivemos nenhum desabrigado no município”, afirmou a responsável pelo órgão, Márcia Moreira.