As chuvas que caíram em Itaúna na tarde de terça-feira (26) trouxeram uma grande preocupação com inúmeros pontos da cidade que se tornaram verdadeiras lagoas e levaram lama e sujeira às residências e pontos comerciais. O cenário de desolação foi compartilhado em fotos e vídeos nas redes sociais nos dias que se seguiram.
As imagens mostraram um rio de lama nas avenidas Gabriel da Silva Pereira e Dorinato Lima, principalmente próximo da construção do novo trevo do Morro do Engenho; o transbordamento da lagoa do Boulevard Lago Sul, ao lado da Prefeitura, muita sujeira na avenida São João, e na Avenida JK, além de grandes enxurradas noutros locais. Também vídeos de esgotos voltando às residências foram divulgados nas redes sociais.
O problema dos estragos provocados por fortes chuvas em Itaúna é antigo. Ainda está na memória de muitas pessoas a enchente na “Várzea”, a região da cidade onde hoje está localizada a Rodoviária, às margens do rio São João, em 1947.
A professora e escritora Maria Lúcia Mendes contou ao Jornal S’passo que tem muitas recordações desse período. O lugar era repleto de casas simples, as pessoas passaram muitas dificuldades, como doenças, e tiveram grandes prejuízos em decorrência da enchente. Casas, móveis e animais foram levados pelas águas. À época, muitos se mobilizaram, como os soldados do Tiro de Guerra, para acudir as pessoas e evitar maiores tragédias. Cinquenta anos depois, em 1997, a cidade novamente foi atingida pelas fortes chuvas e muitos lugares sofreram com inundações.
Problemas continuam
As cheias do rio São João deixaram de ser preocupação quando foram realizadas obras de alargamento das margens, dragagem e desassoreamento do leito. Hoje, o problema das fortes chuvas é atribuído aos serviços mal feitos de captação pluvial e aos bueiros entupidos, por causa do excesso de lixo nas ruas.
Na Câmara, vereadores da oposição denunciam que as vias estão sendo pavimentadas, com asfalto por todos os lados, sem que haja planejamento para a captação pluvial. O secretário de Infraestrutura da Prefeitura, Rosse Andrade, vem expondo sua preocupação com a quantidade de sujeira que tem sido retirada das ‘bocas de lobos’ nas constantes intervenções da pasta que é gestor.
Defesa Civil, PM e Bombeiros de prontidão
De acordo com os técnicos do serviço de meteorologia, o período das chuvas está adiantado em muitas cidades, como é o caso de Itaúna. A situação é preocupante para as chamadas áreas de risco e faz com que a Defesa Civil seja cobrada e realize planejamento de ações, assim como a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. O serviço de Defesa Civil no município, vinculado à Secretaria de Planejamento e Governo, atende 24 horas por dia, através do telefone 199 ou 98401-8973, e tem realizado encontros e palestras a fim de planejar suas ações na cidade e orientar as pessoas em caso de fortes chuvas.
A coordenadora do setor, Márcia Moreira, informou à reportagem que os cidadãos acionam o atendimento e o registro é realizado imediatamente.
Parcerias
Em período de fortes chuvas localizadas, como aconteceu no início da última semana, estão em maior risco pessoas que residem em locais de vulnerabilidade, como encostas e margens de rios, onde há perigo de enchentes, alagamentos e desmoronamento.
A Defesa Civil trabalha em parceria com inúmeros órgãos e entidades, como o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, a Polícia Civil, o judiciário, o Rotary, o Lions, a Maçonaria, grupos religiosos, além de representantes de entidades empresariais e setores da administração.