Na reunião da Câmara desta semana, a cidadã Laysse Carolinne Silva Matias, transexual e deficiente, utilizou a tribuna para fazer um relato angustiante de sua experiência pessoal e cobrar medidas de segurança e respeito aos direitos da população transexual. Laysse, que se identificou como paciente com transtorno de personalidade e problemas de instabilidade emocional desde 2002, trouxe à tona uma questão urgente: a falta de capacitação dos servidores públicos, incluindo os da Câmara, para lidar adequadamente com pessoas trans e com deficiências.
Segundo o laudo médico apresentado por Laysse, suas crises nervosas e instabilidade são exacerbadas por episódios de transfobia, uma realidade com a qual ela tem que lidar diariamente. Durante seu pronunciamento, Laysse destacou o desafio de ser atendida adequadamente por servidores públicos, especialmente em momentos de vulnerabilidade, como os que envolvem sua condição médica.
No centro de seu depoimento, a cidadã relatou um ataque brutal ocorrido no dia 3, o qual ela classificou como uma “tentativa de homicídio”. De acordo com Laysse, ela foi atacada por mais de sete homens, que invadiram sua casa e quebraram seu imóvel. Para ela, o incidente foi motivado por sua identidade transexual, uma constante perseguição que ela vem enfrentando por parte da sociedade.
Laysse enfatizou que a delegacia, onde registrou o ocorrido, não tem dado a devida atenção e respeito aos seus direitos, o que a fez se sentir ainda mais desprotegida. Durante sua fala, a cidadã expressou indignação pela falta de respeito com a comunidade trans e cobrou providências dos vereadores presentes para garantir que seus direitos sejam protegidos e que haja uma atuação mais eficaz das autoridades em situações de violência e discriminação.
“Se meus direitos não forem respeitados, e se em algum momento eu for obrigada a reagir a essa violência, posso ser levada a tomar atitudes extremas”, afirmou Laysse, destacando a gravidade da situação em que vive e a necessidade urgente de que suas reivindicações sejam ouvidas.
A fala de Laysse Carolinne gerou repercussão e levantou um debate importante sobre a capacitação dos servidores públicos, a segurança da comunidade transexual e a necessidade de políticas públicas mais eficazes no enfrentamento da transfobia e da violência contra pessoas trans.
Ela finalizou sua intervenção cobrando dos vereadores ações concretas para assegurar sua proteção e o respeito aos direitos da população transexual, com medidas que garantam a formação adequada dos profissionais que lidam com casos de pessoas trans e com deficiências, além de mais rigor no enfrentamento da transfobia e da violência.
