Um cidadão, morador nas proximidades da Praça da Estação, está revoltado com a falta de atenção com o bem público e cultural do município. Ele encaminhou à redação do Jornal S’PASSO vídeos apontando o descaso com o acervo do Museu Municipal Francisco Manoel Franco, instalado na praça.
Em uma gravação registrada na madrugada de segunda-feira (20) o cidadão mostra que uma das janelas do Museu, por trás de uma lona que está afixada na fachada do prédio, não foi devidamente fechada e a mesma teria sido aberta pela força do vento e da chuva que caiu durante a noite. No mesmo vídeo, o cidadão afirma que os holofotes que iluminam o local estavam queimados, mesmo depois de várias reclamações.
Há ainda a reclamação por parte do mesmo denunciante de gasto desnecessário com o aluguel de tendas para eventos na Praça da Estação. De acordo com as observações dele, o último evento realizado no local foi em 16 de novembro, quando aconteceu um encontro de carros antigos, tradicional das quintas-feiras, além de comemorações alusivas à Semana da Consciência Negra. Já no sábado e domingo não houve nenhum evento, o que ocorreu somente nas manhãs de segunda e terça-feira, quando alunos de escolas públicas estiveram no Museu. Assim, os equipamentos ficaram inutilizados o restante do dia e noite, impedindo a circulação de veículos no trecho.
O morador das proximidades da Praça da Estação, que pediu manter o anonimato, afirma já ter feito a denúncia de gastos desnecessários com as armações de tenda junto à administração, mas foi informado que o material pertence à Prefeitura. Ele contesta a informação, afirmando conhecer os empresários que alugam o equipamento e que a locação do mesmo custa de R$ 900 a R$ 1.000 por dia. Ele questiona o porquê de estarem sendo pagos alugueis diários das tendas, sem a necessidade de sua utilização. A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo programou a realização de mais um encontro de carros antigos e show nesta semana.
O denunciante diz ter conversado com algumas pessoas que trabalham no Museu e que confirmaram que a janela ficou mal trancada, mas que nenhuma peça do acervo foi furtada.
Denúncia alarmista
A respeito do episódio, o Jornal S’PASSO conversou com o diretor do Museu Municipal, Filipe Abner Souza Silva, que considerou a denúncia alarmista, já que o incidente não causou prejuízos de qualquer natureza ao Museu ou ao acervo. Abner, confirmou que a janela estava aberta, mas não por omissão, mas em razão de um episódio isolado. Devido à forte chuva que caiu na noite de domingo acompanhada de ventania, um banner que está afixado no local, foi lançado sobre a janela, rompendo a trava do trinco interno, fato que causou a abertura. O diretor afirmou que tomou conhecimento do ocorrido nas primeiras horas da manhã, inclusive tendo sido acionado por telefone pelo próprio denunciante. Sendo assim, às 6 da manhã ele já estava no local, fazendo a verificação e constatando que nenhum prejuízo foi causado, tampouco o acervo em exposição comprometido. Ele destacou que no local há um sistema de alarme com sensores de movimento que, no caso de invasão, envia um sinal sonoro imediatamente para o seu celular.
Problema da iluminação foi solucionado
Quanto à iluminação deficiente, Filipe Abner afirma que o blackout de três dias no entorno do Museu ocorreu em razão da queima do painel de controle de iluminação, avariado em decorrência das chuvas, cujo reparo demandou mais tempo, já que a equipe de manutenção elétrica da Prefeitura estava comprometida com a montagem da iluminação natalina da Praça da Matriz.