Cidadãos voltam a ocupar ‘espaço popular’ na Câmara para cobrar obras e serviços

Paulo Henrique, do bairro das Graças, e Marcos Antônio, de Santanense, pediram que vereadores apoiem as demandas

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O cidadão Paulo Henrique da Silva Júnior usou o espaço destinado à participação popular na Câmara Municipal essa semana para pedir apoio aos vereadores para a realização de obras no bairro das Graças, onde mora. Ele reclamou que a quadra esportiva do bairro é uma demanda antiga dos moradores e há muito tempo a construção vem sendo adiada. Também solicitou que os parlamentares intercedam junto à Prefeitura para que seja revitalizada a Praça Meroveu de Souza, inclusive com a recuperação de árvores e jardins e a colocação de um espaço destinado à prática de ginástica ao ar livre.

Paulo Henrique também se queixou de o bairro das Graças não ter uma associação comunitária, talvez o único da cidade, o que dificulta ainda mais as cobranças de benefícios para a comunidade. 

Os vereadores prometeram apoiá-lo nas demandas e elogiaram o bairro das Graças como sendo uma das mais tradicionais comunidades de Itaúna, responsável por alguns dos grandes eventos do município, como o futebol, o carnaval, o congado, as festas religiosas, entre outros. 

Também o cidadão Marcos Antônio Carvalho, da comunidade de Santanense, falou aos vereadores na reunião no início dessa semana. Ele lembrou da história do bairro e da empresa que deu origem à comunidade, a Cia. Tecidos Santanense, “criada pelos coronéis do Arraial de Sant’Anna porque ali havia água, vinda do Ribeirão dos Capotos, para tocar os teares”.

A história de um rio que está morrendo de sede

“O Ribeirão dos Capotos era a vida do bairro. As pessoas usavam as águas daquele córrego para se abastecer, se banhar, trabalhar, plantar, viver. A Santanense usou a água, o curtume usou a água, a São João usou a água, todas as empresas da região usaram a água deste mancial. Eles acreditavam que a água passava limpa e levava embora toda a sujeira. E quem estava na parte baixa do rio recebia essa sujeira. Em 1994, o prefeito Hidelbrando Canabrava Rodrigues criou o Projeto Somma, para tirar os esgotos da água. Foram mais de R$ 4 milhões usados na época e uma série de facilidades para que o poder público pudesse resolver o problema. Não resolveu o problema do esgoto. Qual é realidade hoje? A região da várzea, onde se plantava alimentos, não existe mais, o Ribeirão dos Capotos está assoreado, a Santanense usou a água, cresceu e hoje está parada. Então, há trinta anos, a Prefeitura tinha o dinheiro para resolver e não resolveu. O poder público administra mal o dinheiro do povo. Isso é fato e acho que ninguém aqui tem a coragem de dizer que estou mentindo. Eu lamento isso. A gente vê obra do SAAE sendo levada pela água. Quem quiser eu levo lá e mostro o que o SAAE fez. A água levou a obra, mas o esgoto está lá, no rio. Temos dever legal e moral para com o Ribeirão dos Capotos. Não adianta ficar reunindo aqui e jogando conversa fora. Temos que tomar coragem, mobilizar a sociedade. Na Ouvidoria te pedem 30 dias… são 30 anos, mais 30 dias para resolver. Nada resolve. Gastou-se muito dinheiro no Ribeirão dos Capotos e piorou”, pontuou o cidadão Marcos Antônio.