Novamente na Câmara Municipal, na reunião de terça-feira (13), em atendimento à convocação dos vereadores, a gerente de Trânsito e Transportes, Cíntia Valadares, falou sobre os serviços ruins praticados pela concessionária do transporte público de Itaúna, ViaSul. Ela afirmou que a administração tem exercido fiscalização rigorosa das atividades da empresa e que por causa de atraso e descumprimento de horários de ônibus e de outros problemas do dia a dia, vem sendo aplicadas multas em mais de 620 autuações, somente este ano, de janeiro a julho.
Cíntia garantiu que as multas são pagas pela empresa em dinheiro e através de descontos dos percentuais referentes à compra de vale-transporte pela Prefeitura. Os questionamentos de que a frota de ônibus se encontra sucateada, com riscos de acidentes, inclusive, para os usuários, a gerente explicou que a manutenção é feita pela própria empresa e que os laudos de vistoria são assinados por profissionais da área de engenharia mecânica e que ela não tem competência para duvidar da confiabilidade deles.
Romper o contrato não é tarefa fácil
Também foi questionado porque a Prefeitura não rompe o contrato que foi feito com a ViaSul, uma vez que o serviço não vem sendo satisfatório e em muitas cláusulas já estão em descumprimento. A dirigente do trânsito e transporte respondeu que a rescisão do contrato não é tarefa fácil, não pode ser feita a toque de caixa, é preciso que haja todo um processo, obedecendo a trâmites jurídicos.
Na sua avaliação, o problema está neste nível e a culpa não é da administração municipal, “que fez de tudo para evitar a situação”, diferente do legislativo que lavou as mãos e não aprovou nenhuma das soluções encontradas pela Prefeitura, como concessão de subsídio e aprovação de reequilíbrio contratual da concessionária. Ela faz referência às proposições do município, baseadas em estudo técnico feito pelo CEFET-MG, derrubadas pelos vereadores e que seriam condicionantes para renovação da frota de ônibus, construção de abrigos de embarques e desembarques e, até, diminuição do preço da tarifa.
Um dos vereadores pontuou que o município não teria condições de custear o subsídio para a ViaSul, uma vez que está deixando de cumprir suas obrigações até com despesas menores, como o pagamento de emendas impositivas já aprovadas, que irão beneficiar entidades assistenciais.
Decisão judicial
Cíntia Valadares voltou a afirmar que existe um processo na justiça e que somente a partir dessa decisão poderá haver benefícios diretos da ViaSul para os usuários, especialmente com a aquisição de novos veículos para suprir aqueles que foram retirados das linhas. No seu entendimento, a administração fez de tudo para que essa situação não chegasse a esse ponto e que somente o próximo prefeito irá conseguir resolver os problemas do transporte público, seja denunciando o contrato, seja implantando a tarifa zero, para gratuidade do serviço – como vem sendo solicitado por partidos de esquerda –, ou mesmo a execução de projetos importantes para beneficiar o usuário, a exemplo da construção do terminal urbano que ligará todos os bairros da cidade.
Ela disse que é lamentável que enquanto outras cidades discutem a modernização do transporte público, com aquisição de ônibus elétricos, Itaúna ainda esteja falando em substituir veículos velhos por outros em melhores condições, ainda assim velhos. O próximo prefeito terá que resolver esses problemas, reiterou.