Com a produção paralisada e sem perspectivas de regularizar benefícios dos empregados, Santanense faz acordos com trabalhadores

Diretoria vai se reunir com o presidente da Coteminas, Josué Alencar na primeira semana de abril, para discutir situação da empresa. Sindicatos e federação têxtil estarão presentes

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A cada dia chegam à redação do Jornal S’PASSO rumores sobre o encerramento das atividades da centenária Cia. Tecidos Santanense por questões financeiras. Um fato novo sempre coloca mais elementos às notícias assustadoras de demissão em massa e de fim de um ciclo em que essa empresa têxtil itaunense pontificou como uma das principais empregadoras da região centro-oeste de Minas Gerais, dada a sua importância no cenário econômico nacional. A Cia. Tecidos Santanense, que pertence ao Grupo Coteminas, foi fundada em 23 de outubro de 1891, pelo tenente coronel Manoel José de Souza Moreira e por seus filhos Augusto Gonçalves de Souza Moreira e Manoel Gonçalves de Souza Moreira.

Há algum tempo a empresa passa por mudanças administrativas e recentemente cogitou-se a existência de um decreto de falência e de recuperação judicial em andamento por parte do seu controlador acionário. A reportagem apurou, depois de ouvir alguns funcionários – após inúmeras tentativas de falar com a direção da empresa, que realmente a fábrica de tecidos está com inúmeras dificuldades financeiras, mas ao mesmo tempo buscando meios de solucioná-las e voltar à normalidade aos poucos.

O Sindicatos dos Tecelões está em negociações com os dirigentes e, também, com os trabalhadores da fábrica, dos quais é o representante. O Jornal S’PASSO conversou na manhã dessa sexta-feira (24) com a advogada do sindicato, Sandra Regina de Paula Vitor. Ela revelou que nesse mesmo dia esteve em contato com um dos dirigentes da CTS, o empresário Clóvis Gonçalves de Souza Júnior e ficou acertado o agendamento de uma reunião entre ele e demais dirigentes da empresa com o presidente do grupo Coteminas, Josué Gomes da Silva, com a presença de representantes da Federação Têxtil e de sindicatos da cidade onde a empresa atua. O encontro será em Belo Horizonte na primeira semana de abril, onde serão feitos os encaminhamentos e a busca de solução para a situação econômica da Cia. Tecidos Santanense. A advogada afirmou que a produção da empresa em Itaúna está paralisada até, pelo menos o próximo mês. Os salários dos trabalhadores estão em dia, mas ainda sem perspectiva de pagamento na data-limite em abril. O fornecimento do leite está paralisado desde setembro e o ticket-alimentação será regularizado – os dois em atraso – entre os dias 10 a 15 de abril.

Ainda segundo a advogada, a empresa está facilitando a situação de empregados que não têm mais interesse em permanecer na empresa diante dessa incerteza. Os processos trabalhistas estão sendo agendados no Sindicato dos Tecelões e a CTS está disposta a fazer acordos com os trabalhadores que não querem mais aguardar a soluções prometidas.