Focos de incêndio em lotes vagos e até mesmo em grandes extensões de área verde têm sido registrados nos últimos dias em vários pontos da cidade. Nesta época do ano, o vento, a baixa umidade e a falta de chuva trazem complicações de saúde para quem tem problemas respiratórios e é também propícia para o aumento das queimadas. O clima seco e o longo período de estiagem, são as principais causas dos incêndios que agravam doenças respiratórias, provocam ardência nos olhos, dificuldades para respirar, além de destruir patrimônios e causar muita sujeira de fuligem nas casas.
Há muito tempo que Itaúna tem enfrentando essas situações e, como explica o tenente Thiago Antônio de Figueiredo Boaventura, comandante da 2ª Cia Pará de Minas e do Pelotão de Itaúna, o grande problema decorre da ação do homem, que é o maior responsável pelas queimadas. “A maior parte das ocorrências de incêndio ocorre em lotes vagos, no perímetro urbano e em fazendas. A ação do homem ateando fogo para limpeza de lotes e de pastagens é a causa principal dos incêndios florestais”, afirma.
O tenente ressalta que a Unidade do Corpo de Bombeiros está preparada para atender o aumento das demandas e que já foi feito o plano de contingência para atendimento de ocorrências de incêndio no Morro do Bonfim, bem como vistorias em lotes vagos e manutenção das viaturas. Ele esclarece que os incêndios florestais têm sido a segunda maior demanda do pelotão, principalmente nos períodos de estiagem, perdendo apenas para o atendimento de resgate.
O tenente adverte que a Lei classifica como crime contra a flora, quem provoca incêndio em mata ou floresta e que a pena é de reclusão de dois a quatro anos, além de multa. “Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, mais a multa”, alerta o militar.
População mais consciente, resultados positivos
O gerente de Meio Ambiente da Secretaria Municipal de Regulação Urbana, Marcelo Augusto Nogueira Rezende, falou ao Jornal S’PASSO e ressaltou que ao contrário de outros anos, 2021 tem apresentando resultados melhores quanto ao número de queimadas. Segundo ele, a diminuição de casos deve-se, principalmente, às campanhas de conscientização desenvolvidas no município.
Marcelo destaca que os registros na Ouvidoria Geral do Município e nos demais canais de interação com o público, como as redes sociais da Prefeitura, mostram queda no número de reclamações e ocorrências em virtude das queimadas.
O gerente do Meio Ambiente pontuou ainda que 2020, nesse mesmo período, as solicitações de atendimento e as denúncias que chegavam à Ouvidoria foram muito mais intensas. “No primeiro semestre de 2020 foram registradas 70 ocorrências de incêndio, um aumento de quase 15% com relação ao ano anterior. Nos primeiros meses do segundo semestre de 2020 foram 30 atendimentos para contenção de fogo. Estamos em julho e as demandas são quase nulas. Acreditamos mesmo que isso é o resultado de intensivas ações no município e das campanhas de conscientização da população, as pessoas estão mais cuidadosas”, salientou.