Chamado à época de presidente do Estado de Minas Gerais, o governador era Silviano Brandão (1848-1902) e é dele o Decreto Estadual Nº 319, de 16 de setembro de 1901, que criou o Município de Itaúna. Fundado por Gabriel da Silva Pereira, o arraial de Sanct’Anna do Rio São João Acima foi criado pela Lei Provincial 209, de 7 de abril de 1841 como parte do município de Pitangui. Com a criação do município de Pará de Minas em 1874, Santana ficou incluída em sua área administrativa.
A elevação do arraial à categoria de município se deu pelo esforço de seus ancestrais – como diz a letra do Hino de Itaúna, escrita por José Valeriano Rodrigues e musicada por Jésus Ferreira –, sobretudo pela vontade e atuação do trio Augusto Gonçalves de Souza Moreira, Josias Nogueira Machado e Senócrit Nogueira. O primeiro, que dá nome à praça principal, é considerado o “pai do município de Itaúna”.
Augusto Gonçalves foi o primeiro presidente da Câmara Municipal, cargo cumulativo ao de Agente Executivo, que correspondente ao de prefeito de agora. A administração inaugural de Itaúna aconteceu no dia 2 de janeiro de 1902. Hoje, a lembrança dessa data fica por conta de uma pracinha singela espremida entre as ruas Zezé Lima e Godofredo Gonçalves, ao lado da Biblioteca Pública Engenheiro Osmário Soares Nogueira, no centro de Itaúna. Augusto Gonçalves de Souza Moreira ficou à frente da administração municipal até 27 de janeiro de 1921 e, doente, morreu em 20 de maio de 1924, em Belo Horizonte.
Como escreveu o historiador João Dornas Filho, em seu livro “Efemérides Itaunenses”, Coleção Vila Rica, 1951, o dia 2 de janeiro amanheceu embandeirado de alegria popular. Às primeiras horas da manhã a população fora despertada por uma salva de 21 tiros e pela alvorada triunfal executada pelas duas bandas de música da localidade. Ao meio-dia, reunidos em frente da casa do Cel. Josias Machado, organizou-se um préstito cívico que conduziria ao edifício da Câmara Municipal as autoridades eleitas para o governo do novo município.
Este cortejo desfilou na seguinte ordem: à frente, a banda de música de Emílio de Melo, precedendo às grandes alas de povo; ao centro das alas, um grupo de senhoritas, vestidas de branco e ornadas com as cores nacionais, representava os distritos de Itaúna, trazendo cada uma, a tiracolo, um fitão amarelo com o nome do distrito. Eram as seguintes: Laudjour Nogueira, Itaúna; Raquel Nogueira, Conquista, hoje Itaguara; Leonor de Matos, Itatiaiuçu. Mariquinhas Alves, Cajuru; Dagmar Guimarães, Serra Azul.
Junto a estas senhoritas foram colocadas as pessoas ilustres que se achavam presentes e membros da nova Câmara. Fechava o cortejo a banda de música do Cel. Josias Machado, que porfiava com a de Emílio de Melo no executar os mais vibrantes dobrados ao espocar de foguetes e das ovações.
Chegados à frente da Câmara, os membros desta foram saudados pelo Sr. Enéas Chaves, que os convidou a entrar no edifício. Entrados, o Presidente da Municipalidade, Dr. Augusto Gonçalves, depois de tomar assento e convocar os camaristas, declarou solenemente instalado o município e empossados todos os membros do seu governo. Vivas frenéticos e os primeiros acordes do Hino Nacional cobriram as últimas palavras do novo Presidente, saudadas ainda por uma salva de 21 tiros. Encerrada a sessão de instalação foi servida aos convidados e ao povo, nos salões da Câmara, lauta e rica mesa de doces e bebidas. E à noite teve lugar o baile de gala no Paço Municipal, tendo início às vinte horas, após o Hino Nacional, os compassos da primeira quadrilha da noite.
Marco da instalação do município
A partir deste dia 02 de janeiro de 1902, Itaúna passou a existir realmente, porque até então só existia de direito, isto é, criada pela Lei Estadual 319, de 16 de setembro de 1901. A composição da primeira administração do novo município ficou assim constituída: Dr. Augusto Gonçalves de Souza Moreira – presidente da Câmara, Padre Antônio Maximiano de Campos – vice-presidente. Vereadores: Mardoqueu Gonçalves de Souza ,Luiz Ribeiro de Oliveira, Padre Euzébio Nogueira Penido (Itatiaiuçu), Antônio Faria (Cajuru). Luiz Augusto da Silva (Conquista, hoje Itaguara).
Meio século
Quando completou 50 anos, em 1951, Itaúna era governada pelo prefeito Victor Gonçalves de Souza e por seu vice-prefeito Joaquim Soares Nogueira (1951-1955). A Câmara Municipal era composta por 11 vereadores: Raimundo Benedito de Faria, Lincoln Nogueira Machado, José de Cerqueira (este renunciou ao mandato e foi substituído pelo suplente Áureo Magalhães Gomes), Ademar Gonçalves de Souza, Ivair Augusto da Fonseca, Ítalo Milo, Vicente Nogueira Penido, Aníbal Lopes da Silva, Henrique Antunes Vilaça, José Herculano Pereira, Aristeu Pereira de Camargos
Centenário
Nos 100 anos de emancipação político-administrativa de Itaúna, em 2001, o prefeito era Osmando Pereira da Silva e seu vice o empresário Luiz de Oliveira Guimarães. Os 17 vereadores do Centenário eram: Maurício Aguiar, Silmar Moreira de Faria, Marcos Antônio Alves Penido, Artur Marques, Rosse Andrade Silva, Pedro Paulo Pinto, Gláucia Maria Santiago Rodrigues, Miguel José de Andrade, Vicente Gabriel Gonçalves Penido, Adão Eustáquio Lino, Claudemir Nocente, Márcio José Bernardes, Geraldino de Souza Filho, Antônio Nogueira Gontijo, Delmo Gonçalves Barbosa, Antônio de Miranda Silva, Júlio César Alves.
Herdeiros políticos
O 120º aniversário da cidade acontece com a administração do médico Neider Moreira de Faria, em seu segundo mandato. Ex-vereador e ex-deputado estadual, Neider é filho do ex-prefeito Jadir Marinho de Faria (1971-1972). A vice-prefeita é a ex-vereadora Gláucia Santiago, filha do ex-prefeito Hidelbrando Canabrava Rodrigues (1973-1977 e 1993-1996) e ex-deputado estadual. A atual Câmara Municipal é composta por 17 vereadores: Ana Carolina Silva Faria, Alexandre Magno Matoni Debique Campos, Antônio de Miranda Silva, Antônio José de Faria Júnior, Aristides Ribeiro de Carvalho Filho, Edênia Ribeiro Alcântara, Ener Batista Morais Moreira, Giordane Alberto Carvalho, Gleison Fernandes de Faria, Gustavo Dornas Barbosa, Joselito Gonçalves Morais, Kaio Augusto Honório Guimarães, Lacimar Cezário da Silva, Leonardo Alves dos Santos, Márcia Cristina Silva Santos, Nesvalcir Gonçalves Silva Júnior, Silvano Gomes Pinheiro.
