Nesvalcir Gonçalves Silva Júnior (PSD), o Nesval, estava até recentemente na condição de ocupante temporário de uma cadeira na Câmara, como suplente de Lucimar Nunes da Silva (PSD), o Lucinho de Santanense que ocupa a Secretaria de Governo do prefeito Neider Moreira (PSD). Porém, o cenário mudou e há dois meses Lucinho renunciou ao mandato parlamentar para continuar em definitivo na administração municipal. Com isso, Nesval foi empossado vereador titular e, essa semana, foi eleito presidente da Câmara para o biênio 2023/2024. Nesval Júnior terá como colegas de Mesa Diretora, Alexandre Campos (União Brasil), vice-presidente e Márcia Cristina Silva Santos (Patriota), secretária.
O jovem vereador iniciou na vida política como estagiário na Câmara Municipal, em 2010. Ele foi convidado para fazer um estágio no Legislativo como estudante de Direito. “Vim para a Câmara como estagiário. Minha família nunca havia se envolvido na política e nem eu, até então, havia me interessado. Mas comecei a me envolver e a tomar gosto”, ressalta.
Na faculdade, Nesval diz que se interessou pelo universo político e buscava livros voltados para a administração pública e para a ciência política. Quando terminou o estágio no Legislativo teve a oportunidade de trabalhar na administração do ex-prefeito Osmando, no Centro da Juventude, onde desenvolveu ações e políticas públicas voltadas para os jovens. “Foi nesse período que foi realizada a maior conferência da juventude do estado de Minas Gerais”, lembra.
Em 2016, quando o atual prefeito Neider Moreira se candidatou convidou Nesval para coordenar sua campanha. “Trabalhamos, fomos vitoriosos e estive com Neider no primeiro mandato, no gabinete, onde adquiri um conhecimento ímpar. Mas falo que a Câmara é uma faculdade. Quando tive que voltar para cá como vereador, pude usar toda a experiência que conquistei como estagiário, pois já conhecia as pessoas e o funcionamento da casa. Para mim é motivo de orgulho ter começado aqui como estagiário, me eleger vereador e, agora, presidente da Câmara”, pontua.
Presidente eleito e os planos de trabalho
A primeira atitude de Nesval foi colocar a equipe de transição para trabalhar para que ele possa ter acesso às questões administrativas que serão importantes para o planejamento dos próximos dois anos. “O presidente Alexandre Campos, com quem tenho um bom relacionamento, vai facilitar esse acesso e amanhã (sexta-feira) será publicada a portaria com os integrantes desta equipe. Preciso entender melhor o funcionamento do Legislativo porque uma coisa é estar no plenário e outra coisa é ser presidente da casa. A partir de janeiro, minha atuação não vai ser somente voltada para a questão política; será também para as atividades administrativas. A partir do relatório dessa comissão é que iremos ver quais serão os caminhos a serem seguidos”, explica.
A equipe de transição
A equipe de transição será composta por funcionários efetivos e comissionados que já fazem parte do quadro da Câmara e que entendem os trâmites da casa. “Estou tomando esta iniciativa principalmente para me inteirar dos contratos que irão vencer, dos processos administrativos e do funcionamento da casa no dia a dia. No poder público todo contrato depende de licitação e este procedimento pode ser demorado. Por isso precisamos saber quais contratos estão em vigor, os que poderão ser renovados e planejar os procedimentos licitatórios necessários”. Segundo Nesval, outras iniciativas para aproximar as pessoas do Legislativo serão avaliadas e, uma delas é a criação da Escola do Legislativo. “É uma ideia que tenho e que pretendo amadurecer”, afirma.
Horário das reuniões
Sobre a polêmica troca de horário das reuniões semanais, Nesval afirma que há decisões que precisam ser tomadas pelo colegiado e qualquer mudança de horário dos expedientes do Legislativo é uma delas. “Não é uma decisão do presidente, é do plenário e nesse tempo em que estou na Câmara como vereador, sendo as reuniões às 14h ou às 17h, o público sempre esteve presente quando o debate ou as decisões são de interesse coletivo. “Hoje as reuniões acontecem às 14h, mas se for da vontade da maioria mudar, não vejo problema e vamos acatar”, diz.
Fui candidato de um grupo, serei presidente de todos
“Quando o Lucinho assumiu a Secretaria de Governo eu vim para a Câmara para somar. Tive uma votação expressiva, 520 votos, mas devido à legenda do meu partido, fiquei na suplência. E, mesmo na suplência, ocupando a vaga temporariamente, estive presente nas reuniões e trabalhei em diversas comissões importantes como a de Finanças. Quando assumi definitivamente o mandato, veio a possibilidade de me candidatar à presidência como uma decisão coletiva. Fui candidato do grupo, mas a partir de 1º de janeiro serei presidente de todos os 16 vereadores”, salienta.
Não houve interferência do prefeito
Nesval Júnior faz questão ressaltar que essa eleição foi atípica e que não houve sequer uma reunião com o prefeito. “Neider não interferiu, não conversou com nenhum vereador, não fez acordo, não pediu votos. As decisões foram do grupo, tomadas aqui na Câmara e por isso acredito que o trabalho da mesa será bem independente. Não houve interferência do executivo, mas por eu ser o líder do prefeito, não tenho dúvida de que o diálogo com a Câmara será feito de forma mais tranquila”, pontua.
Harmonia entre os poderes
A harmonia entre a prefeitura e a Câmara é benéfica para todos e quem ganha é a população. “O legislativo depende do executivo e o executivo do legislativo. Trabalhando em parceria quem ganha é a cidade. O Neider é uma pessoa que admiro e um ótimo gestor. Espero fazer a gestão da Câmara com mesma eficiência dele à frente do executivo”, ressalta.
Juventude como protagonista
Nesval destaca que o diferencial dessa legislatura é a presença jovens vereadores. “Acho que é a mais jovem Câmara da história. O presidente que está saindo tem 29 anos, eu tenho 30, temos vereadores de 30 e 25 anos… A gente tem que criar políticas públicas aqui na Câmara para, em parceria com o executivo, trabalhar com os jovens. A Escola do Legislativo, que eu citei anteriormente, pode ser uma porta para dialogar com a juventude e despertar novas lideranças na cidade”, destaca.
Futuro político
“Ainda é cedo para pensar em futuro, estamos chegando agora. A eleição para a presidência não foi tão fácil, digo até que foi mais difícil que a própria disputa para vereador. Sou uma pessoa de grupo e vou caminhar junto com as decisões do grupo. Porém, é muito claro que há um espaço muito grande hoje em Itaúna para novas lideranças. Acredito nisso e daqui a uns 20, 30 anos, ainda quero estar na política. Me preparei muito para estar aqui nesse cargo, mas que o grupo decidir, estarei junto. E sempre que a população quiser, meu nome estará à disposição”, promete.
Presidente Lula
Na opinião do vereador Nesval Júnior, a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi um processo democrático. “Espero que ele faça uma boa gestão; ele é experiente e como político não posso ter outro desejo que não seja que ele faça o melhor pelo País”, afirma.
Deputada Lohanna França “A Lohanna é minha amiga e ficamos mais próximos ao longo dessa caminhada eleitoral. Sou amigo da família dela em Itaúna e temos conversado bastante. Ela tem muita vontade de trabalhar, principalmente por Itaúna. A eleição dela, na minha opinião, é um grande ganho para nossa cidade e quero tê-la como parceira do Legislativo, com certeza. Pela sua representatividade, seu trabalho, quero muito o apoio dela”, pontuou.
