Dia Internacional da Mulher

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47,8 milhões fazem parte da força de trabalho no país; em Minas Gerais 4,6 milhões atuam no mercado de trabalho

De acordo com dados da Pesquisa Nacional Por Amostras de Domicílio Contínua (Pnad) do IBGE, feita no 4º trimestre de 2023, 90,6 milhões mulheres no Brasil possuem idade de 14 anos ou mais e destas 47,8 milhões faziam parte da força de trabalho. Em Minas Gerais 4,6 milhões atuavam no mercado de trabalho. A taxa de informalidade no Estado era de 34,1%. Os dados do Pnad mostram que 43,8% das mulheres que ganhavam até um salário mínimo, 43,5% eram negras e 35,7% não negras.

As mulheres são maioria, também em Itaúna, na Educação, no comércio e nos serviços de empregada doméstica. Nos tempos modernos as mulheres estão atuando em todos os setores onde antes apenas homens trabalhavam e mais que os do sexo masculino, as mulheres desenvolvem atividades para além do seu ofício.

As mulheres trabalham fora e, também, em casa. São mães, cuidam dos filhos – às vezes mais que os pais – e se desdobram em várias atividades no dia a dia. De onde vêm essa força e energia da mulher para ser mãe, esposa, dona de casa e profissional em inúmeros papeis, como de professora, médica, dentista, motorista, gari, engenheira, mestre de obras, frentista, operadora de máquinas pesadas, balconista, empregada doméstica, atriz, cantora, repórter, cinegrafista, policial etc.?

O Jornal S’PASSO, aproveitando as celebrações pelo Dia Internacional da Mulher, perguntou a várias mulheres o que representa essa profissional de múltiplas funções e de onde vem essa força constante. Veja o que elas responderam.

“Sou mãe, sou pai e avó. Como já dizia a escritora mineira Adélia Prado: “Mulher é desdobrável, eu sou”. Essa força vem da alma, das lutas e também das vitórias”. Beth Souza (ou Elizabeth Batista de Souza), ou simplesmente Eliza. Poeta, declamadora e atuante na luta pelo fim da violência doméstica

“Desde muito jovem sempre tive vontade de ser independente, de lutar pelo que sonhava e ser uma profissional buscando melhorar a cada dia; trilhei uma batalha para chegar onde almejava. Também tive o privilégio de estar com um companheiro que me mostrou que era possível ser esposa, mãe e profissional ao mesmo tempo, sempre me impulsionando e apoiando para não perder minha essência. É desafiador fazer todos os papeis, me doando da melhor forma possível, mas é gratificante ter minha família e amigos me incentivando. Gosto de repetir sempre que não se mede excelência pela quantidade de tempo, mas sim pela qualidade em que se propõe a desdobrar com tantas tarefas. Hoje sou grata pelo casamento que construí, por meus filhos que são minha força para lutar a cada dia e pela profissional que busca sempre aprimorar. Tenho orgulho da mulher que me tornei”.  –  Elaine Cristina de Oliveira Silva – Mãe do Lucas e da Maria Eduarda – Gestora Financeira

“Ser mulher é ter a plena convicção de que as nossas peculiaridades são as que nos tornam únicas e capazes de conquistarmos qualquer profissão e espaço social que quisermos. É ocupar os espaços a partir da nossa identidade, amor, empatia, competência e capacidade de lutar pelos nossos sonhos e ideais”. –  Alessandra Nogueira Santos Araújo – Mãe do Víctor, do Arthur e da Giovanna – Educadora e atualmente está como secretária municipal de Desenvolvimento Social

“Ser uma mulher que trabalha fora, mãe e dona de casa é desafiador, mas gratificante. Essa força constante vem da paixão por todas as áreas da vida, do desejo de oferecer o melhor para a família, da inspiração em mulheres fortes ao longo da história e da capacidade de adaptação e multitarefa. Alimentada pelo apoio da família, pela busca por soluções inovadoras e pela aceitação de que equilibrar todos os papéis não exige perfeição, mas dar o melhor a cada momento. Essa força interior é impulsionada pela resiliência, pela capacidade de adaptação e pelo amor incondicional pela família. A jornada é celebrada diariamente, valorizando cada conquista, grande ou pequena”. – Camila Magela – Mãe do João e do Davi – empresária das Lojas Ana Milla, “esposa do Thiago, com habilidade para equilibrar a complexidade de múltiplos papéis”.

“Eu fui criada pela minha avó Carmita, que sempre me incentivou a trabalhar fora e a ter minha independência financeira. Foi natural a inserção no mercado de trabalho. Lógico que tudo muda com a chegada de um filho e na maternidade atípica um pouco mais de dedicação e compromisso são exigidos. Minha filha Olívia é minha vida, minha força, é tudo para ela e por ela”. – Daniela Alves Corradi Fonseca Diniz – Mãe da Olívia – Advogada – Atualmente ocupa a Gerência Superior de Fiscalização de Regulação Urbana Centralizada de Itaúna

“Ser mulher que trabalha fora, mãe e esposa hoje em dia é ser uma mulher fora de um padrão que o patriarcado prega. Ser mulher em multi-funções hoje em dia é ter a consciência que somos mais fortes e temos o direito de ocupar espaços de decisões. Importante ressaltar que se hoje temos vários direitos é porque outras mulheres também quebraram padrões e abriram caminhos para que a toda a estrutura da sociedade passasse a respeitar as mulheres em sua pluralidade. A minha força vem dos ensinamentos da minha mãe e de todas mulheres que encontrei e encontro pelo caminho. Vem da necessidade de transformar o mundo em um lugar seguro para nossas meninas e mulheres. A minha força vem do amor dos meus filhos, marido e toda rede de apoio da minha família, que me ajuda a me mantém firme nessa missão de dar continuidade a todo meu trabalho em defesa de todas as mulheres”. – Edênia Alcântara – Mãe do Yuri, da Júlia e do Jojô – Atualmente está como vereadora de Itaúna e presidente da Comissão dos Direitos da Mulher, Direitos Humanos e Meio Ambiente

“Ser uma mulher que trabalha fora, somado à maternidade e às funções de dona de casa é um desafio diário que requer muita dedicação e organização. Acredito que antes de tudo, a minha força venha do Criador de tudo, meu amado Deus, que me garante o descanso necessário, quando as demandas se tornam demasiadamente excessivas e do grande exemplo de mulher e mãe que tive através da postura de minha mãe Zélia. Além disso, penso que essa força constante, própria da mulher, vem de uma combinação de fatores, como a capacidade de adaptação a diferentes papeis, a habilidade de equilibrar múltiplas responsabilidades e a motivação para buscar o melhor para mim e para minha família; na vontade de realizar sonhos e alcançar objetivos pessoais e profissionais, na capacidade de lidar com desafios e superar obstáculos, na coragem de assumir diferentes papeis e responsabilidades, e na resiliência para enfrentar as adversidades do dia a dia. Somado a isso penso que o apoio e suporte da minha família, dos amigos e da comunidade, que reconhecem e valorizam o trabalho e esforço das mulheres que desempenham esses múltiplos papeis, também são fundamentais para que sejamos fortalecidas! Acredito que cada mulher é única e possui suas próprias motivações e fontes de força.  Esse equilíbrio entre trabalho, maternidade e vida doméstica pode ser desafiador, mas me enche de satisfação e realização na minha jornada de vida!”. – Camila Gonçalves de Andrade e Souza Leite – Mamãe do Miguel – Advogada e atualmente Procuradora Legislativa na Câmara Municipal de Itaúna

“Para mim, ser mulher é ter uma força fora do comum. É saber fazer mil coisas ao mesmo tempo. É muitas vezes abdicar de você para poder dar à filha ou aos mais próximos. Sou privilegiada por ter um marido companheiro e que faz absolutamente tudo comigo, mas sei que essa é uma realidade muito distante de várias mulheres. Por isso, nesse dia internacional da mulher eu só tenho a agradecer por ter vindo a este mundo como sou e, ao mesmo tempo, peço para que tantas outras consigam ter paz, amor e companheirismo. A gente não dá conta de tudo e também não é perfeita e está tudo bem!”. – Juliana de Morais Mourão – Mãe da Maria – Pedagoga e autora de livro infantil

“Todas nós mulheres temos uma força dentro de nós que muitas vezes desconhecemos a intensidade, até o momento que precisamos dela. O meu despertar aconteceu com a maternidade atípica, foi ela que me guiou inclusive na escolha profissional. Me vi diante de desafios que me fizeram ir do luto à luta, luta que é constante em uma sociedade que caminha a passos lentos na área da inclusão”. – Geórgia Mendonça – Mãe do Dedé e do João.