A matéria da última edição do Jornal S’PASSO sobre as eleições nas escolas da rede pública estadual causou estranheza e até indignação por parte de professores da Escola Estadual de Itaúna e demais escolas estaduais que têm chapa única. O diretor interino José Ronaldo e sua vice, Giovana Silva, procuraram a redação para manifestarem seu descontentamento com o teor da reportagem que trouxe informações de que um professor estaria combatendo a candidatura – em chapa única – dos dois postulantes à gestão da escola. Tanto José Ronaldo, quanto Giovana afirmaram que a matéria do Jornal deixou dúvidas quanto ao seu propósito, que era o de divulgar a eleição para diretores das escolas estaduais e não enfatizar as denúncias do professor. A matéria do S’PASSO não revelou o nome do crítico em questão, mas os professores disseram saber de quem se trata e de sua fama pela polêmica e a contestação gratuita.
Hoje pela manhã a reportagem esteve na escola e conversou com o diretor, que pediu para esclarecer a situação. José Ronaldo é professor de matemática há vinte anos e está na instituição há cinco. Em setembro deste ano ele foi nomeado pela 12ª Superintendência Regional de Ensino (SRE) gestor da Escola Estadual de Itaúna depois que um processo administrativo afastou o ex-diretor, suspeito de irregularidades. O rito para a eleição de diretores, que irá legitimar todos os candidatos eleitos pela comunidade escolar no dia 1º de dezembro, assim como José Ronaldo e Giovana, aconteceu nos últimos dias com todos os trâmites necessários. Primeiramente foi realizada a prova de certificação dos candidatos, depois a inscrição das chapas – aqui os candidatos têm que provar idoneidade perante à Justiça, aptidão para o cargo, estar em dia com a Justiça Eleitoral etc. A 12ª SRE valida as candidaturas e somente a partir de então as mesmas são tornadas públicas.
Em resposta à reportagem e, diretamente, às críticas do colega, o diretor José Ronaldo ressalta que não tem o poder de modificar os trâmites da eleição para diretores, a fim de tornar o processo mais (ou menos) democrático. “A única chapa que se inscreveu em tempo hábil e que cumpriu todos os pré-requisitos da Secretaria de Educação foi a nossa”, afirma. Outras contestações apontadas na matéria, como a alta evasão escolar e a falta de trato do diretor com os profissionais da instituição, José Ronaldo esclarece que não há evasão escolar e sim uma grande solicitação de alunos por transferência para outras escolas. Isto decorre desde a implantação do Tempo Integral, em 2021, que impede que muitos estudantes possam trabalhar. O Tempo Integral funciona nos três níveis do ensino médio: 1º, 2º e 3º anos e alguns alunos não querem continuar estudando o dia inteiro. “Não é verdade que eu trato mal os professores e demais profissionais da Escola. Tenho bom relacionamento com todos e prova disso é que a grande maioria deles me apoia. Você pode procurar os professores da escola e confirmar o que estou te dizendo”, disse.