Duas professoras denunciam na Câmara perseguição nas escolas

Emocionadas e demonstrando indignação, profissionais se dizem vítimas de discriminação. Legislativo aciona Comissão de Educação para apurar denúncias

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Na semana em que se comemora o Dia do Professor, a Câmara Municipal deu voz em sua reunião ordinária, a duas professoras da rede pública do município, que foram denunciar suposto abuso de poder da direção das escolas  Artur Contagem Vilaça, no bairro Cidade Nova; e Eduardo Gomes, na comunidade rural de Brejo Alegre.

Sonízia Ferreira da Silva, que é contratada do serviço público para atuar na escola como eventual e professora da educação infantil, relatou que a direção da escola a discrimina, chamando-a de idosa, faz perseguições – não somente a ela, mas a outros profissionais e que tem tornado sua vida um inferno com cobranças exageradas, obrigando-a, a assinar atas com narrativas contra ela própria. Essas atas foram a comprovação de atos discricionários da direção da Escola Artur Contagem Vilaça, mas que serviram para que Sonízia fosse demitida de seu cargo e, por isso, condicionando-a a ficar 180 dias desautorizada de concorrer a qualquer cargo na Prefeitura. Bastante emocionada, Sonízia chorou na Tribuna da Câmara e disse que está cansada dessa situação, passando mal todos os dias e que até já emagreceu diante os problemas emocionais vividos.

A professora Rosilaine Ribeiro Garcia, contratada da Escola Municipal Eduardo Gomes, da comunidade do Brejo Alegre, denunciou também, no espaço da participação popular, situações em que ela classifica como abuso de poder na instituição onde trabalha. As mesmas características de perseguição da primeira denúncia foram colocadas por Rosilaine que informou a feitura de atas com “inverdades”, com a imposição de que sejam assinadas e, assim, produzindo provas contra si mesmo. O desfecho foi, também, o afastamento de suas atividades na escola. 

Vereadores prometem apurar

Diante das denúncias das professoras, os vereadores provocaram a Comissão de Educação do Legislativo a apurar os fatos, ouvindo todos os envolvidos, inclusive as diretoras das escolas Artur Contagem e Eduardo Gomes e a Secretaria Municipal de Educação. Outros professores estavam na plateia e se manifestaram em apoio às duas colegas reclamantes com aplausos.

Secretário de Educação afirma que rescisão dos contratos foi motivada por “vasto embasamento”

O Jornal S’PASSO tentou falar com as diretoras, mas como as escolas estão em período de recesso por causa da semana dos professores e das crianças, não conseguimos o retorno.

O secretário municipal de Educação, Weslei Lopes, afirmou que as referidas professoras reclamantes tiveram contratos rescindidos “a partir de vasto embasamento que indicava a necessidade desse procedimento”. Ele não entrou em detalhes sobre as provas em desfavor das profissionais, mas afirmou que as diretoras das escolas Artur Contagem e Eduardo Gomes retornarão do recesso escolar na próxima segunda-feira (16) e poderão se manifestar com mais detalhes.