O Jornal S’PASSO colocou nas redes sociais a enquete sobre ter ou não carnaval em 2022, levando-se em consideração a boa cobertura de vacinação no município e o aparente controle da pandemia da Covid-19. Muitos municípios no país estão se adiantando e já anunciaram que irão cancelar a folia de Momo no próximo ano. Algumas cidades argumentam até que a suspensão do evento se dá em respeito às milhares de vítimas do coronavírus no país.
Centenas de pessoas compareceram à página virtual e mais de 200 votaram na pesquisa do Jornal. 86% disseram não ao Carnaval 2022. Somente 14% dos que voluntariamente participaram da enquete apoiam a realização da festa.
Vários foram os comentários que seguiram ao voto dos internautas, como do professor e funcionário público Ângelo Braz de Matos: “Sem carnaval, óbvio. E olha que fui carnavalesco por muitos anos”. Também a professora Guanaíra Tupinambás, servidora da Prefeitura, fez um comentário na enquete: “Minha opinião não vale nada. Queria saber a opinião do pessoal da ciência, esse pessoal que inventou a vacina e avisou para usarmos máscaras. Se eles falarem que tá seguro, vou ficar feliz demais! Já tenho até fantasia! Mas, do contrário, prefiro esperar pra ver o ano que vem”. A jovem Grazielle Sousa escreveu: “Não é o momento, ainda mais utilizando verba pública para o evento. O COVID-19 pode vir mais perigoso em 2022”.
Cenário ainda muito incerto
O Jornal S’PASSO ouviu o infectologista e professor de Medicina da UFMG Unaí Tupinambás acerca do tema. Na sua opinião o carnaval daqui a três meses é arriscado. “Fizemos uma nota técnica para a Prefeitura de Belo Horizonte contra a realização do Carnaval. O cenário ainda é muito incerto. Veja o que está acontecendo na Europa e nos EUA”, pontuou.
Tupinambás afirma que não é possível fazer uma previsão com tanta antecedência neste cenário. É preciso manter vacina e o uso de máscaras. E, claro, torcer para que a 4ª onda não nos pegue.
Decisão favorável da Prefeitura poderá comprometer a saúde do município
Para o secretário de Saúde de Itaúna, médico Fernando Meira de Faria, essa é uma questão que está sendo muito debatida, tanto no Comitê de Enfretamento à Covid, quanto no próprio governo. As notícias de cidades vizinhas e, também, de Belo Horizonte, de não apoiarem a realização do carnaval, demonstram a preocupação com o assunto.
“Uma posição favorável do município levará grande fluxo de pessoas para a nossa cidade. Isso poderá potencialmente alterar o ritmo normal da pandemia nesse período. Então, não é uma decisão fácil, por isso, estamos analisando todos os potenciais riscos que poderíamos ter caso houvesse uma liberação das festas carnavalescas em nossa cidade. Não foi ainda tomada uma decisão formal quanto a isso, mas acredito que em breve deveremos ter essa posição e iremos nos manifestar também, como já vem acontecendo com outras cidades, não só de Minas, mas de todo o país”, considerou.
Mudanças de planos
O posicionamento da Gerência Superior de Cultura também é de cautela. Segundo o responsável pelo setor, Ilimane Lopes, o Joe, estão sendo debatidos os prós e contras entre carnavalescos e servidores da Prefeitura. A princípio ele havia sinalizado com a possibilidade da realização desse que é um dos maiores eventos culturais da região, já que a cobertura vacinal de Itaúna é próxima de 100% entre a população adulta e a pandemia encontra-se sob controle. No entanto, com a notícia do cancelamento de outras cidades e a posição de muitos itaunenses através das redes sociais, o tema ainda não foi levado ao prefeito e não há uma decisão fechada.