A retomada das aulas presenciais nas escolas da rede estadual tem estado na pauta das discussões do governo Romeu Zema (NOVO) desde que a pandemia da Covid-19 se instalou no país com indicativos de que a normalidade iria demorar a volta. O assunto tem sido tema de debates entre políticos, médicos, empresários e profissionais da educação em todo o estado, principalmente lideranças sindicais. Para os setores do governo, a situação de contaminação do coronavírus está controlada na maioria da das cidades do estado e as escolas encontram-se aptas para receberem novamente os alunos em aulas híbridas (de forma presencial e remota em dias alternados). Pais de alunos, professores e demais profissionais da educação têm posicionamentos diferentes acerca do assunto, até mesmo com relação às condições estruturais das escolas. Mas, o governo garante que os prédios estão recebendo adaptações importantes para que sejam reabertos às aulas presenciais. Além de tudo isso existe também a grande pressão dos empresários do setor que forçam a barra com vistas à reabertura imediata dos colégios particulares.
Escola Padre Luís Turkenburg: salas amplas e ventiladas
As escolas da rede estadual em Itaúna estão se preparando para a retomada das aulas presenciais. O Jornal S’PASSO conversou com alguns diretores de escolas na cidade e a informação dominante entre eles é que as escolas já oferecem segurança para receber alunos e professores e demais envolvidos no dia a dia dos colégios novamente. Adauto Magalhães, diretor da Escola Estadual Padre Luís Turkenburg, no bairro Irmãos Auler, contou que a escola tem salas amplas e arejadas, com janelas imensas e que o prédio não irá necessitar no momento ser modificado em sua estrutura, o facilita o cumprimento das medidas do governo. O diretor informou que o estado está orientando as escolas para o retorno seguro e, para isso, tem encaminhado recursos financeiros para aquisição de material que serão utilizados numa eventual reabertura das escolas, como dispenser de álcool em gel, sabão, toalha, máscaras, entre outros.
Colégio Estadual cumpre normativas do governo Zema
Na Escola Estadual de Itaúna, o vice-diretor Juliano Cardozo (que está respondendo pela diretora Jussara Francisca dos Santos, em gozo de férias-prêmio) não retornou a nossa mensagem. No entanto, na secretaria da escola tivemos a informação de que a instituição recebeu as normativas do governo do estado indicando os protocolos para a retomadas das atividades. O principal deles é a orientação para o distanciamento, com marcações nos pátios, corredores e salas de aula. O educandário já adquiriu totem para álcool em gel, borrifadores e sabonete líquido. Fotografias desse material deverão ser disponibilizadas para a 12ª Superintendência Regional de Ensino de Divinópolis, responsável pelas atividades educacionais em Itaúna, mostrando as alterações solicitadas.
Vitor Gonçalves: ampliação de salas com retiradas de carteiras
A professora Cleonice Martins Bernardes de Assis, diretora da Escola Estadual Victor Gonçalves, no bairro Padre Eustáquio, informou que estão sendo feitas adaptações no prédio. Estas modificações não irão interferir na estrutura da construção, mas serão fornecidos equipamentos no sentido de atender às exigências. As salas de aula serão ampliadas com retiradas de carteiras, serão realizados conserto de janelas e outros pequenos reparos. Foram adquiridos EPI’s, como máscaras e luvas, além de dispenser de álcool em gel, toalhas e sabonetes nos banheiros, além de diversos materiais de limpeza. Ela conta que a 12ª SRE encaminhou às escolas um checklist para que os dirigentes das escolas pontuassem as medidas de segurança para alunos e profissionais da educação, principalmente para as salas de aula, e apontassem as falhas existentes.
Sem retorno da Escola Dona Judith
Na escola Dona Judith Gonçalves, em Santanense, a secretária pediu que o Jornal S’PASSO encaminhasse a solicitação de entrevista por e-mail. Assim o fizemos e encaminhamos duas vezes. Não obtivemos reposta da diretora Cláudia Bernardes até o fechamento da matéria.
Retorno das aulas presenciais depende de decisão da prefeitura
O retorno do ensino presencial nas escolas, no entanto, depende de autorização do governo municipal e também do desejo dos pais de alunos. As decisões têm que estar em consonância com os protocolos municipais, especialmente em atendimento às ondas Verde e Amarela do programa Minas Consciente. Na onda Vermelha, que é o caso de Itaúna, o distanciamento mínimo será de três metros entre os alunos, o que reduziria a média de alunos em sala para quatro, na rede estadual de ensino. Uma situação improvável. Mas, além de tudo isso, profissionais que trabalham diretamente nas escolas, principalmente os professores e monitores de salas de aula, consideram que a retomada segura das aulas só acontecerá quando toda a comunidade escolar tiver recebido a vacina contra o coronavírus.
A melhor medida de segurança é a vacina
O professor Sílvio Bernardes, que trabalhou durante muitos anos com os ensinos médio e fundamental, atualmente trabalha somente no ensino superior, afirma que a segurança e a tranquilidade com que as autoridades justificam a reabertura das escolas são questionáveis. Na sua avaliação os protocolos definidos poderão ser quebrados na primeira semana de aulas devido à própria dificuldade que se tem para o cumprimento de regras por parte de alguns estudantes. Entre as crianças, acredita o professor, haverá troca de máscaras, compartilhamento de merenda e garrafinha de água, sem contar que será mínimo o distanciamento dessa meninada. Bernardes ressalta que o meio mais apropriado para que as escolas voltem a funcionar plenamente, e esse é grande desejo dos professores, que na sua maioria está trabalhando em jornada dupla no ensino remoto, é a vacinação.